Imagem: TingTing Huang
Ela me perguntou se eu te amava.
O que é que eu poderia fazer? Mudei de assunto.
Eu não sei a resposta.
Se digo que sim, não sei se é verdade. Se fosse, e todas essas coisas que acabaram separando a gente? Não te disseram também que amor de verdade não acaba por besteira? Se eu te amasse de verdade, não seria mais corajosa? Se eu te amasse, se fosse real, se fôssemos mesmo feitos um pro outro como eu acho-achava, você não acha que a vida seria mais do que isso? Você não acha que estaria em algum lugar por aqui, não acha que teríamos mais amigos em comum, que mais cenas de romance inesperadas aconteceriam?
É, eu sei, a vida não é um filme. Mas eu preciso de mais do que isso pra dizer que é amor. Eu preciso de mais do que umas palavras escritas em diários, do que lembranças esparsas e milhares de páginas soltas de histórias inacabadas. Mais do que migalhas.
E se eu digo que não te amo, então o que é isso? Então é obsessão, então eu sou uma louca furiosa prestes a sair pelas ruas atacando cabelos loiros e camisas azuis, all stars marrons.
Eu deveria ter dito que me encontro exatamente no meio das duas respostas. Não é que eu não saiba, muito pelo contrário. Eu te amo e não te amo. Ao mesmo tempo, assim mesmo.
Talvez ela não entendesse, talvez eu não entenda ainda.
Um dia as coisas se explicam sozinhas enquanto eu espero.
Eu espero.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário