2x10 Under The Gun


Cansada. Suja. Louca Varrida. Mas incrivelmente, talvez inevitavelmente, lúcida.
"A bebida de novo?", você pode perguntar. Não, não. AS mentiras andaram me afogando em mim mesma. Li em um gibi que às vezes os sentimentos transbordam. Que encham meu copo, quero mesmo que os outros se molhem. Que afundem as pernas em meus sentimentos até que compreendam tudo. Até que não sobre nada de mim apenas pra mim.
Cansei, não fico sozinha nem mais um minuto. Fodam-se as sereias e os amigos imaginários. Fodam-se os amigos egoístas e mentirosos. Foda-se eu. Foda-se você. Todo mundo está implorando por isso.

Se Annabelle não vier, quem vai sou eu. E vou começar por essa garrafa de Martini escondida no fundo do armário da sala.

2x09 Hey, it's Romeo [a.k.a. bizarre pentagon]



Presa ás minhas eternas divagações, me encontro no quarto de novo. Mas o quarto não é mais o mesmo, está em constante mudança.
Agora mais parece uma solitária. Só que as paredes não são estofadas. São espelhadas. E logo eu que dizia q a academia era a casa mãe dos estereótipos. Minha cabeça é a casa mãe dos estereótipos. Eu é que julgo as pessoas.
Uma voz OVNI diz "Mas nãos e deve julgar as pessoas, bebê. Só Deus pode fazer isso".
Eu sou Deus.
Como pode isso ser tão simples? Me pergunto, olhando meu reflexo bizarro, no espelho a esquerda.
"Deus é uma mosca na parede".
Não, discordo. Eu sou Deus.
Mas essa voz não saiu de mim, saiu dela. A garota dentro do espelho é quem disse.
As palavras saem antes que eu possa agarrá-las e amarrá-las em minha cabeça "estou louca?"
E a garota no espelho diz: "estou louca?"
Mas de repente ela não é mais uma garota, é a monalisa, la gioconda, e eu não posso saber quem eu sou porque não sei qual dos espelhos diz a verdade.
Monalisa caminha na minha direção, puxando uma fila de garotas de seios nus, vestidas com calcinhas enormes. E todas sou eu. Ou quem eu acho q sou.
No fim da fila, lá, estou eu, eu tenho certeza de que aquela sou eu.
"Eu?", pergunto.
"Todas somos você, porque vc nunca está satisfeita".

E eu acordo e ainda estou no quarto, adormeci por um instante apenas. Mas já não estou mais sozinha.
Outras 4 silhuetas se sentam a minha volta, mas não percebem minha presença e, pelo visto nem percebem a presença umas das outras.
Romeo observa a janela, com sua expressão inexpressiva;
April faz sua cara de concentração, enquanto observa a parede;
Ryan está deitado ao meu lado, encarando o teto;
e eu, minha duplicata Austen olha para os próprios pés.

Como não há nada a fazer, volto a deitar na cama e torço pra que o efeito desse passe mais rápido do que o do antigo.