Imagem: TingTing Huang
É típico de gente solitária como eu não querer ser solitária. Sentir falta de vozes e ruídos, de calor e risadas.
Comum passar diante de uma janela e pensar que procura alguém pra olhar quando, na verdade, procura alguém olhando.
Devaneios são hábitos, acontecem tanto que, às vezes, é difícil saber se aconteceram ou não. Encontros, conversas, toques na campainha. Tudo isso acontece numa manhã, diante da janela, observando movimentos de persianas.
Eu sinto que tenho feito isso. Feito uma voyeur incontrolável, tenho te observado por entre as persianas dos dias. Andei me disfarçando de cool kid pra te ver sorrir e te ouvir falar, boquiaberta, como se tudo o que você dissesse fosse importante.
Estive pensando em coisas tão tolas que me embaraça lembrar delas.
Te observei da forma mais constrangedora possível, mas racionalizei a coisa toda e entendi, e aceitei que você não estava disponível.
Mas, agora,
Bom, vou deixar minhas persianas abertas.
Quem sabe uma hora você me vê?
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