Imagem: TingTing Huang
Fico me perguntando se você já foi mesmo feliz.
Porque você parece feliz hoje, e eu nunca te vi assim.
Você explica, gesticula, me conta e volta, diz coisas secretas e obscuras, e fala, pela primeira vez em eras, sobre a mulher que você amou.
A mulher que te destruiu primeiro, ou pelo menos é isso o que você pensa, o que você sabe, o que você vê.
Você diz que está livre, que está feliz, que está bem.
E eu quero acreditar que isso é felicidade, que felicidade existe e não é só uma confusão química acontecendo no seu cérebro bem diante dos meus olhos.
Eu quero acreditar que dá pra ser feliz assim, bem desse jeito, porque eu preciso acreditar em algo.
Se eu pudesse acreditar em algo, acreditaria em você.
Acredita que sua vida pode mudar em um piscar de olhos, acreditaria em amor e que existe cura pra gente profundamente triste e quebrada e vazia.
E aí está você,
ainda de pé como um ator, e eu ouço o seu monólogo assombrada, com um pressentimento ruim, uma dor estranha no peito.
Eu não quero que isso que você está sentindo tenha fim.
Eu não quero que seja mentira.
Eu não quero que seja qualquer coisa além de felicidade pura, brilhante, furta-cor, transbordando.
Eu quero ser feliz assim, eu quero que seja de verdade.
Por favor, fique feliz de verdade.
Por favor, esteja feliz.
Por favor, esteja bem.
Por favor, homem, menino, prove que existe.
Eu preciso que exista.
Eu quero ser feliz também.
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