Imagem: TingTing Huang
Queria falar sua língua, aquela que só você entende, que você criou.
Aquela língua criada sob as árvores da sua infância, enquanto seus cabelos cresciam e você era capaz de rir alto e dizer a verdade.
Queria dizer algo significativo, doce e nada assustador, que te fizesse sentir amado, especial, único.
O meu "eu te amo" assusta. É cru demais, estridente demais.
"Gosto de você" não seria suficiente. Tem detalhes demais nessa história. É tanta coisa que eu nem sei como dizer.
"Gosto de você há uns 3 anos" é mais específico, mas assusta.
Queria dizer algo que não te sobrecarregue, tenho medo de dizer que te acho perfeito, porque te faria sentir que deve agir como se fosse perfeito. Mas não é o que eu quero dizer.
É que acho sua humanidade perfeita: seus movimentos, sua voz, seu sorriso. Eu acharia perfeita a maneira como você escova os dentes e amarra os cadarços.
Te amaria se não gostasse de livros, se nunca tivesse ouvido falar do Neil Gaiman - nenhum de nós.
Eu amo o seu corpo. Não desejo parecer pervertida, desculpe. É que já amo seus ossos e sua pele, de longe. Amo as batidas do seu coração. Amo seus músculos, suas carnes grudadas aos ossos, seus cabelos e pelos. Eu amo seus olhos, seu rosto e unhas.
Queria te fazer sentir amado, sem te assustar. Queria te acariciar os cabelos, te escrever bilhetes, ler poesias, ouvir suas histórias e reclamações. Quero me sentar ao seu lado e ouvir sua respiração, te tocar da maneira mais repentina possível, pra ter certeza de que você é real.
Eu queria reconhecer os ruídos dos seus passos e traçar o contorno dos seus ossos.
Eu amo você.
Mas calma, não se assuste.
Deixe-me dizer de novo. E de novo.
Pra ver se a gente se acostuma.
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