O pensamento acelera, se divide em 2, 3, 8, uma sequência ilogicamente lógica, sinistra, a trilha sonora muda para o suspense, os pelos da nuca se arrepiam, é dia.
Dia de quê?
Nem sei, mas é. Mordo o lábio inferior até sentir o gosto de sangue.
Fico mais calmo.
Até não ficar.
Algo está errado, muito errado.
Minha mãe me serve o café.
Preto. Cheiro.
Espero que ela beba o dela. 1, 2 goles.
Relaxo.
Bebo.
Gosto doce e quente, me sinto despertar os poucos, a língua queima de leve, mas eu finjo não me incomodar.
Alguém fala comigo.
No começo, não entendo.
Voz lenta, baixa, chega aos poucos e me diz que tomo café.
Minha mente explode em um turbilhão de cores e certezas.
Eu sei.
E ninguém mais sabe,
ninguém mais pode saber.
Finjo,
até quando der pra fingir
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