Imagem: TingTing Huang
- L., não me deixe passar por isso de novo.
Ela me olha, com pena e dor nos olhões azuis-verdes:
- É tarde demais.
E Otto, que não responde ao meu chamado. Deixo mensagens, escrevo cartas que retornam ao remetente.
- Eu te amo. Sempre. - digo pro fone mudo.
Holden me diz oi, sorri. Sinto vontade de tocar-lhe os cabelos como quem diz "acabou, mas nenhuma paixão é em vão, Holden. Você me ensinou tanto. Não só sobre o curso do sangue, toques inesperados e intensidade. Você me ensinou sobre mim, também".
Connor me trouxe de volta a vontade, mas nem considero dizer a ele mais do que um obrigada.
- L., não me deixe passar por isso de novo. Vamos fugir, vamos pra longe desse lugar. Ela está fazendo aquilo de novo, me mantendo aqui. Pegue suas roupas, eu pego os livros, vamos embora, vamos ficar quietas, vamos pensar em outras coisas, mais fúteis.
Ela passa a mão no meu rosto, no meu cabelo, cola os lábios no meu ouvido e sussurra:
- É tarde. Sei o que você quer fazer, sei que teme a vida e o destino, sei que tem medo de si mesma, do que pode fazer. Mas não pode fugir, não conseguiria. Você deve. Você quer.
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