2x23 What a wonderful world

Eles vem e me tomam de mim, me empurram e arrastam.
Eu juro que tentei, deitada, olhando pro teto, imaginar minha vida, um dia da minha maldita vida, sem eles.
não consegui. acho q nunca vou saber se seria bom ou não, deixe estar, digo eu pra mim mesma.
De que adianta saber o q poderia ser se é imutável?

Então, eu me resigno a ir e sorrir, a não sorrir, a gritar e não gritar. Porque eles me fazem esquecer que, quando eu voltar pra casa, vou ficar sozinha com os meus pensamentos.

2x22 Party in the jungle


Eu estou destroçada. Nada me agrada mais do que a verdade, pura e simples.
Eu fico horas pensando, construindo histórias, jeitos de fazer com que as pessoas me apunhalem repetidas vezes.
Eu não sinto dor.
Acho que cheguei nesse ponto chave da minha vida, aquele momento em que você passa a pensar que suicidas não são estúpidos egoístas, eles são pessoas encurraladas.
Não quero morrer, não, não não. Eu quero me sentir viva.
Eu quero me entusiasmar com algo, eu quero não me sentir vazia, eu quero gostar do que eu escrevo, eu quero ter prazer em escrever.
Eu quero me importar com algo o suficiente.
Tenho magoado as pessoas, tenho feito com que elas gritem comigo, tenho sido propositalmente, hm, diferente.
Tenho pensado em física, doenças, lido sobre assassinatos e desilusões.
Eu quero que as pessoas gritem comigo e me sacudam, nem sei, talvez queira chamar atenção. O quão patética eu posso ser, minha Mosca?
Confesso. Eu preciso de atenção. Eu preciso de amor. Eu preciso que se importem comigo de verdade, que queiram que eu seja algo a mais do que eu sou, não quero mais gente me dizendo pra nunca mudar.
Todo mundo muda, por que eu continua parada nesse mesmo maldito X?
Alguém me arranje um mapa. Vou sair da Marasmolândia.

2x21 Problematique



Eu estou me afogando. Rápido demais.
Eu sempre pensei sobre como morreria e tudo mais. No fim das coisas como eu as conheço, ou talvez na continuação das coisas iguaizinhas, só que sem mim.
Eu odeio afogamentos.
E, ironicamente, estou me afogando.
Eu só gostaria que as pessoas levassem tudo embora, todos os problemas, em grandes caixas e me deixassem sozinha com as preocupações usuais.
Eu me apaixonei por um nada de novo.
E agora eu estou cheia de dúvidas terríveis e, o usual, não consigo escrever. Nada que não seja tolo.
Tudo parece tão novo e tão complicado, eu tenho me arriscado tanto e tentado ter um bom senso tirado do nada.
Eu estou tão assustada. Eu nunca estive tão assustada. Apesar de todos os meus planos, de todas as minhas idéias. Eu tenho medo de que a minha vida não passe disso.
E se eu andar e andar, e crescer, e tudo for sempre assim?
Eu sei que eu detesto mudanças mas e se não houver nada novo daqui pra frente?
E se eu tiver que fazer as escolhas todas agora pra me mover?

Me sinto parada em um lugar escuro e cheio de água. Posso dar alguns passos, pra morrer ou não. E posso ficar, esperando que tudo escureça de uma vez, porque já sei como vai ser, já passei por isso. A desvantagem é que vai doer do mesmo jeito de antes.

2x20 Vórtice

"O que você é?", ele me perguntou.
Eu estava confusa. Era uma boa pergunta.
Eu me deitei na toalha ao lado dele e olhei para o céu. No céu inteiro não parecia haver mais do que umas poucas estrelas. E elas estavam todas sobre nós.
"Stardust", eu me lembrei das estrelas que não observaram a humilhação de Tristan, talvez estivessem nos observando, talvez fosse especial.
Apoiei a cabeça com a mão
"Não, sou um vórtice"
Ele fez o mesmo e nossas cabeças ficaram da mesma altura. Estava tão escuro e eu não podia ver seu rosto. E se essa fosse minha escolha mais errada? E se eu estivesse me deixando ir, e se eu esquecesse quem eu era?
"Você parece ser muitas coisas. O que é um vórtice?"
Sorri.
"Muitas coisas".
Estava tão frio e nossa respiração era tão ruidosa. Nossas cabeças estavam tão próximas que eu podia sentir cheiro de pasta de dente e sabonete desconhecidos exalando do rosto dele.
Eu estendi minha outra mão e toquei o rosto dele, passei meus dedos pela face dele, tentando descobrir quem era, talvez até quem eu era.
Eu nunca havia visto seu rosto. E agora estava prestes a lhe dar minha alma.
Ele se aproximou e nossos narizes gelados se encostaram.
"Espero que esteja pronto. Pronto pras conseqüências.", eu disse.
"A única certeza que tenho é que não estou pronto".

