Imagem: TingTing Huang
Uau, foi quase.
Eu quase gostei de você de novo.
Estava sentada no sofá, dando risada a não mais poder, lembrando de como era fácil, esquecendo de como era difícil.
De como era boa essa conexão,
de como era boa essa segurança,
de como eu me sentia incrível, invencível.
Aquela sensação boa de ---
Boa de sentir.
Mas ei, B. É só lembrança, aquela confusão agradável de realidades, como quando se olha pela janela do metrô e não se sabe bem qual dos dois cenários é o real.
Lavei o cabelo, pensei em você.
Enquanto estudava,
quando comi castanhas,
e quando calcei meus chinelos.
E foi bom.
Muito bom, mas não é real.
E o único jeito de demonstrar, o único jeito de aprender a desamar é pela pedra.
Fui ver, fui lá ver com meus próprios olhos o que andei evitando, o que todo mundo já viu, todo mundo já sabe, todo mundo já riu da ironia, todo mundo já sentiu pena, o coração apertar no peito ou o alívio de quem só queria mesmo é que você fosse feliz,
Fui lá ver que eu sou a única que não esqueceu.
Puta tolice, a dor foi tão grande e intensa, tão maior do que a de colocar um elástico no pulso, esticar o máximo possível e soltar,
mas tão igual.
Que eu vou usar um por aí, pra puxar toda a vez que eu pensar em você,
pra ver se você passa a doer no corpo
e para de doer na alma.
30x02 Market Guy
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Imagem: TingTing Huang
Estava no mercado comprando bombril, sem necessidade.
Vestia minha roupa de garota bonita e séria, uma discrepância gigante entre o estilo e meu rosto, meu dia.
Ele comprava água em garrafas grandes (mas nem tanto), e outras coisas das quais não me lembro. Rosto cansado, aquelas camisas que gritam rapaz trabalhador, cara de cansado.
CPF na nota, saiu com o andar cansado, de quem não vê a hora de chegar em casa.
Pra onde é que você vai? Onde é que você se esconde? O que é que você faz?
Por que a gente não se conhece?
Por que é que a gente não sai pra tomar café, ou comer alguma coisa?
Por que não?
Eu não quero ficar junto,
eu não consigo lidar com outras pessoas,
eu não consigo lidar comigo,
mas a ideia das oportunidades perdidas não me sai da cabeça.
E você tá aí bebendo sua água de garrafas médias, vestindo suas camisas de rapaz trabalhador, indo e vindo pelas mesmas ruas que são minhas,
e nem sabe
que eu quis muito amar você.
Que bom.
Boa sorte.
Estava no mercado comprando bombril, sem necessidade.
Vestia minha roupa de garota bonita e séria, uma discrepância gigante entre o estilo e meu rosto, meu dia.
Ele comprava água em garrafas grandes (mas nem tanto), e outras coisas das quais não me lembro. Rosto cansado, aquelas camisas que gritam rapaz trabalhador, cara de cansado.
CPF na nota, saiu com o andar cansado, de quem não vê a hora de chegar em casa.
Pra onde é que você vai? Onde é que você se esconde? O que é que você faz?
Por que a gente não se conhece?
Por que é que a gente não sai pra tomar café, ou comer alguma coisa?
Por que não?
Eu não quero ficar junto,
eu não consigo lidar com outras pessoas,
eu não consigo lidar comigo,
mas a ideia das oportunidades perdidas não me sai da cabeça.
E você tá aí bebendo sua água de garrafas médias, vestindo suas camisas de rapaz trabalhador, indo e vindo pelas mesmas ruas que são minhas,
e nem sabe
que eu quis muito amar você.
Que bom.
Boa sorte.
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30x01 Desfecho
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Imagem: TingTing Huang
Uma homenagem a um amigo que nunca tive, cujo nome não sei, mas que já persigo há um tempão: Tom.
Cadê você?
Some, não me responde.
E eu fico aqui sem saber o fim dessa história, que não é minha nem é mais só sua.
Me conta sobre o rosto dela, sobre o cheiro dela e os cabelos recém-lavados.
E eu te conto sobre--
Eu te conto sobre ele, mesmo que você não queira saber.
Vamos falar dessas músicas cheias de significado e eu te mostro minhas cicatrizes e os lugares onde meu coração se partiu.
Você escreve essa tua carta, eu escrevo as minhas,
e queimamos tudo na lixeira, pra que a gente nunca corra o risco de querer entregar.
Senta aqui do meu lado na janela, e a gente toma sorvete e chora as pitangas, como deve ser.
A gente enche o saco, você me explica as etiquetas nas suas roupas, e me diz se ainda dói, me diz quando para, até outubro chegar e passar.
