Imagem: TingTing Huang
Eu destruo o seu mundo, sua rotina perfeita, impecável.
De amigos, liberdade e paixões platônicas. Prendo você, te quebro as pernas, imobilizo, acorrento.
Eu sou tristeza, arreios, estribo e sela.
Você também me quebras as pernas, me dá asas. É terremoto, furacão, tempestade. É todas as lendas sussurradas ao redor das fogueiras da minha mente, tudo com que se deve tomar cuidado.
Você é vida, asas, chaves e vento. A promessa de dias claro-escuros, correria e rebeldia.
Eu sou só isso, gaiolas e muros, a promessa de labirintos.
Eu sou a ordem alfabética e dias da semana e gráficos estáveis.
Você é a formiga desencontrada, um mundo inteiro caótico e perfeitamente controlado. Uma explosão solar.
Eu sou o cheiro de gás, insidioso e sufocante.
Sou o zangão, a abelha operária.
Acordo assustada e me pergunto "Como é que isso vai dar certo?"
Eu olho sua boca, ouço sua respiração, toco sua pele. E você é tão mais real do que qualquer outra coisa. Isso é real, nós somos. Eu quase me percebo.
Tá dando certo. Eu não sei como, nem até quando. Mas tá. Contra todas as probabilidades, todas as impossibilidades, todos os estudos e textos e regras da natureza.
Tá dando certo. E isso é MUITO bom.
Em caixa alta mesmo.
24x05 Galactus versus Oppenheimer
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