2x19 I found myself.



Me encontro, me perco. Tolkien disse que nem todos os que vagueiam estão perdidos. Então talvez eu saiba onde me encontrar. Acho que gosto da sensação de estar tão perdida que mal posso reconhecer meus sentimentos.

2x18 Like a prayer.

Ela torce pra que ele vá embora, silencioso ou não, como tantos outros já foram antes.
Pede que a Prosopagnosia cumpra o seu papel, que ele se torne mais uma lembrança contida no quarto.
E pede mais intensamente, sem perceber, 'não desista de mim'.

Espera é a palavra mais incrível da língua portuguesa. Que saudade me perdoe.

Teste do Proust
Obs.: Não acredite plenamente em nenhuma das respostas, são todas variáveis.

1. Qual é a sua maior qualidade?
Difícil de responder, além de duvidoso. Acho que eu sei o que fazer. Tato, educação, como queira. Deve ser essa.

2. E seu maior defeito?
Sou mitômana.

3. A característica mais importante em um homem?
Imprevisibilidade.

4. E em uma mulher?
Idem.

5. O que você mais aprecia nos seus amigos?
O modo como eles não precisam de muitas explicações, o modo como eles compreendem minhas mudanças de humor repentinas e meus enigmas, minhas aflições rapidamente.

6. Sua atividade favorita é…
Ter idéias. É comum, qualquer pessoa pode fazer isso, mesmo. Não preciso pagar nem sou obrigada a fazer algo sobre elas, mas é bom :]

7. Qual a sua idéia de felicidade?
Viver a 'vida simples' todos os dias, sem saber disso.

8. E o que seria a maior das tragédias?
Admitir que estavam certos sobre mim desde o início.

9. Quem você gostaria de ser, se não fosse você mesmo?
Parece hipocrisia dizer que gosto de ser eu, já que vivo reclamando de mim mesma. Seria Beka Shadow.

10. E onde gostaria de viver?
Em qualquer lugar onde eu seja livre pra pensar, pra ficar em silêncio, pra falar e pra sair. Onde eu possa me ver livre até de mim mesma às vezes.

11. Qual sua cor favorita?
Cinza. Quando eu misturo todas as tintas nas minhas 'pinturas abstratas', a cor final é cinza. Se eu gosto de todas as cores, acho que cinza é como uma síntese.

12. Uma flor?
Tulipa. Mas eu nunca vi realmente uma tulipa, sabe. Que tal duas flores? Tulipas em geral e Rosas amarelas.

13. Um pássaro?
Gaivotas. Gaivotas são tremendamente contraditórias. O cara do cargueiro negro viu algumas e sentiu um medo, um horror e um ódio tremendos. Mas há quem diga que elas são as únicas coisas que dão esperança de continuar remando/nadando/coisa que o valha.

14. Seus autores preferidos?
Neil Gaiman (CLARO, TINHA QUE SER O PRIMEIRO *____*), o resto é todo muito subjetivo. Acho que, fora o Neil, prefiro falar sobre os livros. Alguns me fazem querer ir atrás do autor e dizer 'OMFF, você me deu outra visão do mundo', enquanto outros livros do mesmo autor me fazem querer fazer uma fogueirinha na porta do quarto de hotel deles.

15. O os poetas que mais gosta?
Poesia em geral me agrada, mais pelo modo como se faz entender sem se fazer entender. Mas vá lá, Fernando Pessoa, Florbela Espanca e Yeats.

16. Quem são seus heróis de ficção?
Não gosto de heróis, eles são todos perfeitinhos e fofos ¬¬ (WATCHMEN \o/)
Ok, fico com o Severo Snape e o arqueiro verde. E o Wolverine, mas é só porque eu tenho uma queda por ele.

17. E as heroínas?
Lorelei, Lois Lane, Eco, Safo.

18. Seu compositor favorito é…
Eu não faço idéia. Dá pra acreditar?

19. E os pintores que você mais curte?
Waterhouse *_*, Degas e Toulouse Lautrec

20. Quem são suas heroínas na vida real?
Minha mãe, que amo tanto e odeio tanto.

21. E quem são seus heróis?
Eu não tenho nenhum;

22. Qual sua palavra favorita?
Espera.

23. O que você mais detesta?
Quando as coisas saem mais errado do que eu poderia prever, como se a Lei de Murphy realmente resolvesse jogar pesado.