Me explica aquela foto,
aquela música,
noite,
cabelos
e pizzas.
e eu te explico também, eu te mostro minha cicatriz,
e meus livros,
eu te conto sobre a grama e aquelas coisas que chamo de pinhas,
me dá tua mão que eu vou te levar e te contar como foi que eu fiquei assim,
eu vou te falar sobre esse cheiro, e sobre aquele momento em que a gente se olha e faz sentido.
Eu vou te explicar toda essa insegurança e essa falta de conexão, só me deixa demonstrar colocando a cabeça no teu braço.
Vou colocar a mão na tua e não vai ser a mesma coisa, pra você entender que eu entendo.
Que eu entendo
E que eu também tô torcendo
Pra que ele pense um pouquinho em mim.
Mas ó, venha. A gente sabe o que importa,
e não é isso.
Mesmo que eu já tenha digitado o número dele
Duas vezes.
Uma homenagem a um amigo que nunca tive, cujo nome não sei, mas que já persigo há um tempão: Tom.
Cadê você?
Some, não me responde.
E eu fico aqui sem saber o fim dessa história, que não é minha nem é mais só sua.
Me conta sobre o rosto dela, sobre o cheiro dela e os cabelos recém-lavados.
E eu te conto sobre--
Eu te conto sobre ele, mesmo que você não queira saber.
Vamos falar dessas músicas cheias de significado e eu te mostro minhas cicatrizes e os lugares onde meu coração se partiu.
Você escreve essa tua carta, eu escrevo as minhas,
e queimamos tudo na lixeira, pra que a gente nunca corra o risco de querer entregar.
Senta aqui do meu lado na janela, e a gente toma sorvete e chora as pitangas, como deve ser.
A gente enche o saco, você me explica as etiquetas nas suas roupas, e me diz se ainda dói, me diz quando para, até outubro chegar e passar.
Me explica aquela foto,
aquela música,
noite,
cabelos
e pizzas.
e eu te explico também, eu te mostro minha cicatriz,
e meus livros,
eu te conto sobre a grama e aquelas coisas que chamo de pinhas,
me dá tua mão que eu vou te levar e te contar como foi que eu fiquei assim,
eu vou te falar sobre esse cheiro, e sobre aquele momento em que a gente se olha e faz sentido.
Eu vou te explicar toda essa insegurança e essa falta de conexão, só me deixa demonstrar colocando a cabeça no teu braço.
Vou colocar a mão na tua e não vai ser a mesma coisa, pra você entender que eu entendo.
Que eu entendo
E que eu também tô torcendo
Pra que ele pense um pouquinho em mim.
Mas ó, venha. A gente sabe o que importa,
e não é isso.
Mesmo que eu já tenha digitado o número dele
Duas vezes.
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29x23 Landfill (Season Finale)
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Imagem: TingTing Huang
Fui guardar minha caixa de recordações boas em cima do armário e derrubei minha caixa de você. Caiu no chão e espalhou nós dois, jorrou, inundou o quarto de papéis coloridos.
Eu sabia que não devia ler, eu sabia que não estava preparada.
Ainda assim,
li um.
Dois.
Quatro.
Talvez seis.
E chorei. E não me impedi.
Há alguns meses, eu teria engolido o choro e ido ler ou lavar a louça, assistir seriado.
Mas deixei sair.
Deixa chorar.
Chorei porque sim,
porque tô com medo.
Dragon Maker me colocou na parede em definitivo, "Você gosta de mim ou não?", e eu
Chorei.
Porque eu não me importo de verdade se Holden tá saindo com alguém ou não, mas finjo que sim porque
Eu não quero gostar de mais ninguém.
Porque eu não sei pra onde ir.
Eu não sei o que fazer da vida, eu não sei de mais nada, tô sentindo a incerteza mais profunda que já senti na vida, um frio constante na barriga, uma dor de não saber mais o que acontece amanhã.
Eu tô viva.
Mas nem parece.
Como é que você tá?
É sempre assim que acontece?
Por que eu não vejo ninguém se questionando?
A vida faz sentido pra você?
Porque pra mim não faz, nenhum.
Eu tô tão desconectada que tô com medo, que tenho que ser parte, desesperadamente tenho que me sentir parte de tudo, quero estar em tudo, quero ir, quero estar, quero ser.
Mas não quero.
Então eu chorei,
sentei na cama e desdobrei origamis feitos com tanto amor, com tanta dor,
que eu podia sentir meus dedos queimarem.
Eu não quero voltar amanhã.
Eu não quero sair, eu não quero ver ninguém,
e eu não chorei porque é você.
Eu chorei porque sim,
porque eu não sou mais a pessoa que sentia que era certo.
