Imagem: TingTing Huang
Plic-ploc-tzzt-tzzt-plic-ploc
Ariel é uma fogueira.
Ela queima alto, brilha, ilumina a noite, milhões de cinzas caindo do céu.
Ela alimenta a chama, drogas, paixão e dor.
Ariel queima.
A noite toda, incessantemente, sugando todo o ar ao redor, sufoca os homens e as mulheres, lambe e queima.
E seu cérebro: plic-ploc-tzzt-tzzt-plic-ploc, grita sem fazer som.
Ariel queima.
Álcool, gasolina, tecido, madeira seca, carvão.
Queima, queima feito um pedaço de sol.
O cérebro tzzt tzzt
E ela, nada.
Queima e brilha, ela é incrível, a maior, a melhor, maravilhosa e mágica.
Ariel queima.
Queima tudo e todos ao seu redor, dança até o amanhecer, de novo e de novo, sozinha ou acompanhada, sem nunca parar de queimar.
Tzzt tzzt
Crepita,
queima.
mas um dia chove.
E o fogo se apaga como se nunca tivesse existido.
Mas existiu.
Extingue-se, deixando pra trás tecido queimado, pele queimada, madeira queimada
e o cérebro?
tzzt-tzzt-tzzt
tzzt
tzzt
ztzz
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