24. Quais são os personagens históricos que você mais despreza?
Che Guevara e Nelson Mandela.

25. Quais dons naturais você gostaria de possuir?
Perspicácia.

26. Como você gostaria de morrer?
Eu não gostaria de morrer.

27. Qual seu atual estado de espírito?
Difícil explicar. Eu me sinto zangada, aterrorizada, alienada, divertida, um pouco chocada e aliviada. vai saber/

28. Que defeito é mais fácil perdoar?
Ignorância.

29. Qual é o lema da sua vida?
Eu não tenho; ainda

2x17 Prosopagnosia


De mãos dadas, Lily e eu enfrentamos a morte incontáveis vezes. Nesse mesmo vagão escuro e fétido onde a morte, ela mesma, assopra em nossas narinas, transformando-nos em carne podre, vermes, pó e pêlos.
O vagão pára e ELES entram e saem e caem. E isso acontece de novo e de novo.
Nossos monstros não têm rosto, no escuro são todos iguais. Se vão embora, derrotados, e voltam, nos confundem de novo.
Partes de um corpo só. Não sinto seus cheiros, mas Lily não os escuta como eu. Nós os vemos e os esquecemos, com a mesma freqüência com que expiramos. Não podemos gritar. Estamos eternamente amordaçadas.
Tudo o que podemos fazer é dar as mãos uma a outra. Esperar que entrem, saiam, caiam.
Muitas vezes o homem a viu. Muitas vezes a teve junto de si. Pois o homem, desventurado leitor, o homem criou a morte, disse Keats.

2x16 Valentim com b de vaca


Primeiro: Encontrei muitas fotos maravilhosas que caberiam aqui. Mas nenhuma tão boa quanto essa. No link que segue, vcs vão encontrar imagens muito lindas e que talvez expressem melhor o que vocês sentem, como a do garoto de casaco marrom ou mesmo a primeira foto, incrivelmente simples e perfeita.
Segundo: Não ouçam a mim, não ouçam a ninguém. O amor é subjetivo. E eu entendo tudo errado sempre. Mas isso nem sempre é tão ruim. Ajuda a seguir em frente.:)
Terceiro: A foto lá em cima é de uma garota que se intitula nyah. O flickr dela aqui:
Quarto: Aí vai

Oh Sweet Nuthin - The Velvet Underground
Seminua, tal e qual uma heroína dos quadrinhos, ela aguarda, amordaçada, que ele a execute.
Em seu rosto, uma expressão resignada. Os olhos escuros e infantis acompanham seu captor que parece preparar algo.
"Vai matar-me", pensa ela, apática. Mas não se importa realmente. A dor física é imensa. O fim dela só viria a calhar.
O fim dos calafrios, dos suores noturnos, das tonteiras. Doc alor e do frio, da pressão no peito, do bolo na garganta.
Lágrimas de alívio lhe saem dos olhos. Finalmente está pronta, pq tudo vai acabar.
Mil modos diferentes de terminar lhe passam pela cabeça.
E ele se vira pra ela. Toca seu pescoço lentamente com seus dedos frios e prende uma corrente nele.
- Feliz dia dos namorados, ele sussurra.
Ela tira a mordaça e o encara, a dor física tão forte que ela mal pode respirar.
- Eu te amo.
E lhe entrega sua alma, sem medo algum, sem outro desejo que não a aceitação dele.
Espera, sem respirar, o coração batendo tão forte que parece prestes a explodir.
- Eu te amo.

Medo, inveja e solteirice a parte: Feliz dia dos namorados.

P.S.: Entrega tem a ver com tudo na vida, não apenas com romance, mas é essencial nisso. E eu não sei nada sobre o assunto.
P.S².: Nyah, a garota da foto, escreveu sobre isso e talvez saiba melhor do que eu. Traduzo:
Eu não tenho certeza do porquê de eu ter feito esta foto, eu não gosto do formato de um coração. É perturbadoramente feminino. Talvez eu esteja meio feminina esses dias ou queira das algo mais do que meu rostinho bonito para o flickr.
É mais como a última, eu acho, fazem literalmente décadas desde que eu me senti tão feminina e eu estava apaixonada.Eu amo, eu amo ama, mas há uma grande diferença entre se apaixonar e apenas amar. Eu queria que as pessoas pudessem entender isso.
Seria mais fácil dizer às pessoas que as amamos.
Então, meu coração não vai a lugar nenhum. Aprendi a mantê-lo no seu lugar certo pois as pessoas se assustam você quer dar a elas o seu coração. Algumas vezes é difícil mantê-lo lá mas eu consigo de um jeito ou de outro. Isso deixa as coisas suaves.


Boa noite. E divirtam-se por mim e por todos que não vão.