Porque eu não quero mais tirar a blusa pra ninguém,
porque eu só quero o mínimo pra suportar mais uma semana.
Não é que eu precise de colo, ou que me leiam histórias. Minha geladeira está cheia de chocolates,
não é que eu queira olhar aquela mancha no teto do seu quarto,
ou ouvir música no meio da tarde, não é o jeito como a luz do teu carro incide no teu rosto,
nem o cheiro de limão que não sai
Não é aquela fase em que eu esqueço,
porque eu anotei todas as coisas ruins em pequenos corações de papel numerados e a dor em cada um deles quebra minhas costelas, eu só preciso ver os números, eu só preciso saber que existiram.
Mas eu quero aquela certeza, aquela sensação de saber pra onde ir,
eu quero saber que você não é "La jeune fille et la mort", que tem outra opção, que eu não estraguei tudo e é assim que acaba, que não tem mais pra onde ir.
Então eu chorei.
Aí guardei a caixa, guardei a dor pra depois e fui lavar a louça, que ela não se lava sozinha.
Fui guardar minha caixa de recordações boas em cima do armário e derrubei minha caixa de você. Caiu no chão e espalhou nós dois, jorrou, inundou o quarto de papéis coloridos.
Eu sabia que não devia ler, eu sabia que não estava preparada.
Ainda assim,
li um.
Dois.
Quatro.
Talvez seis.
E chorei. E não me impedi.
Há alguns meses, eu teria engolido o choro e ido ler ou lavar a louça, assistir seriado.
Mas deixei sair.
Deixa chorar.
Chorei porque sim,
porque tô com medo.
Dragon Maker me colocou na parede em definitivo, "Você gosta de mim ou não?", e eu
Chorei.
Porque eu não me importo de verdade se Holden tá saindo com alguém ou não, mas finjo que sim porque
Eu não quero gostar de mais ninguém.
Porque eu não sei pra onde ir.
Eu não sei o que fazer da vida, eu não sei de mais nada, tô sentindo a incerteza mais profunda que já senti na vida, um frio constante na barriga, uma dor de não saber mais o que acontece amanhã.
Eu tô viva.
Mas nem parece.
Como é que você tá?
É sempre assim que acontece?
Por que eu não vejo ninguém se questionando?
A vida faz sentido pra você?
Porque pra mim não faz, nenhum.
Eu tô tão desconectada que tô com medo, que tenho que ser parte, desesperadamente tenho que me sentir parte de tudo, quero estar em tudo, quero ir, quero estar, quero ser.
Mas não quero.
Então eu chorei,
sentei na cama e desdobrei origamis feitos com tanto amor, com tanta dor,
que eu podia sentir meus dedos queimarem.
Eu não quero voltar amanhã.
Eu não quero sair, eu não quero ver ninguém,
e eu não chorei porque é você.
Eu chorei porque sim,
porque eu não sou mais a pessoa que sentia que era certo.
Porque eu não quero mais tirar a blusa pra ninguém,
porque eu só quero o mínimo pra suportar mais uma semana.
Não é que eu precise de colo, ou que me leiam histórias. Minha geladeira está cheia de chocolates,
não é que eu queira olhar aquela mancha no teto do seu quarto,
ou ouvir música no meio da tarde, não é o jeito como a luz do teu carro incide no teu rosto,
nem o cheiro de limão que não sai
Não é aquela fase em que eu esqueço,
porque eu anotei todas as coisas ruins em pequenos corações de papel numerados e a dor em cada um deles quebra minhas costelas, eu só preciso ver os números, eu só preciso saber que existiram.
Mas eu quero aquela certeza, aquela sensação de saber pra onde ir,
eu quero saber que você não é "La jeune fille et la mort", que tem outra opção, que eu não estraguei tudo e é assim que acaba, que não tem mais pra onde ir.
Então eu chorei.
Aí guardei a caixa, guardei a dor pra depois e fui lavar a louça, que ela não se lava sozinha.
29x22 Youth
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Imagem: TingTing Huang
Mesa cheia, transbordando de gente. E eu não consigo nem me concentrar, só consigo amar cada um por estar ali.
A sensação de estar sozinha e não estar é boa. Alguém me olha nos olhos e sorri.
Tô satisfeita.
Eu amo aqui, eu amo agora.
Toda a dor some, e eu só quero estar com todos vocês. Aqui e agora.
Eu quero a gente.
Eu quero esse casal junto, quero esses sonhos realizados.
Quero que esse menino incrível nunca mais sinta dor, quero que esse aqui se encontre na vida, quero certeza de que esse aqui vai resolver tudo, quero que aquele seja feliz.
