1x19 Á banalidade nossa de cada dia,

Acordei de um sonho com alienígenas e orientais, tomei um banho demorado e me vesti. Dia de prova, papel higiênico no sutiã, cabelo preso e cola escrita no braço. Eu não colo mas, just in case.
Enquanto esperava minha tia voltar pra casa e me pegar pra ir pra escola, eu tentava aprender Física. Aí desisti e pensei um pouco na completa merda em que transformei minha vida. {drama queen ¬¬'}
Tudo bem, eu estou exagerando, tem um monte de adolescentes por aí que também não estudam. Mas eles NÃO se dão bem. Eu sim. Sempre. Nenhuma nota vermelha, nenhuma reclamação. Estou dando falsas esperanças aos meus pais. Porque, no final, vou pegar aquela prova do PAS na qual eles depositaram anos de economias e esperanças e vou rabiscá-la toda de caneta, só pra depois comer um talento enquanto espero a hora de sair.
Só não crio vergonha na cara e vou estudar óptica porque até o fato de eu ser uma filha da mãe mimada e escrota foi banalizado.
Voltando, pra que todo mundo entenda, tudo começou com o amor.
Hoje eu estava ali na sala assistindo Splash: Uma sereia em minha vida e, tipo, o Tom Hanks não conseguia dizer que amava a Daryl Hannah porque ele simplesmente não queria admitir que estava apaixonado por ela.
Tá, eu sei que é um filme mas serve de exemplo. Atualmente, todo mundo ama todo mundo.
Dizer "eu te amo" não é mais tão complicado. É só dizer. Todo mundo diz isso toda a hora, até enjoa.
Mas, ok, eu posso viver com isso.
Aí veio o cigarro. Isso já acontecia faz tempo, o cigarro sempre foi moda. Mas aí começaram aquelas propagandas do caubói morto e tudo o mais e, de repente, fumar era ruim. Foi aí que eu começei. Foi quando o mal foi banalizado. ¬¬ Tudo o que era mal era mais cool.
Depois do mal, veio a nova onda do cigarro, a moda mamãe-quero-ser-blasé, e de repente eu tô na escola, curtindo o meu diazinho comum e incolor e um filho da puta vem com um cigarro pendurado na boca, as cinzas caindo no uniforme como se ele estivesse fumando maconha. E por que, eu me perguntei na hora, por que o filho da mãe não segura o cigarro entre os dedos? Aaah, aí está o ponto. Por que ele estava muito ocupado segurando em uma mão "O mundo de Sofia" e na outra, seus óculos enormes e fundo de garrafa. Aposto meus últimos 3 cigarros que as lentes não tinham grau.
Mas tudo bem, posso viver com isso. Me tornar uma fumante passiva. Por mim tudo bem.
Aí banalizaram o ódio. "Eu te odeio" foi uma das frases mais ditas por um tempão.

Sabe, depois do ódio, tudo o que não fazia sentido pra mim, o que era algo que eu não compreendia, apenas respeitava, se tornou... besteira.