2x15 I get high with a little help from my friends o/


Queria que tivessem me visto voltar pra casa. Tão desolada, tão menor do que de costume.
Amo. Sempre que amo me esqueço que já amei e me parece ser a primeira vez que amo tanto.
Me ponho louca, obcecada. Sortudos os que não tem orkut, que não se tornam stalkers ou vítimas deles.
Me deito na minha enorme bóia sobre o meu rio-vida e penso novamente, ponho acaso e destino lado a lado (Chico Buarque ao fundo). Esse acaso pálido de cabelos loiro escuros, cabeça feita e inteligência insolente. Suspiro lentamente, pensei que esses sentimentos estivessem há muito guardados no baú dos fólios.
Mas ah, destino de cabelos escuros e olhos sonhadores, destino conveniente e inconveniente, destino proibido, insensato e teimoso.
Falo:
- Me cansei dos dois. Me canso de lutar e lutar, me canso de ninguém nunca lutar por mim.
- Procrastinaste este momento, que inevitavelmente viria a acontecer. Sou o escolhido de vós, o príncipe que tanto esperastes em Serendipity. Te encontraria mesmo que passassem mil vidas, dentre milhares de burguesas tu és a metade de minh'alma.
Ri.
- És mentiroso destino. Dizes coisas sobre um mundo que mal conheces. Se julga melhor que o acaso mas jamais saiu de seu rumo. Aliás, jamais andou em nenhuma direção, esperou ser levado, como eu fui em sua direção. E se eu quiser tanto a ti, mais ainda que quero ao acaso, terei que usufruir dele.
Destino silencia. Destino maldito.

- Não sou um príncipe. Temo estar mais próximo de feiticeiros do que de nobres. Mas sou suficiente a ti. Divirto-te estando sempre certo. Sei de coisas que desejas saber e não precisa de mais mentiras para chegar até mim. Precisas ser sincera, é o que peço.
- E amor, acaso? E o amor?

Nunca me satisfaço. Acaso ou Destino, vou dançar pelas encruzilhadas e os encontrarei mais a frente, ficando com quem existir no fim.
Esqueço dos dois. Ouço ruídos. E eles chegam, correndo, rindo, espalhando toda a sua luz própria pelo meu rio-vida. Se jogam de todas as maneiras dentro dele e eu não me importo com qual dos dois existe desde que eu me divirta.

Finalmente, acho que estou satisfeita.

2x14 Dali knows best


"Quanto mais emergimos do sono interior, mais aparecem laços entre as menores circunstâncias de nossa vida, as pessoas que nos rodeiam. O sentimento de solidão e a idéia do acaso se desfazem. Mil relações significativas nos são reveladas, e logo nos vem ao espírito que o universo inteiro, à imagem de nosso mundo individual, é um sistema de correspondências. O despertar mostra analogias e a alma dá alma a toda a natureza."

Presumo que esteja acordada, pois minha vida é um emaranhado de coincidências que começam e terminam em mim tais como camisetas pretas, chicletes de fita azul, números e cabelos. E opiniões e palavras e palidez.
Todos estamos tão conectados que posso tocar os pensamentos das pessoas se estender minhas mãos além do meu espaço, cujo limite desconheço.

Posso tocar você?
Queria te beijar, sua face que fosse, mas nem isso the jacket me permite.
Em que pensamentos deixei meu verdadeiro eu?; não faço idéia, mas que me importa não ser eu mesma quando posso ser e ter todos os pensamentos do mundo ao meu dispor?
Não sou mais eu, sou um vórtice.

2x13 Anything But Ordinary


A despeito do meu último comentário, ainda não me decidi sobre nada e mesmo assim voltei.
Provavelmente, nesse momento estou flutuando, sem controle, pelo rio lento no qual a minha vida 'corre'.
Qual dos dois é real? Acaso? Destino?
Se é verdade que eu mesma devo escolher por mim, estou perdida.
E se devo apenas ir de encontro a algo previamente designado, então não me moverei pois estarei fazendo exatamente o que desejam que faça. De qualquer forma vou chegar ao lugar desejado.
A garota do espelho olha com desprezo minhas olheiras, meu pijama, meu cabelo. "Não está cansada de se sentir insuficiente?"
Não, não me canso.
Me canso de todos mas, se me cansar de mim, não me sobra ninguém.

Ele fala comigo e eu o ignoro, não sinto mais o mesmo. Não estou mais irritantemente apaixonada.
Ele fala sobre si mesmo e suas preferências e seus segredos e eu apenas o deixo falar como uma cachoeira ininterrupta de besteiras.
Oh, Mosca, quando é que eu vou mudar? Quando vou ser normal?

E a Mosca, com seus muitos olhos sábios diz: Que comece a contagem regressiva. :)

2x12 June said, I did.


