Imagem por dalager
Se fôssemos mais fáceis, talvez, todos nós. Se nos importássemos menos em guardar segredos e fugir dos lugares comuns.
Se tivessemos menos medo de perder nossa individualidade - eu não gosto de aspargos, filmes de terror, sorvete de chocolate (n) -, se mentíssemos menos, se falássemos menos, se escolhêssemos menos, se tolerássemos mais, se prestássemos atenção, se escrevêssemos mais cartas e bilhetes, se mandássemos mais flores, se acordássemos mais cedo, se fôssemos como gostaríamos de ser, se tivéssemos o que queremos ter, se nossas meias estivessem limpas, se a luz se apagasse nos momentos certos, se os amigos durassem pra sempre, se queijo nunca estragasse, se Pushing Daisies não tivesse sido cancelada, se Ellen Page não tivesse sido atriz, se o Renascimento fosse perpétuo, se os livros de auto-ajuda ajudassem, se o suicídio nunca parecesse a melhor opção, se almas gêmeas existissem, se não houvesse sujeira, se ninguém passasse fome ou frio, se todo mundo adorasse musicais, se Courtney tivesse matado o Kurt, se garotos gostassem de garotas de rabo de cavalo, se todo mundo tivesse o cabelo que quisesse, se esmalte durasse mais, se ir à igreja não fosse penoso, se escrever poesia fosse perfeitamente simples e aceitável, se os continentes fossem mais próximos, se pudéssemos ir sempre até a padaria, se houvesse vgas pra todo mundo nas universidades, se doenças fossem desnecessárias, se amor fosse sempre bilateral, se amigos fossem fáceis de fazer, se Jordan Catalano gostasse de garotas comuns, se Sid não tivesse conhecido Nancy.
Mesmo assim não ficaríamos satisfeitos, porque ainda estaríamos vivos.Mesmo assim estaríamos condenados a vagar pelo labirinto de nossos próprios desejos, onde paredes são erguidas diariamente, porque somos humanos e existimos.
A diferença reside no grau de insatisfação.
A diferença reside em aceitar e esquecer seu labirinto ou caminhar por ele e descobrir o que você deseja (você tem medo de seus próprios desejos também?).
Você vem?
7x08 Where do I belong?
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garota solteira procura,
Imagem por Photodotty
Nos fins de semana, pessoas saem. Eu ando de ônibus por 3 horas. Nos fins de semana, pessoas se divertem. Eu também. Jogo The Sims.
E, na segunda, eles falam e riem de forma tonitruante e afetada sobre as coisas que fizeram e eu não pude fazer.
Era assim antes e é assim agora. O mesmo sentimento de não pertencer a lugar algum, a velha combinação inconsciente - ninguém faz esse tipo de coisa maldosa "Pra que chamar a B.?" conscientemente, não é? -
O afastamento gradual. Eu acho que poderia me esforçar pra fazer parte de algo. Mas eu já tentei antes.
As pessoas talvez não saibam mas perder amigos é muito pior do que corações partidos. Não há pote de sorvete que dê jeito, não se substitui um amigo simplesmente encontrando outro - de minha parte, ao menos -.
Então, me recuso, absolutamente, a me esforçar até que eu encontre um lugar ao qual eu queira pertencer, um lugar em que as minhas complicações e afastamentos súbitos não me excluam mais.
Estou cansada dessas fotos das quais não faço parte e das histórias que não me são contadas. Convites que não me são feitos e daquela bolha invisível que envolve as pessoas quando me aproximo.
Quando eu penso nisso, sinto falta de ser aceita. Sinto falta de não ter que guardar segredos que fossem meus, de ser importante. Nessas horas, e apenas nessas horas, sinto falta de ser parte do Clã.
Mas a vozinha da minha cabeça me recorda do dissabores passados, dizendo "Antes só do que mal acompanhada".
E eu respondo em voz alta: "Amém".
Nos fins de semana, pessoas saem. Eu ando de ônibus por 3 horas. Nos fins de semana, pessoas se divertem. Eu também. Jogo The Sims.
E, na segunda, eles falam e riem de forma tonitruante e afetada sobre as coisas que fizeram e eu não pude fazer.
Era assim antes e é assim agora. O mesmo sentimento de não pertencer a lugar algum, a velha combinação inconsciente - ninguém faz esse tipo de coisa maldosa "Pra que chamar a B.?" conscientemente, não é? -
O afastamento gradual. Eu acho que poderia me esforçar pra fazer parte de algo. Mas eu já tentei antes.
As pessoas talvez não saibam mas perder amigos é muito pior do que corações partidos. Não há pote de sorvete que dê jeito, não se substitui um amigo simplesmente encontrando outro - de minha parte, ao menos -.
Então, me recuso, absolutamente, a me esforçar até que eu encontre um lugar ao qual eu queira pertencer, um lugar em que as minhas complicações e afastamentos súbitos não me excluam mais.
Estou cansada dessas fotos das quais não faço parte e das histórias que não me são contadas. Convites que não me são feitos e daquela bolha invisível que envolve as pessoas quando me aproximo.
Quando eu penso nisso, sinto falta de ser aceita. Sinto falta de não ter que guardar segredos que fossem meus, de ser importante. Nessas horas, e apenas nessas horas, sinto falta de ser parte do Clã.
Mas a vozinha da minha cabeça me recorda do dissabores passados, dizendo "Antes só do que mal acompanhada".
E eu respondo em voz alta: "Amém".
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silêncio
7x07 Uma idéia só
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garota solteira procura,
Imagem por london
" O que você sente ao vê-lo?" - ele questiona.
- Sullivan Street, do Dashboard Confessional, é como me sinto.
Take the way home that leads back to Sullivan Street
Past the shadows that fall down wherever we meet
Pretty soon I won't come around Cross the water and home through the town
I'm almost drowning in her sea
She's nearly fallen to her knees
(...)
It's almost everything I need
I'm down on my knees
I'm down on my knees
Acho que é disso que cada uma dessas coisas se trata. Cada um deles é parte do meu caminho pra casa, sendo que minha casa é o cara do qual eu vou obviamente gostar "down on my knees", bilateralmente "she's nearly fallen to her knees".
Ele vai ser minha casa, ou minha casa vai ser onde ele estiver. Clichê, não?
Então, sempre que eu vejo um deles, é isso que eu sinto, como se faltasse pouco pra chegar em casa.
"E quanto falta agora?"
Acho que vou saber só quando não faltar mais nada. Quando não houver mais dúvida.
" O que você sente ao vê-lo?" - ele questiona.
- Sullivan Street, do Dashboard Confessional, é como me sinto.
Take the way home that leads back to Sullivan Street
Past the shadows that fall down wherever we meet
Pretty soon I won't come around Cross the water and home through the town
I'm almost drowning in her sea
She's nearly fallen to her knees
(...)
It's almost everything I need
I'm down on my knees
I'm down on my knees
Acho que é disso que cada uma dessas coisas se trata. Cada um deles é parte do meu caminho pra casa, sendo que minha casa é o cara do qual eu vou obviamente gostar "down on my knees", bilateralmente "she's nearly fallen to her knees".
Ele vai ser minha casa, ou minha casa vai ser onde ele estiver. Clichê, não?
Então, sempre que eu vejo um deles, é isso que eu sinto, como se faltasse pouco pra chegar em casa.
"E quanto falta agora?"
Acho que vou saber só quando não faltar mais nada. Quando não houver mais dúvida.
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Skank
7x06 Leviatã
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garota solteira procura,
Imagem por askal.bosch
Estamos tão próximos que eu poderia enxergar dentro dele, se eu não fosse tão egocêntrica.
Me afasto um pouco e nos olhamos, fazendo aquele acerto que os amantes conhecem, aquele olhar de acordância que precede o beijo.
Ele abre a boca e eu ouço um matraquear, um treec trec treec lá dentro. "Dementadores?", pergunta Lucille - estou nesse humor potteriano, compreendam -. O trec trec continua, cada vez mais rápido e eu vejo algo luzir no buraco escuro dentro dele, que continua de olhos fechados, esperando.
- Nona, o que é esse trec trec?, pergunto.
- São asas, meu bem.
Eu o teria beijado, apesar das asas. Eu não me importaria com tão pouco. O problema era o cheiro, o cheiro de esgoto e
- Nona, o que são essas luzinhas lá dentro.
- São olhos, meu bem, são olhos.
Estamos tão próximos que eu poderia enxergar dentro dele, se eu não fosse tão egocêntrica.
Me afasto um pouco e nos olhamos, fazendo aquele acerto que os amantes conhecem, aquele olhar de acordância que precede o beijo.
Ele abre a boca e eu ouço um matraquear, um treec trec treec lá dentro. "Dementadores?", pergunta Lucille - estou nesse humor potteriano, compreendam -. O trec trec continua, cada vez mais rápido e eu vejo algo luzir no buraco escuro dentro dele, que continua de olhos fechados, esperando.
- Nona, o que é esse trec trec?, pergunto.
- São asas, meu bem.
Eu o teria beijado, apesar das asas. Eu não me importaria com tão pouco. O problema era o cheiro, o cheiro de esgoto e
- Nona, o que são essas luzinhas lá dentro.
- São olhos, meu bem, são olhos.
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Ian Van Dahl
7x05 Nobody puts dead baby in a corner
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garota solteira procura,
Imagem por zazie_
Eu consigo ouvir uma respiração intensa no apartamento vazio quando apago as luzes, você não? O leve rosnado, as sombras se movimentando.
- É só a insônia, B., não o Sinistro.
De olhos arregalados, eu as ouço avançar, hordas delas. Mas, por que eu?
Elas sentem o cheiro pútrido do meu medo, por isso.
Elas se aproximam para atacar.
"A melhor defesa é o ataque, benzinho"
Corro até elas, expelindo meu veneno às cegas, deixando-as agonizar.
Quando abro os olhos, estou cercada de cadáveres. Cadáveres de machos, de fêmeas, de filhotes. Bebês.
Uma pequenina aberração que sobreviveria a uma guerra, agora frágil e molhada.
Quem foi que disse que o que me assusta não merece estar vivo?
Enveneno-me por assustar a mim mesma, com meu medo cego e caio, tonta, encolhida, o pensamento vagando.
Penso em bebês que não terei,
penso na comida que comerei no jantar.
Eu consigo ouvir uma respiração intensa no apartamento vazio quando apago as luzes, você não? O leve rosnado, as sombras se movimentando.
- É só a insônia, B., não o Sinistro.
De olhos arregalados, eu as ouço avançar, hordas delas. Mas, por que eu?
Elas sentem o cheiro pútrido do meu medo, por isso.
Elas se aproximam para atacar.
"A melhor defesa é o ataque, benzinho"
Corro até elas, expelindo meu veneno às cegas, deixando-as agonizar.
Quando abro os olhos, estou cercada de cadáveres. Cadáveres de machos, de fêmeas, de filhotes. Bebês.
Uma pequenina aberração que sobreviveria a uma guerra, agora frágil e molhada.
Quem foi que disse que o que me assusta não merece estar vivo?
Enveneno-me por assustar a mim mesma, com meu medo cego e caio, tonta, encolhida, o pensamento vagando.
Penso em bebês que não terei,
penso na comida que comerei no jantar.
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