11x01 Atropelo

Imagem:  fabbriciuse

Minha língua roça o seu de sua boca com gosto de abacaxi e faz o ruído de ossos quebrando.
Não sei onde estou que não me levanto, seus ombros são o inferno e seu pescoço cheira a paraíso.
O amante de lata e pano se despe, de seu esqueleto sai um homem vestido de pele.
Os gritos se confundem com a respiração dôfrega e não consigo distinguir o desespero do êxtase.
Suas pernas me enlaçam, e são braços, me erguendo.
Me agarro às suas costas, seus cabelos, e dói. É dia, é noite: estou em movimento.
Não se afaste de mim, dói feito choques no peito. Vem, me abraça. Assim, não vá embora.

Se me deixar, juro me jogar na frente de um carro.

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