Quero que essa menina seja mais autoconfiante, quero que essa aqui entenda que ela é a pessoa mais incrível do mundo, quero que esses dois dêem certo. Quero que isso aqui dure.
Passo a mão nos ombros, nas cabeças de cada um deles, desejando o melhor de tudo, todo o amor possível, desejo que isso aqui funcione, ei, cara, seja mais gentil, e você entenda que você é linda e inteligente e que nem todo mundo vai ver isso.
Ei, você é lindo. Não precisa se esforçar tanto.
E você. Eu amo você. Porque sim, porque você é gentil. Mas eu sou um monstro.
Você é linda, desejo o melhor.
E você, aí do lado, eu sei. Eu também já estive assim, e melhora, depois piora. Mas eu tô aqui, se quiser conversar, quero te ver bem.
Ei, você, mulher, nossa, como eu tenho orgulho de te conhecer. Como eu admiro essa tua força. Quero ser você quando eu crescer.
E você, que acabei de conhecer e já não quero largar.
Você, joga fora essa tristeza e essa loucura, vem, vem ser feliz.
Você também, me dá um abraço.
E você, mulher, aaaah, você é incrível. Joga tudo o que passou fora e sorria.
Eu só quero amar vocês. Eu só quero que vocês sejam felizes, sempre. Eu quero tanto.
Meu desejo se realizou.
Obrigada,
nunca seria tão bom sem vocês.
Mesa cheia, transbordando de gente. E eu não consigo nem me concentrar, só consigo amar cada um por estar ali.
A sensação de estar sozinha e não estar é boa. Alguém me olha nos olhos e sorri.
Tô satisfeita.
Eu amo aqui, eu amo agora.
Toda a dor some, e eu só quero estar com todos vocês. Aqui e agora.
Eu quero a gente.
Eu quero esse casal junto, quero esses sonhos realizados.
Quero que esse menino incrível nunca mais sinta dor, quero que esse aqui se encontre na vida, quero certeza de que esse aqui vai resolver tudo, quero que aquele seja feliz.
Quero que essa menina seja mais autoconfiante, quero que essa aqui entenda que ela é a pessoa mais incrível do mundo, quero que esses dois dêem certo. Quero que isso aqui dure.
Passo a mão nos ombros, nas cabeças de cada um deles, desejando o melhor de tudo, todo o amor possível, desejo que isso aqui funcione, ei, cara, seja mais gentil, e você entenda que você é linda e inteligente e que nem todo mundo vai ver isso.
Ei, você é lindo. Não precisa se esforçar tanto.
E você. Eu amo você. Porque sim, porque você é gentil. Mas eu sou um monstro.
Você é linda, desejo o melhor.
E você, aí do lado, eu sei. Eu também já estive assim, e melhora, depois piora. Mas eu tô aqui, se quiser conversar, quero te ver bem.
Ei, você, mulher, nossa, como eu tenho orgulho de te conhecer. Como eu admiro essa tua força. Quero ser você quando eu crescer.
E você, que acabei de conhecer e já não quero largar.
Você, joga fora essa tristeza e essa loucura, vem, vem ser feliz.
Você também, me dá um abraço.
E você, mulher, aaaah, você é incrível. Joga tudo o que passou fora e sorria.
Eu só quero amar vocês. Eu só quero que vocês sejam felizes, sempre. Eu quero tanto.
Meu desejo se realizou.
Obrigada,
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29x21 Blow out all the candles
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Acendo uma vela, ponho onde o mundo possa me ver queimar.
Olha onde eu tô.
23 anos.
E eu não sei nada da vida.
Não sei o que vou fazer daqui pra frente.
Tenho medo de voltar pra faculdade.
Tenho medo de não querer mais voltar pra lá.
Medo de não estar à altura da responsabilidade que é cuidar de alguém.
23 anos, e eu ainda não sei amar.
Eu ainda não sei ser amada.
23 anos, e eu ainda não sei dizer não. E ainda leio meus livros na ordem.
23 anos,e eu ainda faço pedidos quando assopro a vela, eu ainda quero ser normal.
23 anos, e eu ainda não sou capaz de lutar contra o mundo pra defender as coisas nas quais acredito.
23 anos, e eu ainda não escrevi nenhum livro, não deixei que as pessoas certas lessem minhas histórias.
23 anos, e eu ainda não me amo o bastante.
Mas isso não é tudo, não é aqui que a história acaba.
23 anos, e eu tenho amigos incríveis, capazes de entender e amar o fato de eu não gostar de escolher.
23 anos, e eu já amei muitas pessoas, e aprendi um pouquinho sobre amor com cada uma delas. E doeu, e eu sangrei como um gladiador romano. Mas passou, e eu fiquei, pra aprender mais.