Alguns de vocês, leitores imaginários, provavelmente se perguntaram o que houve. Com minhas paixões instantâneas e todo o resto. Ou talvez nem tenham se preocupado, talvez tenham continuado vivendo suas vidinhas que não ousarei chamar medíocres, posto que a minha também não é grande coisa, e ouvido mais do que o silêncio que é tudo o que me resta - sem música = tédio -.
O que aconteceu foi o que eu previa. Não posso culpar minhas influências, nem mesmo culpar o retorno de minha velha amiga por isso. Bebi. Comecei com o Martini e terminei com Uísque. E não me arrependo disso, precisava disso. Tinha me esquecido da sensação de estar queimando por dentro, da sensação de estar sendo apagada aos pouquinhos... Não se preocupem, não vou voltar a urinar em telhados alheios apenas porque bebi um pouquinho aqui e ali.
Sabem do que estou cansada hoje? De nunca me deixar levar. De lutar pra não ser arrastadas por essas correntes loucas de amor livre, homossexualidade e ódio. Dane-se eu, dane-se você falso moralista. Se podemos fazer o que queremos, pra quê tantas barreiras mentais? Quero mais é transbordar e me juntar às outras correntes - filosóficas ou não -, deixar que Annabelle me leve pela mão e me mostre o mundo que eu conheci e de onde jamais deveria ser saído.

Você pode me entender, sem esforço algum, é só que estou cansada de ouvir as peripécias de outros e apenas sorrir;
de sentir cheiros dos quais desisti apenas por um moralismo que nem sequer possuo;
de amar e esperar algo em troca, pra quê, minha mosca?! Se não pertencemos nem a nos mesmos?;
de ter medo de sair e de sorrir, de ter medo de errar e nao ser amado por ninguém;
e, principalmente, estou cansada de nunca ter algo a dizer que já não tenha dito milhões de vezes.
June pode ter dito tudo que estou dizendo, mas aposto que ela não teve a mesma convicção que eu.
E, aposto que ela também não tinha que ser anfitriã de uma festa de arromba pré prova como eu. ;D

23 dias para a festa e contando...

2x11 P.S.: I'm in love with you

Ela/Eu se senta na cama, a perna tremendo, paixão. Está apaixonada. De novo. É a 4ª vez hoje.
Se apaixona com a mesma freqüência com que tira os sapatos.
Caminha pelas ruas e, bum, lá está ela, suspirando de novo.
"Quando isso para?", se pergunta. "Posso desativar esse mecanismo? Vim com defeito de fábrica?".
Mas não pode, sabe disso.
E se contenta em se apaixonar a cada segundo, de maneiras diferentes e inusitadas.
Ao menos a prosopagnosia lhe impede de se envergonhar...

Se apaixonar freqüentemente é triste e solitário. Como se pode saber quando acontece de verdade? Quantas oportunidades já não perdi por desconfiar ser apenas mais uma paixonite momentânea? Quantos erros não cometi levando as paixonites a sério?

Meu problema precisa seriamente de uma mesa redonda. Quem sabe M.A.D.A² (mulheres que se apaixonam demais anônimas?)

Alguém me ajude.

2x10 Under The Gun


Cansada. Suja. Louca Varrida. Mas incrivelmente, talvez inevitavelmente, lúcida.
"A bebida de novo?", você pode perguntar. Não, não. AS mentiras andaram me afogando em mim mesma. Li em um gibi que às vezes os sentimentos transbordam. Que encham meu copo, quero mesmo que os outros se molhem. Que afundem as pernas em meus sentimentos até que compreendam tudo. Até que não sobre nada de mim apenas pra mim.
Cansei, não fico sozinha nem mais um minuto. Fodam-se as sereias e os amigos imaginários. Fodam-se os amigos egoístas e mentirosos. Foda-se eu. Foda-se você. Todo mundo está implorando por isso.

Se Annabelle não vier, quem vai sou eu. E vou começar por essa garrafa de Martini escondida no fundo do armário da sala.

2x09 Hey, it's Romeo [a.k.a. bizarre pentagon]



Presa ás minhas eternas divagações, me encontro no quarto de novo. Mas o quarto não é mais o mesmo, está em constante mudança.
Agora mais parece uma solitária. Só que as paredes não são estofadas. São espelhadas. E logo eu que dizia q a academia era a casa mãe dos estereótipos. Minha cabeça é a casa mãe dos estereótipos. Eu é que julgo as pessoas.
Uma voz OVNI diz "Mas nãos e deve julgar as pessoas, bebê. Só Deus pode fazer isso".
Eu sou Deus.
Como pode isso ser tão simples? Me pergunto, olhando meu reflexo bizarro, no espelho a esquerda.
"Deus é uma mosca na parede".
Não, discordo. Eu sou Deus.
Mas essa voz não saiu de mim, saiu dela. A garota dentro do espelho é quem disse.
As palavras saem antes que eu possa agarrá-las e amarrá-las em minha cabeça "estou louca?"
E a garota no espelho diz: "estou louca?"
Mas de repente ela não é mais uma garota, é a monalisa, la gioconda, e eu não posso saber quem eu sou porque não sei qual dos espelhos diz a verdade.
Monalisa caminha na minha direção, puxando uma fila de garotas de seios nus, vestidas com calcinhas enormes. E todas sou eu. Ou quem eu acho q sou.
No fim da fila, lá, estou eu, eu tenho certeza de que aquela sou eu.
"Eu?", pergunto.
"Todas somos você, porque vc nunca está satisfeita".

