Imagem: TingTing Huang
Cara Ulrika,
você estava errada.
Você disse que ninguém nunca iria ser capaz de nos amar como somos, você me disse e eu acreditei por anos.
Você estava errada.
Eu fui amada.
Várias vezes, de várias maneiras.
Eu vi como era, Ulrika. Sem mentiras. Era eu, era quem eu sou, quem eu era, toda aquela nojeira e cada segredo sendo descoberto devagar, todo o horror de quem eu sou. E eu entendi, Ulri. Entendi o que você tentou fazer.
Entendi que você não estava errada. Você estava mentindo.
Não estava tentando me ferir com a verdade, como eu pensava: estava tentando me proteger.
O problema nunca esteve nas pessoas, Ulrika, e você sempre soube; nas pessoas que nunca conseguiriam entender nossa complexidade, nossa monstruosidade, e nos amar apesar disso, por causa disso.
O problema era eu, não era?
Por isso você disse aquilo. Porque eu é quem nunca ia deixar que alguém me amasse, nunca iria entender, nunca iria conseguir.
Você sabia, esse tempo todo, em que eu andei te afastando, afastando o mundo inteiro, ocupada construindo um muro que impedisse qualquer um de entrar. Impedindo que você entrasse.
Eu queria dizer que quero que ninguém nunca mais tente entrar. Que ser amada dói muito, porque eu não sei, eu não quero saber como fazer. Eu não quero mais tentar.
Queria dizer que não quero mais amar ninguém.
E que não quero mais ficar próxima de ninguém.
Eu quero dizer tudo isso, quero que seja verdade.
Mas já tem mentiras demais entre nós,
não?
Com amor,
B.
26x17 No love lost (Season Finale)
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