23 anos, e eu fui amada, várias, incontáveis vezes. Às vezes eu deixei, às vezes não. É parte de quem eu sou.
23 anos, e eu faço pedidos, e eu nunca vou parar de desejar coisas, de querer ser melhor, de querer ser o que eu acho que é normal. Eu quero estar bem. E não quero parar de querer isso, eu não quero me acostumar com essa confusão, com essa dor, esse medo.
23 anos, e eu não sei dizer não quando alguém me pede ajuda, quando alguém precisa de mim. Eu não sei dizer não porque eu gosto de ser útil. Me faz feliz, me faz sentir parte.
23 anos, e eu não sou capaz de lutar pelas coisas em que acredito porque não achei nada pelo que valha a pena lutar. E porque sou capaz de ver as coisas por vários lados. Eu não quero magoar ninguém.
23 anos, e não escrevi nenhum livro, não deixei que as pessoas certas lessem minhas histórias. Talvez eu não escreva bem, talvez eu queira a história certa, a coisa certa. No momento certo. Eu vou saber quando chegar.
23 anos, e eu não me amo o bastante. Mas eu me amo muito, eu amo amar a leitura, amar desconhecidos, minha mania de pensar milhões de vezes, analisar tudo, amo meus cabelos, algumas partes do meu corpo, amo minha capacidade de ser quem eu quiser, minha capacidade de fazer rir, a cor dos meus olhos, minha coragem de levantar da cama, as coisas que escrevo, as coisas que guardo, minha paixão por moda, meu olhar único pra tudo, minha capacidade de ver a poesia das coisas, eu sou esperta, e diferente de todas as pessoas que já conheci. Eu me amo o suficiente pra me considerar única. Eu amo minha coragem de continuar, minha vontade de me desafiar, minha ansiedade, essas pessoas que vivem dentro de mim e que me rasgam ao meio às vezes, amo meu cuidado, a maneira como eu amo as pessoas só por amar mesmo, porque sinto vontade, porque posso, porque quero. Amo minha mania de andar descalça, o dia em que nasci, meu orgulho da minha mãe, o amor que sinto pelos meus irmãos. Eu amo quem sou. Nem sempre é o bastante, mas eu não poderia ser de outra maneira.
23 anos, e eu tenho tanto medo. Mas eu sempre vou ter medo. Eu sempre tive, de tanta coisa.23 anos e eu finalmente entendi que esse medo gigante não vai embora, ele vai ficar aqui, ele sempre esteve aqui. E eu preciso voltar a tomar o controle.
Então, ei
Vela acesa na janela,
Apartamento escuro, sozinha em casa
Eu desejo coragem.
Rio de mim mesma, do leão covarde que me tornei.
Quero coragem.
Coragem pra amar mais e melhor, dar aquele beijo - não o que vai quebrar as pernas de alguém - que vai fazer com que alguém fique, que vai dizer tudo que precisa ser dito.
Coragem pra me amar mais e melhor,
pra controlar esse medo,
pra fazer o que tem que ser feito,
pra chorar quando sentir vontade - eu cansei de ser essa pessoa que não chora -,
pra ser quem eu quiser ser, mesmo que eu só queira ser eu mesma.
Coragem, é o que eu desejo, é o que eu preciso.
Pra mim,
de mim.
Feliz aniversário, B.
Coragem.
Acendo uma vela, ponho onde o mundo possa me ver queimar.
Olha onde eu tô.
23 anos.
E eu não sei nada da vida.
Não sei o que vou fazer daqui pra frente.
Tenho medo de voltar pra faculdade.
Tenho medo de não querer mais voltar pra lá.
Medo de não estar à altura da responsabilidade que é cuidar de alguém.
23 anos, e eu ainda não sei amar.
Eu ainda não sei ser amada.
23 anos, e eu ainda não sei dizer não. E ainda leio meus livros na ordem.
23 anos,e eu ainda faço pedidos quando assopro a vela, eu ainda quero ser normal.
23 anos, e eu ainda não sou capaz de lutar contra o mundo pra defender as coisas nas quais acredito.
23 anos, e eu ainda não escrevi nenhum livro, não deixei que as pessoas certas lessem minhas histórias.
23 anos, e eu ainda não me amo o bastante.
Mas isso não é tudo, não é aqui que a história acaba.
23 anos, e eu tenho amigos incríveis, capazes de entender e amar o fato de eu não gostar de escolher.
23 anos, e eu já amei muitas pessoas, e aprendi um pouquinho sobre amor com cada uma delas. E doeu, e eu sangrei como um gladiador romano. Mas passou, e eu fiquei, pra aprender mais.
23 anos, e eu fui amada, várias, incontáveis vezes. Às vezes eu deixei, às vezes não. É parte de quem eu sou.
