2x22 Party in the jungle


Eu estou destroçada. Nada me agrada mais do que a verdade, pura e simples.
Eu fico horas pensando, construindo histórias, jeitos de fazer com que as pessoas me apunhalem repetidas vezes.
Eu não sinto dor.
Acho que cheguei nesse ponto chave da minha vida, aquele momento em que você passa a pensar que suicidas não são estúpidos egoístas, eles são pessoas encurraladas.
Não quero morrer, não, não não. Eu quero me sentir viva.
Eu quero me entusiasmar com algo, eu quero não me sentir vazia, eu quero gostar do que eu escrevo, eu quero ter prazer em escrever.
Eu quero me importar com algo o suficiente.
Tenho magoado as pessoas, tenho feito com que elas gritem comigo, tenho sido propositalmente, hm, diferente.
Tenho pensado em física, doenças, lido sobre assassinatos e desilusões.
Eu quero que as pessoas gritem comigo e me sacudam, nem sei, talvez queira chamar atenção. O quão patética eu posso ser, minha Mosca?
Confesso. Eu preciso de atenção. Eu preciso de amor. Eu preciso que se importem comigo de verdade, que queiram que eu seja algo a mais do que eu sou, não quero mais gente me dizendo pra nunca mudar.
Todo mundo muda, por que eu continua parada nesse mesmo maldito X?
Alguém me arranje um mapa. Vou sair da Marasmolândia.

2x21 Problematique



Eu estou me afogando. Rápido demais.
Eu sempre pensei sobre como morreria e tudo mais. No fim das coisas como eu as conheço, ou talvez na continuação das coisas iguaizinhas, só que sem mim.
Eu odeio afogamentos.
E, ironicamente, estou me afogando.
Eu só gostaria que as pessoas levassem tudo embora, todos os problemas, em grandes caixas e me deixassem sozinha com as preocupações usuais.
Eu me apaixonei por um nada de novo.
E agora eu estou cheia de dúvidas terríveis e, o usual, não consigo escrever. Nada que não seja tolo.
Tudo parece tão novo e tão complicado, eu tenho me arriscado tanto e tentado ter um bom senso tirado do nada.
Eu estou tão assustada. Eu nunca estive tão assustada. Apesar de todos os meus planos, de todas as minhas idéias. Eu tenho medo de que a minha vida não passe disso.
E se eu andar e andar, e crescer, e tudo for sempre assim?
Eu sei que eu detesto mudanças mas e se não houver nada novo daqui pra frente?
E se eu tiver que fazer as escolhas todas agora pra me mover?

Me sinto parada em um lugar escuro e cheio de água. Posso dar alguns passos, pra morrer ou não. E posso ficar, esperando que tudo escureça de uma vez, porque já sei como vai ser, já passei por isso. A desvantagem é que vai doer do mesmo jeito de antes.