Bulimia; (e de repente, enquanto estamos terminando nossas esfihas e sanduíches, eis que ela se levanta, a Srta. Magreza em Pessoa e vai caminhando linda e desesperadamente até o banheiro. Depois que ela se levanta, como uma reação em cadeia, todos os outros se levantam da mesa, cada um com uma cara mais sofrida que o outro e na mesa ficamos eu e outra garota. Eu e ela nos encaramos, franzimos nossas testas e, com uma rapidez admirável, uma de nós pega os últimos resquícios de comida na mesa, vitoriosa. E dizemos, sem culpa "Se eles não querem, tem quem queira")
Homossexualidade; (Alguém passa a mão na minha bunda. "Que merda, cara", grito. Mas epa, era ela. E de repente ela está passando a mão em outra garota e mais outra depois dessa, e sabe-se lá quantos tipos de oxiúros diferentes ela já tocou naquela noite. Mais tarde ouço ela contar vantagem, grande merda. )
Prostituição. (Eu, encolhida no cantinho careta da mesa - logo eu! - os ouço contarem vantagem sobre como seus c*zinhos já foram comidos repetidamente por pessoas que talvez nem existam, ou talvez existam, talvez eu esteja mesmo ficando pra trás em tudo, penso. Talvez deva comprar mais sutiãs de enchimento, vomitar, "dar" pra estranhos e tudo o mais. Mas aí eu me lembro que a graça está exatamente nisso. Em não ser assim, que talvez eu não devesse estar ali, com eles. Afinal, cada um deles é incomum. Um deles é o cara mais engraçado, atrapalhado e bonitinho do mundo. O outro é a pessoa mais antenada e divertida, a outra é linda e... linda o.O, a outra é linda e atrevida, o outro é inteligente e bonitoo, a outra é inteligente e engraçada, a outra engraçada e contagiante. E o que sou eu no meio de tanta gente de roupa diferente, estilo legal e características especiais? Eu sou comum. E isso me faz especial pra eles, sou comum no meio de gente incomum. Quase como um espécime raro, sabe? Eles não sabem nada sobre mim, cada um acha que sabe mais do que o outro e querem sempre saber mais. Isso faz de mim um curinga. Posso não ser especial, mas isso me faz feliz. E únicaa, sei lá. Dá pra entender?)

Eles ainda estão tentando me fazer levar as drogas menos a sério mas, olha só, uma coisa eu digo por experiência própria: drogas não são legais. Eu já vi o que gente chapada pode fazer. Bebida, cigarro, isso não é nada.
Já vi gente vomitar as tripas por causa de um boa noite cinderela mal misturado,
já vi gente chapada quebrar os braços tentando fazer sabe se lá o quê.
Mas uma coisa que eu nunca vi foi alguém chegar e dizer "AAh, vc passou de ano, vamos comemorar fumando maconha". Ninguém diz isso, cara.
Mas é super fácil ouvir "aah, que pena, sua namorada te chutou, vamos fumar maconha".

Aah, nada de drogas, ok??

Bom, esse foi meu post banal, bobo. Todo mundo tem um dia assim, por que não eu?

1x18 Apenas mais uma de amor,

Acordei meio cedo, leve. Acho que o "esforço" de ontem fez bem.
Acordei com a voz do meu tio; a luz leve, opaca de dia frio e, depois de alguns segundos, caiu a ficha: tinha tido um sonho de amor.
Influenciada pelo cansaço, pelas risadas, ou mesmo pelas pílulas, não sei. Tudo o que sei era que sentia falta da vergonha, de não poder encarar "a outra parte" do sonho sem ficar constrangida.
Bom, se é pra falar de amor - obsessão universal -, digo logo: Amo. Amo a todos e a ninguém (desculpem pela falta de acentos, mas sou péssima quando o assunto é crase). Tenho a capacidade de me apaixonar perdidamente várias vezes ao dia, talvez um dia cometa uma loucura por alguém que não vou mais estar amando dali a 2 horas. Sendo assim, não amo ninguém em especial porque amo a todos. Se é que me entendem.
É como se não visse a hora de ver alguém mas essa hora chega e eu já não me lembro o que fazia dela uma hora tão esperada.
Mas, não nego, existem as paixões avassaladoras. Aquelas que me partem ao meio e me impedem de fugir por medo de dar um passo em falso. Ah, essas duram meses e me fazem mal. E bem, eventualmente.
Só que não vingam. Se querem saber (e, se não querem, por que lêem?), tenho medo de contato físico real. Não só disso, tenho medo de me preocupar com outro, de perder minha "liberdade". Pior ainda, medo de perder a liberdade por vontade própria. "Estar presa por vontade".
Amar exige um esforço maior do que estou disposta a fazer. Exige um calor que não tenho e sinceridade que jamais possuí e, temo, jamais possuirei.
Pode ser egoísta da minha parte - talvez eu morra sozinha por isso - mas, foda por foda, prefiro beber sozinha (apenas bêbada suporto a mim mesma).
Nada contra o amor, provavelmente é algo único, meloso e diferente. Só que não estou pronta pra ele, como um todo. Os pequenos pedaços de amor que recebo todos os dias me bastam.
Talvez eu deva me conhecer melhor, me tornar a protagonista da minha própria vida. Ou não.