23 anos, e eu faço pedidos, e eu nunca vou parar de desejar coisas, de querer ser melhor, de querer ser o que eu acho que é normal. Eu quero estar bem. E não quero parar de querer isso, eu não quero me acostumar com essa confusão, com essa dor, esse medo.
23 anos, e eu não sei dizer não quando alguém me pede ajuda, quando alguém precisa de mim. Eu não sei dizer não porque eu gosto de ser útil. Me faz feliz, me faz sentir parte.
23 anos, e eu não sou capaz de lutar pelas coisas em que acredito porque não achei nada pelo que valha a pena lutar. E porque sou capaz de ver as coisas por vários lados. Eu não quero magoar ninguém.
23 anos, e não escrevi nenhum livro, não deixei que as pessoas certas lessem minhas histórias. Talvez eu não escreva bem, talvez eu queira a história certa, a coisa certa. No momento certo. Eu vou saber quando chegar.
23 anos, e eu não me amo o bastante. Mas eu me amo muito, eu amo amar a leitura, amar desconhecidos, minha mania de pensar milhões de vezes, analisar tudo, amo meus cabelos, algumas partes do meu corpo, amo minha capacidade de ser quem eu quiser, minha capacidade de fazer rir, a cor dos meus olhos, minha coragem de levantar da cama, as coisas que escrevo, as coisas que guardo, minha paixão por moda, meu olhar único pra tudo, minha capacidade de ver a poesia das coisas, eu sou esperta, e diferente de todas as pessoas que já conheci. Eu me amo o suficiente pra me considerar única. Eu amo minha coragem de continuar, minha vontade de me desafiar, minha ansiedade, essas pessoas que vivem dentro de mim e que me rasgam ao meio às vezes, amo meu cuidado, a maneira como eu amo as pessoas só por amar mesmo, porque sinto vontade, porque posso, porque quero. Amo minha mania de andar descalça, o dia em que nasci, meu orgulho da minha mãe, o amor que sinto pelos meus irmãos. Eu amo quem sou. Nem sempre é o bastante, mas eu não poderia ser de outra maneira.
23 anos, e eu tenho tanto medo. Mas eu sempre vou ter medo. Eu sempre tive, de tanta coisa.23 anos e eu finalmente entendi que esse medo gigante não vai embora, ele vai ficar aqui, ele sempre esteve aqui. E eu preciso voltar a tomar o controle.
Então, ei
Vela acesa na janela,
Apartamento escuro, sozinha em casa
Eu desejo coragem.
Rio de mim mesma, do leão covarde que me tornei.
Quero coragem.
Coragem pra amar mais e melhor, dar aquele beijo - não o que vai quebrar as pernas de alguém - que vai fazer com que alguém fique, que vai dizer tudo que precisa ser dito.
Coragem pra me amar mais e melhor,
pra controlar esse medo,
pra fazer o que tem que ser feito,
pra chorar quando sentir vontade - eu cansei de ser essa pessoa que não chora -,
pra ser quem eu quiser ser, mesmo que eu só queira ser eu mesma.
Coragem, é o que eu desejo, é o que eu preciso.
Pra mim,
de mim.
Feliz aniversário, B.
Coragem.
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29x20 Mood
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Acordei no meu corpo e não era eu.
Essa dor de cabeça que não passa, dor nos ombros, dor dor
Acordei e me dei conta de que não tô bem.
O diário me pergunta qual é meu humor, como tô me sentindo hoje.
Me sugere palavras
Ansiosa
Estressada
Okay
...
Eu tô --
O problema é que eu não tô.
Sinto como se tivesse me desconectado durante a noite, como se estivesse com mau contato.
Ligo e desligo, apago, rio tão alto que incomoda os vizinhos, uma risada que não é minha. Daí fico ansiosa, daí paro, respiro.
Claire fala comigo e eu não ouço. Eu não consigo ouvir porque tô pensando numa música do One Direction, lembro que não sei mais o caminho de casa.
Escrevo uma coisa aleatória no meio de uma conversa, e percebo que tô respondendo uma conversa que só aconteceu na minha cabeça.
Eu quero fazer graça, porque tô tentando esconder que não tô aqui.
E que não sei onde eu tô.
Deito no sofá, penso em você.
E não me dá prazer, não me faz sentir nada, é só um pensamento, como lembrar de um filme sem motivo algum, porque viu uma toalha que era parecida com a daquela cena, sabe?
Quero entender se eu te amo, mas hoje não é o dia pra isso.
Então eu danço, até me dar conta de que não sei dançar, nunca soube. De repente as garotas todas evoluem, digivolvem e são todas mil vezes mais bonitas, mais seguras.