E eu acordo e ainda estou no quarto, adormeci por um instante apenas. Mas já não estou mais sozinha.
Outras 4 silhuetas se sentam a minha volta, mas não percebem minha presença e, pelo visto nem percebem a presença umas das outras.
Romeo observa a janela, com sua expressão inexpressiva;
April faz sua cara de concentração, enquanto observa a parede;
Ryan está deitado ao meu lado, encarando o teto;
e eu, minha duplicata Austen olha para os próprios pés.

Como não há nada a fazer, volto a deitar na cama e torço pra que o efeito desse passe mais rápido do que o do antigo.

2x08 The Jacket (starring me)


A visão do cadafalso é perturbadora. Quantas pessoas pisaram ali, esperando por um perdão que nunca veio? Rezando/Torcendo pra que um mensageiro rápido lhes traga o maldito pedaço de papel que lhes salvará a vida?
Um homem lê os meus direitos. Então, noto a multidão. E todos os rostos, de repente percebo, são iguais. Não há neles um sinal de compaixão, sequer um.
Meus olhos ardem devido ao esforço pra não chorar. E eu torço pra que isso seja mais um pesadelo da série "eu morro no final". Eles têm se repetido. ("Que tipo de homem você é?")
Sempre, sempre morro. Já morri de tantas formas que isso não faz mais diferença.
Às vezes até me decepciono ao acordar e perceber que tudo não passou de um sonho.

A multidão silencia, assim como o homem que lia meus direitos.
E eu digo a mim mesma pra não levantar a cabeça. ("Vou descobrir sozinha")
Percebo que estou chorando mas não posso olhar, simplesmente não posso...
Mas eu tenho que olhar, de novo e de novo, digo a mim mesma que talvez seja real, talvez eu esteja mesmo morrendo. E isso justifica vê-lo mais uma vez.
A multidão o olha, inexpressiva. Eu tento gritar mas qualquer palavra me parece repentinamente vazia de significado.
É como se ele absorvesse o significado de tudo o que resta.
E eu percebo que meu rosto é como todos os outros ("isso pode me matar").
Olhar pra mim ou pra qualquer outro... Não faz diferença pra ele.
E, pior que compaixão ou dor, ele me olha com descaso. Isso me faz dar um passo a frente e torcer pra que meu pescoço se parta rápido.

Acordo na escuridão. Ofegante.
Oh, Deus, acho que estou apaixonada.

[Ou talvez seja apenas Lua Nova.]

2x06 A idéia de Rudy nu.

Existe um sorriso que é o mais lindo do mundo. Um sorriso de olhos brilhantes e cabelos de outono.
Existe um garoto que é o mais imprevisível do mundo. Uma imprevisibilidade atordoante como uma viagem de 12 horas.
Existe uma garota que é a mais tola do mundo. Uma tolice pura e até um pouco atraente.
Existe uma incerteza que é a maior do mundo. Uma incerteza que sufoca e angustia.
E existe uma espécie de nudez que nos torna ainda mais vulneráveis que a nudez costumeira. Porque é uma nudez pública, vulgar, intensa, até sexual na qual somos quem somos, cada partícula de nós mostra nosso verdadeiro eu.
Nos organizamos em filas e somos julgados, avaliados, selecionados. Nos transformamos em números, códigos e fotografias horríveis.
Um cronômetro inicia a contagem regressiva e bum! estamos prontos para o mundo real.

Meet my world.