1x18² Making of do episódio 18,

Meu professor de inglês, uma das pessoas mais incríveis que existe, acredite-me, passou esse texto de Shakespeare hoje na sala de aula. Eu gostaria de comentar, sem que parecesse uma indireta aos meus amados cabeças de vento, que levam as coisas que eu digo mais a sério do que deveriam. São só alguns trechos, o texto é enorme. Leia se quiser pensar, e se não quiser, leia também ; )~ Acho que se chama "Você aprende..." ou algo do tipo.



"E começa a aprender que beijos não são contratos"

É por isso que eu não gosto de contato físico.

"E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,

Por que o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,

E o futuro tem o costume de cair em meio ao vão"

Construir uma estrada partindo do Nada e indo a Não Se Sabe Onde também não é a coisa mais fácil e mais indicada de se fazer...

"E aprende que não importa o quanto você se importe,

Algumas pessoas simplesmente não se importam."

Eu sei disso mas insisto que as pessoas precisam se importar, elas vão se importar, só precisam de um tempo, sei lá.

"Aprende que não temos que mudar de amigos, mas compreender que os amigos mudam"

Sinto muito, mas não posso suportar essas mudanças repentinas (o incrível é que eles suportam as minhas. ¬¬) e muito menos aquelas mudanças, as fases. Eu simplesmente não posso ficar pra trás.

" Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada,

E terem bons momentos juntos"

Obrigada ao Pedro pela tarde de ontem, aos meninos pela tarde de hoje e ao Asher pelas noites cheias de sarcasmo e palavrões.

"Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa"

Eu entendo isso mas acho que todo o tempo do mundo seria pouco pra se passar com essas pessoas. Mas isso é assunto pra um post em que eu queira falar sobre isso.

"Aprender que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós

Mas nós somos responsáveis por nós mesmos"

Então por que todo mundo não para simplesmente de culpar outras pessoas pelo que fazem? E por que os pais não param de procurar influências malignas que são culpadas pelos "problemas" dos seus filhos?

"Começa a aprender que não se deve comparar com os outros

Mas com o melhor que pode ser"

O que eu posso fazer se os outros conseguiram ser exatamente o meu melhor?

"Mas se você não sabe aonde está indo,

Qualquer lugar serve"

Que tipo de conselho é esse? Não, não me serve.

"Aprende que, ou você controla os seus atos ou eles o controlarão"

Uh, eu sei bem disso.

"E que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade"

Levou um tempo pra eu aprender isso.

"Sempre existem dois lados"

5, no meu caso.

"Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha"

É, mas isso eu já sabia. Mas também é assunto pra outro post.

"Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,

Poucas coisas são tão humilhantes,

E seria uma tragédia se ela acreditasse nisso"

Minha mãe deveria ler isso. Humilhante, mas eu não acreditei nela, se querem saber. Apenas a afastei dos sonhos e de tudo que eles continham.

"Aprende que quando você está com raiva, está com raiva mas isso não lhe dá o direito de ser cruel"

Vai levar um tempo pra que eu entenda isso.

"Descobre que só porque alguém não ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não ama com tudo o que pode"

Eu já descobri isso, mas entender via levar um tempo.

"Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém"

Bom, eu sei disso também. Mas é muito ruim ter sempre que pensar em um modo de se mostrar "perdoável".

"Nossas dádivas são traidoras,

E nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar,

Se não fosse o medo de tentar"



Boa noite mundo.

1x17 Uma viagem ao centro,


O dia, posso dizer, foi bem interessante. Cheio de expressões filosóficas e coisas simples da vida.

Acordei atrasada e perdi a van. Pra variar.

Os lençóis encharcados, como sempre(Não leitor, há muito tempo que deixei de mijar na cama. É suor). Suor fétido e grudento. Desde que comecei a tomar essas merdas que eles me dão só suo e durmo durante horas e horas. Aliás, mesmo quando parece que estou acordada, estou dormindo.