Mas eu não me escondo em casa.
Eu rio da minha própria estupidez, da minha falta de confiança, da minha falta de jeito.
E ganho força pra chegar em casa e chorar minha estupidez, minha falta de confiança, minha falta de jeito.
Pego minha coragem na mão e guardo no bolso, pra usar mais tarde,
alguém fala comigo, e eu simplesmente não tô.
Meus olhos escorrem,
e eu sinto milhões de coisas que são uma só.
L. me liga, eu não atendo, abro meu blog pra escrever e, de pronto, no painel, aparece o nome dela e todas as garotas de juntam em uma só, tudo o que eu sempre quis ser numa pessoa só,
e
eu não consigo nem ficar triste.
Então eu toco meus cabelos, bagunço e rearranjo os fios, como se ele fosse um objeto místico com o poder de me acalmar, de me dar forças pra mandar mensagens, pra encarar meus amigos sem escapar de mim mesma, pra fazer o que que tenha que ser feito.
Eu preciso voltar.
Eu preciso estar aqui quando a hora chegar.
Quem quer que eu seja,
onde quer que eu esteja.
- Eu só quero ser normal. Não é pedir muito. - digo pro espelho do banheiro.
Mas ela só me olha com aquele olhar perdido e vazio,
aqueles que a gente dá
quando não tem mais nada que possa ser feito.
O celular desperta
- How are you feeling today?
I'm okay.
Acordei no meu corpo e não era eu.
Essa dor de cabeça que não passa, dor nos ombros, dor dor
Acordei e me dei conta de que não tô bem.
O diário me pergunta qual é meu humor, como tô me sentindo hoje.
Me sugere palavras
Ansiosa
Estressada
Okay
...
Eu tô --
O problema é que eu não tô.
Sinto como se tivesse me desconectado durante a noite, como se estivesse com mau contato.
Ligo e desligo, apago, rio tão alto que incomoda os vizinhos, uma risada que não é minha. Daí fico ansiosa, daí paro, respiro.
Claire fala comigo e eu não ouço. Eu não consigo ouvir porque tô pensando numa música do One Direction, lembro que não sei mais o caminho de casa.
Escrevo uma coisa aleatória no meio de uma conversa, e percebo que tô respondendo uma conversa que só aconteceu na minha cabeça.
Eu quero fazer graça, porque tô tentando esconder que não tô aqui.
E que não sei onde eu tô.
Deito no sofá, penso em você.
E não me dá prazer, não me faz sentir nada, é só um pensamento, como lembrar de um filme sem motivo algum, porque viu uma toalha que era parecida com a daquela cena, sabe?
Quero entender se eu te amo, mas hoje não é o dia pra isso.
Então eu danço, até me dar conta de que não sei dançar, nunca soube. De repente as garotas todas evoluem, digivolvem e são todas mil vezes mais bonitas, mais seguras.
Mas eu não me escondo em casa.
Eu rio da minha própria estupidez, da minha falta de confiança, da minha falta de jeito.
E ganho força pra chegar em casa e chorar minha estupidez, minha falta de confiança, minha falta de jeito.
Pego minha coragem na mão e guardo no bolso, pra usar mais tarde,
alguém fala comigo, e eu simplesmente não tô.
Meus olhos escorrem,
e eu sinto milhões de coisas que são uma só.
L. me liga, eu não atendo, abro meu blog pra escrever e, de pronto, no painel, aparece o nome dela e todas as garotas de juntam em uma só, tudo o que eu sempre quis ser numa pessoa só,
e
eu não consigo nem ficar triste.
Então eu toco meus cabelos, bagunço e rearranjo os fios, como se ele fosse um objeto místico com o poder de me acalmar, de me dar forças pra mandar mensagens, pra encarar meus amigos sem escapar de mim mesma, pra fazer o que que tenha que ser feito.
Eu preciso voltar.
Eu preciso estar aqui quando a hora chegar.
Quem quer que eu seja,
onde quer que eu esteja.
- Eu só quero ser normal. Não é pedir muito. - digo pro espelho do banheiro.
Mas ela só me olha com aquele olhar perdido e vazio,
aqueles que a gente dá
quando não tem mais nada que possa ser feito.
O celular desperta
- How are you feeling today?
I'm okay.
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them again
29x19 Apaixonar-se
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Ela me pergunta se tô apaixonada.
Eu tô.
É, eu tô.
Tô apaixonada por essa música que eu ouvi outro dia,
pela textura mágica do meu cabelo depois que seca,
pelos meus shorts,
pelo meu aplicativo novo.
Tô apaixonada por esse personagem de um livro,
por esse seriado adolescente.
Tô apaixonada pela chuva de madrugada, batendo no telhado enquanto eu considero não dormir nunca mais.
