Imagem: TingTing Huang
Quase 2 anos, nem sei mais se sei como fazer isso. Mesmo assim, vou fazendo.
E, admito, parece mesmo como andar de bicicleta. Meus dedos reconhecem as teclas, os comandos. Os sons, a sensação de estar finalmente em casa de novo.
Olá, querido leitor. Estou aqui.
Estou viva.
Você está?
Tem tanto que eu quero dizer. Aconteceu tanta coisa. Eu quero explicar a razão de não ter voltado. Mas eu não tenho razão.
Por que agora? Por que hoje?
É que hoje acordei de propósito.
E fazia muito, muito tempo, que só acordava por puro instinto.
Hoje eu queria começar de novo. Hoje eu acreditei que realmente conseguiria se quisesse. Eu queria um ano novo, com a B. antiga, a que eu amo, respeito. Hoje eu quis encher a minha parede de cores e lembretes.
Hoje eu queria escrever sobre Otto e Chuck. Hoje eu queria beber água e comer vegetais. Hoje eu queria fazer yoga. Hoje eu queria querer estar aqui pro ano que vem. Hoje eu queria ser quem eu não sou ainda.
Hoje eu queria esquecer que tudo na vida é quase. Quase lá, mais um pouco. Tudo é esforço, trabalho duro. Tudo é por um triz. Tudo é na hora certa, quando você estiver pronta. Se Deus quiser. Um dia desses, quando se menos espera.
Hoje eu queria esquecer que eu quero.
Agora.
Pra ontem.
Hoje eu queria fácil. Descomplicado.
Queria sorte, do tipo que a Lindsay Lohan tinha em "Just my luck", daquele tipo de fazer parar de chover. Usar uma calça branca que nunca se suja.
Hoje eu queria ser a primeira opção. Ter a primeira opção.
Hoje eu queria não aceitar menos que o melhor.
Hoje eu queria saber o que fazer.
Mas eu não sei.
Por enquanto, tudo é quase.
Tudo é por um triz.
Por enquanto, só quero, quem sabe,
acordar de propósito amanhã.
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