Momentos de lucidez são raros. Normalmente eu fico calada, sem me concentrar em nada... Se leio, esqueço. Se falo, perco o "fio da meada". Se observo, viajo.

Sendo assim, as coisas que mais me dão prazer são ouvir (vozes, já que estou proibida de escutar "músicas subversivas"), comer e dormir.

Mas, continuando, a manhã se arrastou lentamente, ruidosa, inodora, insossa e incolor, quase como quando você acorda e tenta desesperadamente continuar sonhando. (Sim, meus sonhos - enquanto durmo - tem cheiro, cor e gosto mas não barulho. Apenas, talvez, trilha sonora instrumental).

Á tarde, prova de biologia. Mas isso não me interessa agora. Mas, estar ali, na escola, com garotas cheias de curvas e movimentos suaves me fez sentir uma falta imensa dos tempos em que ser garota era opcional. Bastava ter nascido garota. Ou ser passiva.

Agora precisa-se de cabelos bonitos e sedosos, papel higiênico no sutiã para aumentar os seios e uma bunda durinha. Fora a compleição semi-esquelética.

Depois de desejar ardentemente ser um garoto e nada mais do que isso (como se fosse simples) por horas, resolvi vir pra casa, quem sabe não tinha uma nova oportunidade de encher a cara (breves instantes de euforia... ahh, até parece que eles vão me deixar sozinha em casa por enquanto...). Saí com o Pedro, na chuva, ansiando pela monotonia da minha tarde de quarta feira em casa.

Bom, acabei me surpreendendo, indo pra academia, Grande Lar dos Estereótipos. E descobri que ser garoto não é tão diferente de ser garota. Não basta mais ter pau. Precisa-se de músculos, amigos musculosos, pouco cérebro e tudo o mais.

Uhm, foi bom andar por aí na chuva, saber que eu não estou na pior, comer com um sentimento mínimo de culpa, rir da desgraça alheia, compartilhar obssessões e mais nada!


O ruim é o cheiro de remédio que persiste e a coloração alaranjada nas pontas dos dedos, camuflados com blush.

Queria que todos os dias fossem como hoje, com sutis diferenças. Embora, talvez a beleza esteja na raridade com que ocorrem.

Como eras do gelo.

1x16 Excreções: Urina.

Durante a viagem de carro eu estava pensando em quando eu mijei na mochila do AL. Eu tinha 9 anos e ele tinha me enchido o saco. Então eu simplesmente mijei lá dentro enquanto ele jogava videogame.
Sinto falta de atitudes espontâneas como essa, da emoção, do susto, do medo, da raiva.
Há muito tempo eu não faço essas coisas malucas. Correção. Há muito tempo eu não fazia essas coisas malucas.
Hoje foi um dia bem agitado. Eu cheguei da escola, com muita raiva de tudo e de todos, querendo voltar a ser o que eu era antes de me mudar. Aí eu almocei, dormi e acordei sozinha em casa. Foi como se minha preces tivessem sido atendidas. Sacudi o estojo e a mochila até encontrar os 3,00 que eu precisava pra comprar um maço de cigarros Free box.
Fui até o açougue na esquina e voltei com a caixa de encontro ao peito, sonhando com as ótimas horas que passaria fumando nos fundos de casa. Agora só precisava de Bom ar.
Procurei essa merda durante 15 minutos, aí fiquei emputecida e resolvi pegar refrigerante ou suco e ir fumar nos fundos de casa, mesmo correndo o risco de ser vista pelos vizinhos.
Aí eu vi a garrafa. Uma garrafa de vinho tinto barato na prateleira de baixo. Vocês não fazem idéia de quanto tempo eu tinha ficado sem beber desde o segundo coma. Quando eu vi aquela garrafa, fiquei até um pouco fissurada, se querem saber.
Aí eu peguei, era perfeito. Eu tinha vinho e cigarros. A sexta feira perfeita.
O telhado de casa é baixo, coloquei a garrafa e alguns copos descartáveis em uma bandeja e empurrei a bandeja pro telhado. Aí, como uma contorcionista, evitei os galhos da amoreira e subi no telhado.
No começo eu pretendia fumar uns 3 cigarros e guardar pra um outro dia mas não era sempre que eu tinha uma chance dessas. Fumei 8 e tomei quase a garrafa toda.
Aí eu gritei pras pessoas lá embaixo, já bêbada, eu acho: "Estamos em Aruba!!".
E tirei a camiseta.
Fiquei ali, curtindo o céu nublado, de sutiã e bermuda.
E tudo estava bem porque nem todo mundo que passava podia me ver ali.
Só que eu resolvi urinar. E não quis descer do telhado. Urinei ali mesmo. E a urina escorreu pelas telhas, ainda bem que a casa tem forro, aí escorreu e escorreu até pingar na casa da vizinha. Provavelmente a vizinha avisou minha tia sobre minha striptease e bebedeira porque ela voltou pra casa umas 3 horas antes do previsto.
E ali estava eu, pega com a mão na massa. Eu, que tinha o plano perfeito pra quando ela chegasse. Eu colocaria vinagre no vinho, eles pensariam que tinha azedado ou algo do tipo, esconderia os cigarros e estaria dormindo ao som de John Lennon quando chegassem.
Mas ela chegou e eu estava ali, curtindo as nuvens e uma garrafa de tinto. Meu primo subiu no telhado e, sabe - se lá como, me desceu de lá, aos berros, pelo que eu o ouvi contar. Minha tia, enfermeira, me furou em todos os lugares com uma daquelas agulhonas cheias de líquido amarelado. Isso me emputeceu pra caramba, até mesmo quando forço um sorriso, minha bunda dói.
Eu sabia que estava dopadíssima durante a viagem de carro, tinha uma vaga certeza de que estava dopada. Nem me lembrava de ter recolocado a blusa e prender o cinto de segurança.
Mas eu sabia que estava em um carro em movimento e isso me deixou em pânico. Alguma parte do meu ser tinha certeza de que eu estava voltando pra rehab. E, pode crer, a última coisa de que eu precisava era mais psicólogos (um batalhão deles) me dizendo que eu envergonhava meus pais. Isso não é um grande segredo.
Levei um tempo pra sacar que eles não estavam me levando pra outra rehab e sim pra casa. Não sei o que era pior, encarar minha mãe depois de prometer pra ela que não ia mais beber pra que ela não tivesse mais que me ver no hospital depois de um coma ou ir pra rehab.
Mas, de qualquer forma, me aliviou estar em casa.
Sabe - se lá o que vai acontecer, o que vão dizer.
Se quer saber o que eu acho, vou dizer. Acho que meus pais deveriam estar satisfeitos. Eu tiro notas boas, não sou uma porra louca puta e maconheira. Fumar maconha me corta o tesão de ter um cigarro entre os lábios.
Então, acho que eles deveriam estar putamente satisfeitos. Afinal, não fumo baseado. Ainda.

1x15 Lost and Found

Fútil. Eu me tornei uma pessoa fútil. De repente, eu escrevo sobre coisas idiotas e insossas, coisas bobas que me mostram que não estou normal.
Eu escrevo histórias, não sei se já disse isso.
Muitas coisas mudaram nelas. No começo eram todas histórias sombrias, cheias de gente hetero. Depois elas se tornaram mais sombrias, e mais cheias de gente hetero. Aí, com o advento bissexual e as mudanças desse ano, se tornaram histórias bobas, cheias de bissexuais e homossexuais. Pra agradar gregos e troianos.
Sandman está morto, Neil Gaiman, velho e eu nem posso dizer que sou a mesma idiota de sempre.

