Imagem: TingTing Huang
O mundo gira. Rápido demais, brilhante demais.
às vezes, eu me pergunto:
garotas bonitas enxergam o mundo assim?
O velho dilema, guardado sob as costelas, explodindo sob o barulho do meu coração pulsando sangue rápido demais.
Eu quero dizer, eu quero encontrar as palavras, mas não quero mais ter que dizer, de novo e de novo,
porque nunca deixa de machucar, nem um pouco.
E eu sempre achei que o problema estivesse apenas nos meus olhos,
uma bagagem de 26 anos de me sentir pequena, menor, insignificante e estúpida,
e isso, isso é só um dos problemas.
A cor da minha pele sussurra baixinho as coisas que eu não posso ouvir, e a cor da sua pele fala uma língua completamente diferente que as pessoas parecem ouvir, a cor dos seus olhos, e eu simplesmente não consigo entender.
Por que?
Eu tento te dizer, eu tento falar a sua língua, eu te imploro, por favor,
me deixe ser.
Eu posso viver com isso, eu posso lidar com o gosto amargo de não ser como você, mas, por favor,
me deixe ser.
E então, eu, feito um Edmond Dantes, só preciso de amor e de um barco num mar calmo, por onde eu possa navegar, braços pra onde voltar, mas preciso que você me deixe ser, eu penso.
Porque eu me sinto menor,
ainda,
pior.
E eu penso que
tudo bem,
não é você,
sou eu.
Então eu vivo na sua sombra sem saber que eu produzo a sombra.
É apenas um jogo de luzes, e calha de você ter descoberto isso antes e descoberto como usar isso a seu favor.
E as pessoas têm me dito isso há séculos, mas lá estava eu,
vivendo à sombra, lutando contra minha luz, meu corpo, meus cabelos, meus olhos, minha pele, minha capacidade de atrair e de ser amada.
E eu devo dizer, é difícil, pra quem nunca esteve sob os holofotes, simplesmente sair.
Acordar e aceitar que eu posso não ser menor,
pior.
Mas eu posso fazer isso,
se você não estiver mais aqui.
Então nos separamos nessa encruzilhada, nenhuma sombra à vista, no seu caminho ou no meu, por favor, vá em frente, seja feliz e saudável e incrível, eu te desejo tudo de melhor e mais incrível, tudo o que desejar,
exceto a oportunidade de me machucar.
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