"O que você é?", ele me perguntou.
Eu estava confusa. Era uma boa pergunta.
Eu me deitei na toalha ao lado dele e olhei para o céu. No céu inteiro não parecia haver mais do que umas poucas estrelas. E elas estavam todas sobre nós.
"Stardust", eu me lembrei das estrelas que não observaram a humilhação de Tristan, talvez estivessem nos observando, talvez fosse especial.
Apoiei a cabeça com a mão
"Não, sou um vórtice"
Ele fez o mesmo e nossas cabeças ficaram da mesma altura. Estava tão escuro e eu não podia ver seu rosto. E se essa fosse minha escolha mais errada? E se eu estivesse me deixando ir, e se eu esquecesse quem eu era?
"Você parece ser muitas coisas. O que é um vórtice?"
Sorri.
"Muitas coisas".
Estava tão frio e nossa respiração era tão ruidosa. Nossas cabeças estavam tão próximas que eu podia sentir cheiro de pasta de dente e sabonete desconhecidos exalando do rosto dele.
Eu estendi minha outra mão e toquei o rosto dele, passei meus dedos pela face dele, tentando descobrir quem era, talvez até quem eu era.
Eu nunca havia visto seu rosto. E agora estava prestes a lhe dar minha alma.
Ele se aproximou e nossos narizes gelados se encostaram.
"Espero que esteja pronto. Pronto pras conseqüências.", eu disse.
"A única certeza que tenho é que não estou pronto".
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4 comentários:
morra de dor.
até parece
ah, quem me dera que isso tivesse acontecido...
vou contar um segredo pra mim mesma. Aconteceu. Aconteceu em abril desse ano em que reclamei q não tinha acontecido. Não deveria ter acontecido.
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