Imagem: TingTing Huang
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Eu não consigo, não dá.
Vamos começar de novo.
Vamos começar do zero, tá bem?
Me diz como foi seu dia.
Eu peço um café.
E você batatas fritas, meu Deus já passa do meio-dia.
Bagunço o seu cabelo, como tá grande, maior do que o meu.
E você desenrola uma das minhas molinhas, pra ver se é verdade.
Senti sua falta e nem sabia que sentia tanta saudade.
Eu tô com medo - você talvez diga.
Não ouvi direito, estava checando minhas mensagens.
Medo de quê?
Fala mais alto, eu não consigo ouvir a sua voz.
E eu só quero ouvir a sua voz.
Mas você fala cada vez mais baixo, em códigos que eu não consigo desvendar,
e o mundo escurece,
você vai embora
e nem olha pra trás.
De novo,
e de novo,
e de novo.
Enquanto eu fico.
Por que você está sempre um passo a frente?
Eu posso me levantar e correr atrás de você,
firme, resoluta,
eu posso segurar seu braço,
de que é que você tem medo?
Me fala,
me grita,
me escuta.
Eu posso me levantar e correr até você,
essa é a hora,
mais uma chance,
(e se for a última?),
minhas pernas inquietas,
meus cabelos revoltos,
meu deus, e se for a última,
mas
(Como pode? Como cabe tanta coisa dentro de uma palavrinha tão pequena, tanto tempo, tantos anos, tantas palavras, tantas pessoas, tantas sensações, tanta covardia?)
E aí acaba,
como sempre acabou.
Você vai embora,
e eu fico.
Eu sempre fico.
Esperando,
esperando,
sem saber pelo quê.
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