Imagem: TingTing Huang
Caro Otto,
eu odeio o mês de maio, você sabe.
Tudo muda no mês de maio, pra melhor ou pior.
No dia 1º desse mês, deitei no sofá e digitei furiosamente no celular, tentando explicar pra cinco amigas porque sentia que algo estava prestes a acontecer.
Senti aquele aperto no peito, saí pelas ruas escuras, rezando pra te ver. Onde é que você estava?
Eu estava sozinha naquela noite e faminta e disposta a me machucar.
Maio trouxe fúria, insanidade, mosh pit.
Falei com um cara, um desses meus John Doe's. Não tem nada de especial sobre ele, Otto. Mas teria. Eu ja devaneava sobre ele, ja me perguntava coisas, ate sentia vontade de ve-lo.
Então, tive coragem de perguntar o nome dele. Tive coragem porque tive medo. Medo de que ele tomasse o seu lugar.
Maio trouxe essa conclusão terrível e deprimente, Otto.
Eu não te amo mais.
Não é nem mesmo obsessão. É medo.
Medo de não conseguir gostar, de não ser o suficiente, de tocar em alguém, de não estar sempre sozinha. Medo de deixar de acreditar que, um dia, você vai saber que significou algo pra mim, medo de deixar de me importar.
Por favor, onde quer que você esteja,
me faça amar você de novo.
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