Imagem: TingTing Huang
L. me diz que é você, Holden.
Me diz "Deixe o Otto pra trás, é ele".
- Mas, e se não for?
- Ele é inteligente.
- Mas e a angústia, a prudência? E os erros repetidos?
- E você? E as frases desconexas? Desequilíbrio, infortúnio!
- Tudo bem, mas quando?
- Você tem andado alegre demais, não é como você é. Por que você não o confrontou, no outro dia? Você fica fugindo disso!
- Eu não quero isso, L. Quero ficar assim, quero Otto.
- "O hoje é a finalização natural. Aceite as perdas"
- E os erros, L.? E os erros repetidos?
- É a história, B. A história se repete. Não é familiar pra você? Holden, o segredo, a impossibilidade.
- Eu não quero me machucar, L.
- Você precisa, B. A lucidez deve encontrar a tristeza.
- Tá, eu sei. Já ouvi isso antes. Mais alguma coisa? Mais algum argumento nonsense em favor do Holden?
- Na verdade, sim. Mais um.
- Fala.
- Lembra disso: "Vai acontecer quando a ajuda do outro for necessária"? Isso te lembra alguma coisa? Talvez duas coisas?
- Eu não pedi a ajuda dele!
- Mas ela disse "quando a ajuda do outro for necessária". E você precisava de ajuda, admita! Com o James e depois com...
- Já entendi. Mas e agora, L.? O que acontece?
- Agora, deita no meu colo e espera a tristeza. Ela vem. Em algum momento, ela vem.
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