Imagem: John Anthony Evans
Aviso: Esse texto não é para ser entendido. Talvez Isabela entendesse na mocidade. A velhice apaga muitas lembranças.
Eu expus minhas teorias, mudei de ideia a cada giro do carrossel vida. Ontem era alimento, já fui doente, já fui tudo, já fui morte. Hoje sou vidro. É o calor da cidade que me escorre, é o tempo.
É esse choque que me molda, esse soprar divino, esse soprar humano.
Ontem a noite ou há 100 anos, estava num trem - ou era metrô? -, eu e mais 6 garotas, falando sem mover os lábios.
Isso aconteceu quando eu não era eu mesma - se xarope, se pílulas, não sei, faz tempo, foi ontem - mas só sabai esperar você.
Veio o príncipe em seu cavalo branco, veio o Temível Pirata Roberts com suas armas, veio o príncipe sapo e seu fraque, veio o poeta e sua língua estrelada, veio o gigante de olhos escuros e veio até um homem que só tinha a oferecer amor.
E de que me servem cavalos, armas, olhos, amor? Diga, de que me servem?
Fico pensando se Deus não se esqueceu de me soprar como soprou Adão, se me deixou disforme sem querer.
Estou esperando que ele se lembre, estou esperando pelo mestre vidreiro que há de soprar em mim a vida que me falta.
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