2x12 June said, I did.


Alguns de vocês, leitores imaginários, provavelmente se perguntaram o que houve. Com minhas paixões instantâneas e todo o resto. Ou talvez nem tenham se preocupado, talvez tenham continuado vivendo suas vidinhas que não ousarei chamar medíocres, posto que a minha também não é grande coisa, e ouvido mais do que o silêncio que é tudo o que me resta - sem música = tédio -.
O que aconteceu foi o que eu previa. Não posso culpar minhas influências, nem mesmo culpar o retorno de minha velha amiga por isso. Bebi. Comecei com o Martini e terminei com Uísque. E não me arrependo disso, precisava disso. Tinha me esquecido da sensação de estar queimando por dentro, da sensação de estar sendo apagada aos pouquinhos... Não se preocupem, não vou voltar a urinar em telhados alheios apenas porque bebi um pouquinho aqui e ali.
Sabem do que estou cansada hoje? De nunca me deixar levar. De lutar pra não ser arrastadas por essas correntes loucas de amor livre, homossexualidade e ódio. Dane-se eu, dane-se você falso moralista. Se podemos fazer o que queremos, pra quê tantas barreiras mentais? Quero mais é transbordar e me juntar às outras correntes - filosóficas ou não -, deixar que Annabelle me leve pela mão e me mostre o mundo que eu conheci e de onde jamais deveria ser saído.

Você pode me entender, sem esforço algum, é só que estou cansada de ouvir as peripécias de outros e apenas sorrir;
de sentir cheiros dos quais desisti apenas por um moralismo que nem sequer possuo;
de amar e esperar algo em troca, pra quê, minha mosca?! Se não pertencemos nem a nos mesmos?;
de ter medo de sair e de sorrir, de ter medo de errar e nao ser amado por ninguém;
e, principalmente, estou cansada de nunca ter algo a dizer que já não tenha dito milhões de vezes.
June pode ter dito tudo que estou dizendo, mas aposto que ela não teve a mesma convicção que eu.
E, aposto que ela também não tinha que ser anfitriã de uma festa de arromba pré prova como eu. ;D

23 dias para a festa e contando...

2x11 P.S.: I'm in love with you

Ela/Eu se senta na cama, a perna tremendo, paixão. Está apaixonada. De novo. É a 4ª vez hoje.
Se apaixona com a mesma freqüência com que tira os sapatos.
Caminha pelas ruas e, bum, lá está ela, suspirando de novo.
"Quando isso para?", se pergunta. "Posso desativar esse mecanismo? Vim com defeito de fábrica?".
Mas não pode, sabe disso.
E se contenta em se apaixonar a cada segundo, de maneiras diferentes e inusitadas.
Ao menos a prosopagnosia lhe impede de se envergonhar...

Se apaixonar freqüentemente é triste e solitário. Como se pode saber quando acontece de verdade? Quantas oportunidades já não perdi por desconfiar ser apenas mais uma paixonite momentânea? Quantos erros não cometi levando as paixonites a sério?

Meu problema precisa seriamente de uma mesa redonda. Quem sabe M.A.D.A² (mulheres que se apaixonam demais anônimas?)

Alguém me ajude.