Imagem: TingTingHuang
Onde você
MORA
VIVE
SE ESCONDE
Tenho essa coisa, digo a Vermund.
Essa coisa que não sei o que é.
Arranho a superfície da coisa, mostro a ele:
- Esta é a coisa
- Eis a coisa
Ele assente com a cabeça e franze a testa, analisa; não conclui nada.
A coisa atrai olhares, chama a atenção.
A coisa.
Um a um, eles se aproximam, analíticos, simpáticos, amorosos, silenciosos ou não.
A coisa é pesada, medida, avaliada.
Depois, eles se enfileiram, os grandes especialistas do nosso tempo, especialistas em coisas que não são exatamente A coisa, e me explicam, um a um, suas teorias sobre
A COISA.
Ouço alguns, os primeiros, com atenção, depois me desligo.
Depois de dezenas, talvez centenas de opiniões, não consigo mais ouvir.
Não consigo, estou cansada de conclusões, preciso ouvir inconclusões.
Exijo, demando que me digam
"Eu não sei".
Mas todos eles sabem demais, sabem tanto que eu não posso, não consigo, não quero mais saber sobre
A COISA.
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