26x10 Kübler-Ross, parte 3

Imagem: TingTin Huang

Depression.

Chegou em uma noite comum.
Eu estava sentada na sala, assistindo Cidade dos Ossos.
De repente, a voz de Ulrika "Ninguém nunca vai nos amar como somos". E eu senti uma dor enorme de uma vez só, feito um soco bem dado no rosto: ela estava certa.
Eu nunca ---
Eu guardei tantos segredos a minha vida inteira. Eu me guardei a vida inteira.
E aí você veio, feito uma promessa, feito uma profecia a se cumprir, a resposta das preces que eu fazia, por mim e por Ulrika "por favor, não deixe que ela esteja certa".
E agora essa dor no corpo todo, a dor de mim golpes, chutes e socos, o medo de voltar pra casa de me apaixonar de novo, de me desapaixonar por você, de te ver se apaixonar, de tocar alguém, de te ver, de olhar pra você e saber que você sente alívio e que sabe que tomou a decisão certa, o pavor de dormir e acordar um dia mais próxima de você.
É como se você tivesse vindo provar que ela sempre esteve certa.

Hoje, pela primeira vez, me arrependi de ter dito "sim".

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