2x05 Coffee, cookies and low self esteem for snack


Por que nunca estamos satisfeitos? Com o que alcançamos, quero dizer.
Sabe qual era o meu ideal de mundo perfeito? Um mundo sem contos de fadas, um mundo real. Onde somos o que vêem, o que conhecem de nós. Onde não existe pieguice, onde a realidade machuca e podemos perder um dia inteiro por esperarmos algo. Ou alguém.
Eu consegui isso. Um mundo imprevisível, triste, onde os contos de fadas dizem que Deus não foi quem pensamos, as crianças se tornam Deus cedo demais e não há uma garota sequer que esteja esperando pelo temível pirata Roberts.
Mas eu não quero mais isso.
Quero que as crianças aprendam tarde que são deuses, quero que as garotas queimem por dentro e se contorçam por uma pequena amostra de contato físico. Quero que pensem que existe dragões. Que tenham medo do mar. Que chorem durante horas ao assistir Pocahontas.
Eu não me achava uma garota de verdade. Bom, agora é que eu não sou uma. Não passo de um manequim ambulante que pisca e sorri quando é o momento certo.
Por que a garota do papel higiênico, embora não fosse tão bonita, embora não chamasse tanta atenção quanto essa, era real.
Era palpável. Tinha (embora ainda tenha) pavor de contato físico. Ela era vulgar, sim. Mas era uma criança ainda. E aprendeu a vida inteira que nao seria uma vadia mesmo que falasse como uma, aprendeu que se quisesse amigos, deveria falar como eles. Sim, foram péssimos professores, mas valeu a pena ser vulgar.
E é o que eu ainda sou, não vou tentar ser mais do que eu consiga, eu já sei que posso ser quem quiser.

2x04 Look after B.

Tenho andado pela cidade o dia inteiro
Procurando por uma garota chamada E.
Eu posso vê-la andando na rua
Com medo de se atrasar para o que quer que seja
E. sempre olha pra frente.

Ela sente medo das distrações
Tem tanto medo de viver
Que às vezes perde tempo


Tenho dito tantas coisas, feito tantas coisas. Minha vida se tornou uma interminável sicessão de fatos novos e asustadores. Que todos parecem ter previsto.
Tenho medo da onipotência, da onipresença das pessoas.
O que as faz pensar que sabem mais do que eu como devo cuidar da minha própria vida?
O que as faz pensar que são melhores do que eu?
Tenho tido tempo insuficiente pra pensar em tudo o que gostaria, tenho sido insuficiente, imprestável, insatisfatória.

Tenho esperado por horas e horas que o príncipe encantado (temível pirata roberts, como queira) apareça em Serendipity, contrariando o destino, mesmo que ele se atrase e se esqueça das rosas brancas.
Mesmo que eu esqueça de todas as poesias que já li apenas de olhar nos olhos dele, mesmo que ele vista a camiseta branca ao invés da azul.
Mesmo que não toquem kelly clarkson (euri), mesmo que serendipity feche.
Estarei esperando pq estou simplesmente cansada de desistir, de virar as costas no último momento.
E estou cansada de estar incerta, por favor grite comigo.
Penso em tudo isso parada no portão da casa dele, tocando o interfone pela quarta vez, sabendo que ele está lá.
Penso e repenso em coisas nas quais nunca gostaria de ter pensado. E concluo que tanta proteção foi inútil da minha parte.
Mesmo o guarda chuva. Toda a proteção é inútil da minha parte.
Talvez eu deva apenas aprender a lidar com isso. Mesmo que queira dizer estar sempre direcionada ao fracasso.
Não importa. Proteções inúteis a parte, as coisas são boas enquanto duram.

2x03 Your glasses

E eu me sentei repetidas vezes naquele lugar, naquele maldito lugar, e olhei pr'aquela mesma nuca, sonhando repetidas vezes com malditas pieguices, poemas suspirados e beijos arrebatadores.
E eu sempre estive sentada ali. Olhando pra nuca errada, pensando na coletânea errada, errando, sempre errando. Nunca, jamais levando em conta que a minha nuca também poderia estar sendo observada.
Porque eu nunca me vi pelos olhos de alguém. Provavelmente tem alguma relação com o fato d eeu jamais olhar as pessoas nos olhos, provavelmente eu nunca poderia ter me visto nos olhos de alguém pq eu nunca deixo que ninguém me veja.
E eu pergunto a você, O que você possivelmente poderia ver em mim?
Pessoas passam dias questionando suas roupas, as regras e as tradições.

Pense com calma, o que acha que veria em mim? O que vê em você?

E tudo isso é pensado enquanto aquela maldita luzinha laranja pisca desesperadamente diante dos meus olhos.
Me sento no vão entre a parede e a cama e fumo, relembrando poesias, mesmo que não entenda nada, nunca. Só pra me distrair, pra não morrer de medo de intimidade, torcendo pra dormir e acordar corajosa, pra estar disposta a fazer o que deve ser feito.
Mas se não sou capaz de amar a mim mesma, o que me dá a capacidade de amar alguém?

2x02 Gray Anatomy.

