Imagem: TingTing Huang
Beijo a sua boca.
E meu coração explode em pedacinhos.
Confundo com amor, porque não conheço amor.
Porque ninguém nunca me explicou que amar não é isso.
Tô sentada na calçada, fumando um cigarro, amuada, porque Ben e Hannah não ficaram juntos no final.
Porque os meus casais favoritos nunca ficam juntos no final.
Alguém passa, me vê, bagunça meu cabelo já bagunçado.
E eu simplesmente tenho que rir.
Nós éramos um dos meus casais favoritos, sabe?
Eu torci bastante.
Mas eu também torci por Otto e eu - acho que ainda torço.
E por McCandless e eu.
Torci por Holden e eu, também.
Antes mesmo do nosso primeiro beijo, eu te falei dessa minha curiosidade, dessa vontade imensa de entender o que é que acontece depois que o filme acaba, depois que o herói beija a mocinha.
- Bom, não dura pra sempre.- digo, pra rua vazia.
Olho pra lua, penso em todas as coincidências, todos os milhares de pequenos enganos e erros que me trouxeram a essa calçada, os joelhos de Otto, a falta de cabelos de Holden, a doença de Augustus, o gosto de doce na boca de McCandless.
E eu percebo,
que estou mesmo à procura.
E que não pretendo parar.
Que esse texto era pra ser sobre você, moço,
mas minha vida não é mais sobre você.
Dou a última tragada no cigarro, e apago o que sobra com o pé, antes de me levantar,
e ir embora.
Pra onde?
Você sabe: setembro.
Enquanto setembro não chega,
oscilo.
Vou, volto.
Amo, odeio, me apaixono e me desapaixono a torto e a direito, fico entediada, escrevo mensagens e volto atrás.
Espero ele chegar.
Mas não tenho pressa.
Não tenho pressa.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário