2x05 Coffee, cookies and low self esteem for snack


Por que nunca estamos satisfeitos? Com o que alcançamos, quero dizer.
Sabe qual era o meu ideal de mundo perfeito? Um mundo sem contos de fadas, um mundo real. Onde somos o que vêem, o que conhecem de nós. Onde não existe pieguice, onde a realidade machuca e podemos perder um dia inteiro por esperarmos algo. Ou alguém.
Eu consegui isso. Um mundo imprevisível, triste, onde os contos de fadas dizem que Deus não foi quem pensamos, as crianças se tornam Deus cedo demais e não há uma garota sequer que esteja esperando pelo temível pirata Roberts.
Mas eu não quero mais isso.
Quero que as crianças aprendam tarde que são deuses, quero que as garotas queimem por dentro e se contorçam por uma pequena amostra de contato físico. Quero que pensem que existe dragões. Que tenham medo do mar. Que chorem durante horas ao assistir Pocahontas.
Eu não me achava uma garota de verdade. Bom, agora é que eu não sou uma. Não passo de um manequim ambulante que pisca e sorri quando é o momento certo.
Por que a garota do papel higiênico, embora não fosse tão bonita, embora não chamasse tanta atenção quanto essa, era real.
Era palpável. Tinha (embora ainda tenha) pavor de contato físico. Ela era vulgar, sim. Mas era uma criança ainda. E aprendeu a vida inteira que nao seria uma vadia mesmo que falasse como uma, aprendeu que se quisesse amigos, deveria falar como eles. Sim, foram péssimos professores, mas valeu a pena ser vulgar.
E é o que eu ainda sou, não vou tentar ser mais do que eu consiga, eu já sei que posso ser quem quiser.

1 comentários:

Babalu disse...

Bom, reza a lenda que, quanto mais o tempo passa, nós nos tornamos mais "nós mesmos", por assim dizer. E ter uma espécie de controle ou idéia do que você quer ou não quer ser já dá uma perspectiva, não? ao menos aquele filetinho de esperança que seja.. eu acho.

:*