O dia, posso dizer, foi bem interessante. Cheio de expressões filosóficas e coisas simples da vida.
Acordei atrasada e perdi a van. Pra variar.
Os lençóis encharcados, como sempre(Não leitor, há muito tempo que deixei de mijar na cama. É suor). Suor fétido e grudento. Desde que comecei a tomar essas merdas que eles me dão só suo e durmo durante horas e horas. Aliás, mesmo quando parece que estou acordada, estou dormindo.
Momentos de lucidez são raros. Normalmente eu fico calada, sem me concentrar em nada... Se leio, esqueço. Se falo, perco o "fio da meada". Se observo, viajo.
Sendo assim, as coisas que mais me dão prazer são ouvir (vozes, já que estou proibida de escutar "músicas subversivas"), comer e dormir.
Mas, continuando, a manhã se arrastou lentamente, ruidosa, inodora, insossa e incolor, quase como quando você acorda e tenta desesperadamente continuar sonhando. (Sim, meus sonhos - enquanto durmo - tem cheiro, cor e gosto mas não barulho. Apenas, talvez, trilha sonora instrumental).
Á tarde, prova de biologia. Mas isso não me interessa agora. Mas, estar ali, na escola, com garotas cheias de curvas e movimentos suaves me fez sentir uma falta imensa dos tempos em que ser garota era opcional. Bastava ter nascido garota. Ou ser passiva.
Agora precisa-se de cabelos bonitos e sedosos, papel higiênico no sutiã para aumentar os seios e uma bunda durinha. Fora a compleição semi-esquelética.
Depois de desejar ardentemente ser um garoto e nada mais do que isso (como se fosse simples) por horas, resolvi vir pra casa, quem sabe não tinha uma nova oportunidade de encher a cara (breves instantes de euforia... ahh, até parece que eles vão me deixar sozinha em casa por enquanto...). Saí com o Pedro, na chuva, ansiando pela monotonia da minha tarde de quarta feira em casa.
Bom, acabei me surpreendendo, indo pra academia, Grande Lar dos Estereótipos. E descobri que ser garoto não é tão diferente de ser garota. Não basta mais ter pau. Precisa-se de músculos, amigos musculosos, pouco cérebro e tudo o mais.
Uhm, foi bom andar por aí na chuva, saber que eu não estou na pior, comer com um sentimento mínimo de culpa, rir da desgraça alheia, compartilhar obssessões e mais nada!
O ruim é o cheiro de remédio que persiste e a coloração alaranjada nas pontas dos dedos, camuflados com blush.
Queria que todos os dias fossem como hoje, com sutis diferenças. Embora, talvez a beleza esteja na raridade com que ocorrem.
Como eras do gelo.
4 comentários:
boa noite, vagem.
Viagem ao centro do quê?
Ao centro de vc mesma, ao centro do corpo humano (prova de biologia), ao centro daputaqueopareu, ?
Traduzi o título com muito custo e duvido que vc faria isso.
Aliás, não duvido, nunca posso duvidar de vc pq vc sempre dá um jeito.
eu gosto de vc de um jeito putamente que grande que me emputece a noite e me deixa excitado. Talvez tenha a ver com o fato de vc ser assexuada, como vc mesma me diz as vezes.
Te amo, vagem.
E você não pode ser Kurt Cobain.
Asher, você não lê nada do que eu digo, seus comentários não são construtivos e assexuada é sua mãe, pq ngm quis comê-la pra que ela engravidasse de você.
Aaahhnn, eu te odeio e quem me emputece é você com sua ejaculação precoce.
aeijoie, nem vou excluir esses comentários anunciados no msn pq eu nem ligo.
E posso ser quem eu quiser, quando quiser.
Adoro o que você escreve. Adoro.
Gosto do seu jeito de relatar o dia à dia dando uma opinião verdadeira somente sua, e acabada se encaixando sem querer ou querendo a praticamente tudo o que existe.
"Momentos de lucidez são raros. Normalmente eu fico calada, sem me concentrar em nada... Se leio, esqueço. Se falo, perco o "fio da meada". Se observo, viajo."
Tem uma música, mas não me lembro qual é.. em que diz que a paz em silêncio, é somente o medo.
estive pensando nisso essa noite, e acho que é verdade. sempre tive medo de ter medo, e talvez isso seja ruim, ou bom. acho que só é uma coisa flutuando em meio as outras.
e enfim, acho que não quis dizer nada.
e você não me passou o seu orkut rs mas pelo menos descobri que você mora perto de mim.
beijos
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