Tive esse sonho no qual nos beijávamos. Três vezes. Seguidas.
Mas tudo é complicado, triste e vil.
Tudo é tão lógico (sendo que lógico é o que é ordinário, disseminado pela tv e pela internet), tão estático.
Essa ideia de nós dois, tão insidiosa e suja, teve que se aproximar em sonho, oculta nas ondas do meu cansaço, imersa no caos da minha mente adormecida.
De outra maneira, ela não se mostraria.
Os beijos foram limpos, rápidos, sem razão, sem consequências. Coisa de sonho.
Na realidade, eu e você somos completamente distintos. Serei clara: você é um idiota. É o tipo de pessoa com quem eu não trocaria mais do que cumprimentos breves.
E é o tipo de pessoa que me confunde, o tipo de pessoa que diz verdades demais, que é cínica demais e hipócrita de menos. O tipo de pessoa que eu não sou.
Às vezes, acho que te confundo também.
Deixemos assim: você se pergunta daí, eu me pergunto de cá.
Vamos ficar em dúvida permanentemente.
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