Antes que me perguntem amanhã o que eu escrevo,
# Escrevo sobre garotas que se apaixonam por homossexuais;
#Sobre garotas que se tornam mulheres antes da hora e passam a vida pagando por isso;
#Sobre mulheres que não deixaram de ser crianças e não têm a menos idéia de que caminho seguir;
# Sobre garotas que precisam parar de acreditar em si mesmas;
#Sobre garotas curiosas que vão acabar mal;
#Sobre mulheres que precisam desesperadamente se libertar;
#Sobre uma garota que precisa descobrir quem é, e uma mulher que precisa descobrir quem vai ser;
#Sobre uma garota que precisa parar de lutar ás vezes e se deixar ser derrotada;
#Sobre uma sociedade mais antiga do que o humano mais antigo;
#Sobre uma garota que precisa se decidir entre o que ela quer e o que ela deve;
#Sobre a morte;
#Sobre um garoto que ganha uma segunda chance, uma garota que ganha uma segunda chance, uma mulher que não tem idéia de quem é e dois amigos que precisam aprender que nem tudo o que se deseja deve se tornar realidade
#Sobre um cara que vai aprender que nem tudo acontece como planejado, sobre uma garota que precisa começar a acreditar e uma garota que precisa aprender uma lição.
#Sobre uma banda que precisa resolver seus problemas internos;
#Sobre a Sam
#Sobre a Amy Winehouse
E sobre a Dercy Gonçalves. E o Clodovil.

Tudo idiota e romântico demais. Era pra ser legal, triste, sombrio, engraçado, dramático. Não romântico.

Me ajuda?

1x14 Desperate looking for B.


Ao som de Foundations - Kate Nash.
é engraçado estar de volta. Pensei que nunca mais ia escrever aqui porque sempre que eu tenho que voltar aqui pra dizer alguma coisa, eu acabo lendo algo que escrevi antes e me sinto bem mais vadia do que eu realmente sou. Pelo menos não tenho que me sentir culpada por ter me afastado, não tive leitores que participassem, embora cinco pessoas tenham me dito ler o meu blog. O que é estranho, talvez todos eles pensem que tudo aqui é fictício ou talvez não tenham pensado sobre o assunto.
Talvez eu deva começar atualizando as coisas.

#Terminei de ler Mais Pesado Que o Céu e tirei aquela idéia sobre ser o Kurt Cobain da minha cabeça. Que coisa de doido.
#Agora estou lendo "O Apanhador No Campo De Centeio", outra coisa de doido. Mas eu não vou me suicidar por causa desse livro. Esse é o ponto, a geração que fez isso era uma geração de zumbis idiotas, na minha opinião. Suicídios em massa por um livro? E eu achava que Harry Potter era uma lavagem cerebral...
#Tô assistindo True Blood, e tá indecente, cara. E tbm tô assistindo Além da Imaginação.
#Acho que não amo ninguém.
#Uhm, minha tia não tinha aplicado Botox, só estava meio inchada. Mas ela vai aplicar, bjs.
#Minha mãe acha que eu sou maluca. E agora o meu pai também. {é, ele apareceu}
#Roí minhas unhas
#Não tenho mais um melhor amigo
#Meu cabelo ainda está loiro, um nojo.
#Vou precisar arrumar uma boa desculpa pros meus amigos sobre onde passo as quintas feiras a tarde.

Mas as coisas estão só confusas, nada que não tenha solução.
Tá, eu não preciso mentir pra um blog.
As coisas estão insolúveis. Tá tudo tão estranho, tão diferente do que eu tinha me acostumado que parece forçado. Eu começo a rir de cada idiotice que me falam e, sabe todas aquelas piadas velhas que você faz quando não tem nada melhor pra fazer? Bom, descobri que as minhas foram tão boas que as pessoas ficam me repetindo elas constantemente.

Todos aqueles rostos familiares ficam sorrindo pra mim todo minuto, as brigas não duram mais de 5 minutos, ninguém discute comigo sobre nada, as pessoas simplesmente falam com outras pessoas. Não é que eu queira que todos sempre falem comigo, mas eu quero o que éramos antes.
Incrível. Eu nunca estou satisfeita.

Sabe o que eu quero mesmo? Eu não quero nenhum deles de volta. Quero que eles corram pra onde tiverem que correr, desde o início da revolta bissexual eu não me encaixo mais. Quero que fique quem tiver que ficar, pq eu estou cansada de ter que me habituar. Eu mudo também, mas eu volto. Pq ninguém mais pode fazer isso?

Acho que acabei por aqui. Volto quando tiver que voltar. Foda por foda, prefiro não ter que voltar.