42x16 Enquanto isso, aqui dentro

Imagem: TingTing Huang

Bom dia.
É tão bom acordar em um mundo onde você me ama.
Verdade, eu te digo que te amo todos os dias, e eu ouço todos os dias, mas eu não me canso, eu nunca vou me cansar.

É tão bom, incrível e belo, dormir sabendo que vai ficar tudo bem.

É tão bom me sentir inundar de sentimentos bons quando vejo uma cena de amor.

Eu amo você.
Que simplório, que comum, que clichê.
Eu amo você.
Daquele jeito como pessoas adultas que não são adultas se amam.
Sem desespero, sem dor.
Eu te amo porque te amo.
E tenho medo quando você demora a chegar em casa.
Eu te amo daquele jeito de quem pensa em comprar um guarda-roupas maior em alguns anos, de quem compra uma coisa a mais no supermercado e possui um lado da cama pra deitar.

Eu te amo de um jeito especial, bastante específico,
sem música,
sem arroubos de ódio, sem ressentimento,
eu te amo como se você fosse uma visita há muito esperada, que raramente aparece,
como se você fosse uma manhã amena, daquelas que te fazem querer ficar olhando pela janela.

Eu amo quando seguro sua mão, assim, no meio de um desespero súbito e inexplicado, e você segura de volta, de uma forma gentil que diz "olá, eu estou aqui".
Amo a forma como você olha pra mim, por favor, nunca pare de me olhar assim, nunca.
Eu me sinto como se eu fosse o ser humano mais especial do mundo.

Amo seus passos nas escadas, e o seu sono no meio da tarde,
te observar dormindo na penumbra, desejando que o tempo não passe.

Amo a familiaridade dos nossos pés descalços, e como conhecemos as distâncias no escuro.

Eu te amo tanto, que tive que escrever algo porque, mesmo nesse redemoinho de insanidade, preocupação e desrealização, eu preciso que você saiba, eu preciso que fique registrado:
eu amo você.

E isso é bom.
Entende o que eu quero dizer?

É bom.
Bom demais da conta.

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