Imagem: TingTing Huang
Cara Ulrika,
me doem os pés.
Eu acordei de madrugada, fui para o apartamento vazio e sujo e dancei.
Dancei a música da noite, ágil e intensa.
Depois, me sentei nos pedaços de madeira e pó de gesso e pensei em nós. Eu vou ser amada, Ulrika.
Com todos os meus segredos e particularidades.
Minha pele, meus cabelos, meus esqueletos no armário.
Eu vou ser amada, Ulrika, pelos meus dedos, minha boca, a maneira como me perco dentro de quem talvez eu seja. Alguém vai amar meu passado pelo que ele fez por mim e não vai sentir medo.
Vai amar as cicatrizes dentro de mim e o sangue nas minhas veias.
Eu vou ser amada.
Pelo que eu sou. Pelo meu medo de mudanças, meu nojo de molhos, pela minha incapacidade de decidir.
Ulrika, alguém vai me amar apesar de toda a dor que causei, alguém vai amar meus livros e minhas histórias. Vai amar quem eu sou e quem eu quero ser.
Não precisa amar tudo.
Só precisa querer fazer isso
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