12x16 Navegar e dormir

Imagem: Pink Ponk

Nome de Otto em mãos, comecei a vagar em desasossego.
Pílulas e pílulas não me apagavam da mente as 3 sílabas e a voz de sorriso.
Preguei os olhos duas ou três vezes pra ter pesadelos com gypsies, Sofia e Berenice.
Sem dormir, fui escrever e desenhar nos azulejos do banheiro, fui me distrair no pó das estantes de uma biblioteca particular.
A busca incansável por um pensamento linear ou, ao menos, por pensamento nenhum, resultou em um bolo na garganta, amídalas em carne viva, febre alta e delírios.
Querem me aleijar, tirar minhas amídalas que nunca sentiram seu gosto.
Adoeço, pescoço duro, dizem que é meningite.
Digo que não, tô somatizando a dor da saudade de não saber seu nome, de você ser só mais um futuro improvável sem rótulos.
Levo bronca do doutor: deveria ter me vacinado contra paixonites. Curar a última, Deus sabe, foi um suplício.

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