5x14 The Hand wants what the Hand wants

Imagem: tochis


 Apenas mais um caso de independência manual.


Acordo cedo, olhos de sono que não abro, gosto de sono.
Minhas costas doem. Colchão.
Cheiro de álcool, cheiro de suor, cheiro de sabonete, perfume masculino.
Na minha cintura, uma leve pressão, um abraço leve, a mão na minha, quente. Respiração ritmada no meu pescoço e suas pernas abraçando as minhas debaixo de um bolo de cobertas. Comum.

Mas e esse cheiro de álcool, esse cheiro de sabonete?
Minhas narinas trabalham, sugando pistas, buscando a resposta da pergunta "Quem é você, cuja respiração me bate nos olhos, me esquenta o rosto?"
Você aperta a minha mão ou eu aperto a sua, ambas geladas.
Abro meus olhos de sono, engulo sono, penso sono, sono nas mãos "vá embora que estou sonhando" mas ele-você me olha com seu rosto de sono, cabelos de sono e mãos geladas.
Abre sua boca de sono, solta hálito de sono e palavras sem sono "Bom dia". Me afasto, me achego ao real mas minha maldita mão fica.

A mão quer o que a mão quer.

1 comentários:

Anônimo disse...

Gostava de assoprar essa florzinha quando eu era menor...