Imagem: TingTing Huang
Fechei os olhos, música ruim, nem um pouco bêbada.
Bored as fuck.
Os rapazes passando, a vida passando,as pessoas se beijando aqui e acolá, gosto de Heineken na boca.
Eu não queria ir embora.
Mas não queria mais ficar.
Fechei os olhos, último fim de semana do vênus, e eu encostada na parede, movendo as pernas de mansinho. Sussurro breve, brisa com cheiro de grama recém-cortada: decidi confiar.
Dancei. Uma duas, mil músicas ruins.
Até que você chegou.
E me assustou.
Me fez rir.
Me fez mentir.
Me fez sentir pena, familiaridade, um pouco de medo, posição defensiva.
Falou comigo e eu ri.
Dei um passo pra trás, mas o espaço não era suficiente pra fugir da sua boca.
Aí você me beijou.
E, surpresa das surpresas,
foi bom.
Eu sóbria, você nem sei,
as músicas horríveis derretendo junto com a luz,
minha boca com gosto de cerveja, a tua com gosto de cigarro e de promessas.
Foi bom.
De um jeito diferente de todos esses últimos meses, livre de culpa e de tristeza, só beijo, beijo só.
Pediu meu número, prometeu sorvete.
Eu te fiz rir.
E você foi embora.
Dei de ombros, vocês sempre vão embora.
Geralmente, eu não ligo.
Mas liguei.
Olhei o visor do celular, procurando uma coisa qualquer.
Uma.
Duas.
Três.
Cem vezes.
E nada.
Veio o Dragon Maker perguntar se queria sair,
Eduardo-o-arquiteto chamando pra beber,
mais um ou outro.
E nada de você.
Dei de ombros.
Mas olhei o visor do celular
Uma,
duas,
três
e você apareceu.
E eu percebi que tinha estado esperando.
Loucura, é, nem te conheço.
Mas quero.
Não me sinto assim há um tempo, muito tempo.
Frio na barriga,
você fala,
e eu só quero que você não pare de falar.
Quero gostar de você.
Loucura, é.
Nem te conheço.
Mas quero.
Wish me luck.
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