Imagem: TingTing Huang
(É sobre um cara, sobre uma garota que eu nem sei se o ama, se o amava. Sei que não está dando certo, que as coisas não estão acontecendo como ela queria. Engraçado como ninguém ainda olhou pra ela e disse "coitada", como as pessoas teimam em colar no peito dela a temida letra escarlate. Talvez eu devesse fazer isso também. Mas eu não consigo. Influência da Lisbeth, talvez, não dou a mínima pra nada disso, mas quebraria o nariz dele a qualquer hora se, no fim, só ela levasse a culpa. Afinal de contas, que eu saiba, o cérebro é quem comanda os movimentos da língua.)
Por favor, não me use essa expressão, assim, como se não fosse nada, nesse intervalo de duas semanas.
Não é que eu saiba realmente o que quer dizer, a diferença cronológica entre ser e estar. Não é que eu me importe com isso, com o que você diz, com o que sente.
Não ligo pro quanto dura, tento não julgar, não me importo.
O que me incomoda é a sua certeza, a sua intensidade, o seu suspiro, a patente inclinação do seu corpo para a esquerda, sua reação ao contato, sua reação ao estímulo.
Como é que pode alguém funcionar assim tão bem? Ser tão perfeitamente receptiva a um sentimento novo assim tão pouco distante do antigo?
Como é que se apaixona assim? Sem dúvidas, sem dores, sem ter que expelir o ácido restante do último não-relacionamento? Curando-se de um lovebug e pegando outro em seguida?
Estou com inveja. Quero ter sua certeza, quero dizer que amo, e amar de verdade. Quero não ter mais dúvidas, não hesitar. Eu quero me apaixonar também, nem que tudo dê errado no fim, nem que eu tenha que viver com isso por anos, nem que eu me machuque de verdade.
Eu não me importo com o que você fez, com o que você diz, com o que você prega. Eu faria a mesma coisa se, ao menos, sentisse algo por alguém.
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