Cabelos, cabelos, cabelos.
Meus fios enrolados lutam uns contra os outros, deixando rastros de fios pela casa.
Gostaria que esses fios que tanto amo-odeio fossem apenas fios, indo e vindo, ininterruptamente, nada mais do que instrumentos da minha vaidade.
Mas são mais do que isso, desde sempre. Cabelos nunca são só cabelos.
Veja só, leitor: http://www.youtube.com/watch?v=8hpeu41q31c
Cabelo facilitador.
E que dizer de Neruda à sua Matilde?
Me falta tempo para celebrar teus cabelos.Então corremos em busca dessas sensações pra nós mesmos, porque estamos sempre em busca do que é bom, acho.
Um por um devo contá-los e louvá-los:
outros amantes querem viver com certos olhos,
eu só quero ser penteador de teus cabelos. (...)
"Eu não sei, ela tem agido estranhamente desde que cortou a franja" - e eles terminaram
"Você cortou o cabelo" - ele nunca tinha me visto antes, achava eu.
"Estamos nos separando" - ela tinha recém cortado os cabelos.
"Ela não parece a Karen?" - e isso era bom.
"Ele adorava o meu cabelo" - mas ele tinha ido embora, e ela cortou todo o cabelo, até que não sobrasse nenhum fio.
Depois de presenciar tudo isso, eu deveria ter sabido.
"Seu cabelo cresceu?"
Deveria ter sabido que ele não era nenhum Pablo Neruda.
(E me restaram milhares de fios que me fazem bem nos good hair days, ao passo que não existiam good McCandless days e ele era apenas um)
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