Imagem: TingTing Huang
Nancy: Yes, go ahead, darling.
Pollyanna: No! It was a silly game! I hate it! I'll never want to play it again! Leave me alone!"
Você me diz que não jogo o seu jogo. Diz pra eu jogar.
Mas
Eu jogo o seu jogo pra acordar de manhã.
Pra sair pro trabalho.
Eu jogo o seu jogo pra conseguir andar depois de um dia de trabalho.
Jogo o seu jogo pra dirigir de volta pra casa sem dormir ao volante.
Jogo o seu jogo quando alguém morre sem que eu possa fazer nada, quando alguém morre sob as minhas mãos.
Jogo o seu jogo quando minha irmã sai, quando eu saio, quando eu saio pra te encontrar.
Jogo o seu jogo quando falo com alguém.
Jogo o seu jogo pra sair, e pra voltar.
Jogo o seu jogo pra não enlouquecer.
Mas não é o bastante,
o que você quer de mim?
Você começa, peças brancas, movimentos fluidos, certeiros, derruba minhas peças, eu acho, porque eu não sei jogar, eu não aprendi a jogar. E você sempre soube jogar. Está em você, mas não em mim.
Quero aprender, mas não é algo que se ensina.
Então, como?
Minhas peças continuam caindo, sem que eu derrube nenhuma das suas, sem que você tenha que derrubar nenhuma das minhas.
"Eu não faço nada, é tudo porque você não está jogando direito", você diz, todo mundo diz. Não é você, sou eu quem derrubo minhas próprias peças, com meu jogo desajeitado.
Eu quero parar tudo, eu quero aprender a jogar, eu quero ser melhor, quero fazer direito, de novo. Eu juro, vou fazer melhor, vou fazer direito, de novo.
Não tem intervalo.
Não tem trégua.
Aprende-se enquanto se joga.
Ou perde-se.
É simples.
As regras são simples, todo mundo consegue, é só querer,
o que tem de errado com você?
- Não se preocupe. Vai dar tudo certo. No tempo certo. É só acreditar. Seja otimista. Vai ficar tudo bem. Já deu tudo certo. Pensamento positivo. Certo?
- Certo.