1. Aprendi que as coisas que mais devem ser ditas, não precisam ser ditas.
2. Aprendi que se uma pessoa quer algo, ela deve lutar por esse algo. Mas quando essa pessoa sou eu, o melhor é esperar e se distrair.
3. Aprendi que o circo é uma das tradições mais antigas da humanidade, provavelmente foi o que Eva armou quando soube que Abel estava morto.
4. Aprendi que sou influenciável por literatura barata.
5. Aprendi que minha mãe deve cometer os próprios erros, assim como ela me deixa cometer meus próprios erros.
6. Aprendi que meu pai deve ser isolado do mundo pra parar de cometer os mesmos erros.
7. Aprendi que mudança não é uma coisa tão horrível e assustadora, pode ser apenas o começo de uma nova fase.
8. Aprendi que a futilidade não é uma característica dominante, é apenas uma qualidade defeituosa =D
9. Aprendi que os amigos de verdade não são os que estão com você todo o tempo, nem sempre que você precisa. São os que vêm quando você chama. A qualquer hora. E até mesmo aqueles que não podem vir, mas estão com você de um jeito ou de outro.
10. Aprendi que a morte é inevitável para a maioria das pessoas, deve – se aprender a conviver com ela e aceitá-la.
11. Aprendi, lendo, que Deus é só uma palavra que designa algo maior e, não importa do que eu chame isso, vai continuar sendo a mesma coisa.
12. Aprendi que se você não pode mudar os modos de alguém, você deve aprender a aceitá-los.
13. Aprendi que amizades não duram pra sempre, mas lembranças boas duram bastante tempo, então todo mundo devia parar de se preocupar com o tal “Friends forever” porque tal coisa não existe. Pra sempre é muito tempo mesmo.
14. Aprendi a gostar de mim, mesmo dos meus pequenos defeitos e até dos pequenos defeitos dos outros.
15. Aprendi que, apenas se eu demonstrar fraqueza, as pessoas vão me achar fraca. As pessoas acreditam no que vêem.
16. Aprendi que orgulho é um conceito legal mas na prática é uma idiotice.
17. Aprendi que uma palavra destrói uma amizade. Três podem fazer com que você repense uma. E, cara, agora que eu escrevi isso, teve um duplo sentido mas não foi proposital. Então “eu te amo” começa a contar como alternativa pras três palavras.
18. Aprendi que preciso deixar de esperar que um sapo se transforme em um príncipe e escolher entre esperar um príncipe ou beijar um sapo.
19. Aprendi que alguns segredos devem ser guardados.
20. Aprendi que mesmo as verdadeiras amizades precisam de manutenção constante.
21. Aprendi, lendo Sex and the city, que não se deve esperar muito dos homens.
22. Aprendi que, mesmo que eu nunca vá para Hogwarts, eu sou mais poderosa do que eu penso.
23. Aprendi que, se o ódio é facilmente confundido com amor, a amizade também é passível de ser confundida. Por isso eu amo todo mundo.
24. Aprendi que aceitar as pessoas como elas são não é só um sinal de amor e tudo o mais, é um sinal de que você é uma pessoa digna, você não julga certas características.
25. Aprendi que ser um bom amigo é a melhor coisa que você pode dar em troca para o seu amigo.
26. Aprendi que manipulação é uma coisa muito feia e que, em certos casos, deve-se deixar a sorte decidir porque faça sua própria sorte não é exatamente a frase que quero que se torne o lema dos meus filhos.
27. Aprendi que existe um mundo de coisas á minha espera e que eu não posso deixar que nada me impeça de ir atrás das coisas que eu quero.
28. Aprendi que as verdadeiras amizades não são destruídas nem mesmo por três palavras, muito menos por uma. Aprendi que as amizades verdadeiras não se importam com piadas ou julgamentos porque sabem que na hora certa, você vai estar ali pra elas.
29. Aprendi que tu és totalmente responsável por aquilo que cativas.
30. Aprendi que ainda tenho muito que aprender.

2x01 Faith (A.K.A. New Beggining)

Uma vez me perguntaram qual era o lugar mais sagrado pra mim. Minto. Gritaram se não existia nada sagrado pra mim.
Me arrependo de muitas coisas que fiz, não vou ser hipócrita e dizer "não me arrependo porque tudo o que fiz me trouxe aqui". Não é tão legal dizer isso quando não se tem pra quem dizer.
Me gritou isso pouco antes de eu parar de beber em certos lugares. E me fez pensar em fé.
Detesto igrejas. Detesto simplesmente porque a maior parte das pessoas que está lá, não está por vontade própria. Talvez Deus lhes jogue um raio ou seus pais os deserdem, quem liga?
Mas elas rezam, rezam por outras e por si mesmas sem a mínima vontade, pensando sobre a nova novela e o seriado que deixaram baixando.
Se eu for algum dia a uma igreja de novo, quero entrar pra ouvir, não pra pensar no próximo episódio de Privileged.
E, se querem saber, o lugar mais sagrado pra mim é o banheiro. Qualquer um onde eu possa tomar banho.