Tô apaixonada pela cor das canetas no papel,
pelo gosto de chocolate e água.
Tô apaixonada pelo meu fio dental com gosto de menta.
E pela cor dos meus sapatos quando estão limpos.
Eu tô apaixonada pela minha capacidade de levantar e ficar triste por ter tão pouco tempo num dia só. (:
Eu tô apaixonada por esse cara, é, esse cara que eu inventei aqui na minha cabeça e que quero nunca conhecer,
Eu tô apaixonada pela ideia de mim mesma vivendo, passando por Março, Abril, pelo famigerado Maio, Junho, Julho, apaixonada por esses planos a longo prazo.
Tô apaixonada pelos dias, pelas semanas que não passam, comida mexicana e um temaki de camarão empanado.
Tô apaixonada por um café que tomei, não pra impressionar alguém, pra agradar, mas porque eu quis.
Tô apaixonada pelos meus próprios gostos, pela minha capacidade de querer as coisas, de ESCOLHER coisas, sem esquecer de querer saber o que as pessoas querem.
Tô apaixonada, sim, L. Por essas poesias que andei lendo,
pela minha raiva de certas coisas, minha capacidade de escolher lados,
de opinar.
E de não fazer nada que eu nao queira fazer.
Eu tô me apaixonando por tudo de novo, tá me dando gosto de ver, de sentir.
Tô doente, tô sabendo,
tô surtando, e sei,
mas tô aprendendo a me apaixonar pelas pequenas coisas de novo.
Eu não disse nada disso, isso é meu.
Só balancei a cabeça e sorri,
como quem guarda um segredo.
Mas eu tô.
Ela me pergunta se tô apaixonada.
Eu tô.
É, eu tô.
Tô apaixonada por essa música que eu ouvi outro dia,
pela textura mágica do meu cabelo depois que seca,
pelos meus shorts,
pelo meu aplicativo novo.
Tô apaixonada por esse personagem de um livro,
por esse seriado adolescente.
Tô apaixonada pela chuva de madrugada, batendo no telhado enquanto eu considero não dormir nunca mais.
Tô apaixonada pela cor das canetas no papel,
pelo gosto de chocolate e água.
Tô apaixonada pelo meu fio dental com gosto de menta.
E pela cor dos meus sapatos quando estão limpos.
Eu tô apaixonada pela minha capacidade de levantar e ficar triste por ter tão pouco tempo num dia só. (:
Eu tô apaixonada por esse cara, é, esse cara que eu inventei aqui na minha cabeça e que quero nunca conhecer,
Eu tô apaixonada pela ideia de mim mesma vivendo, passando por Março, Abril, pelo famigerado Maio, Junho, Julho, apaixonada por esses planos a longo prazo.
Tô apaixonada pelos dias, pelas semanas que não passam, comida mexicana e um temaki de camarão empanado.
Tô apaixonada por um café que tomei, não pra impressionar alguém, pra agradar, mas porque eu quis.
Tô apaixonada pelos meus próprios gostos, pela minha capacidade de querer as coisas, de ESCOLHER coisas, sem esquecer de querer saber o que as pessoas querem.
Tô apaixonada, sim, L. Por essas poesias que andei lendo,
pela minha raiva de certas coisas, minha capacidade de escolher lados,
de opinar.
E de não fazer nada que eu nao queira fazer.
Eu tô me apaixonando por tudo de novo, tá me dando gosto de ver, de sentir.
Tô doente, tô sabendo,
tô surtando, e sei,
mas tô aprendendo a me apaixonar pelas pequenas coisas de novo.
Eu não disse nada disso, isso é meu.
Só balancei a cabeça e sorri,
como quem guarda um segredo.
Mas eu tô.
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The 1975
29x18 What you need
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
- Não dá, não dá. Já disse.
A câmera capta aquela cena em que a atriz - mocinha ou vilã - empurra a tua mão, passa a mão pelo cabelo bagunçado.
- Não dá mais.
Eu não quero amar você.
Mas eu finjo que talvez possa querer, quem sabe um dia, e isso está me matando.
Eu não vou amar você, eu não vou amar ninguém.
A gente volta pra dentro de casa, dormimos juntos, fumo um cigarro, a câmera capta seu peito subindo e descendo, e eu sei que você não está dormindo de verdade.
Não quero mais brincar com você, ando com nojo de mim mesma,
ando com nojo de tudo isso, de toda essa história de gato e rato.
Você vai embora, eu vou embora, escondo a cabeça no travesseiro, tô com vergonha de toda essa loucura,
com medo.
Você só quer ser feliz, eu sei
mas eu não sei fazer isso, eu não sirvo pra isso.
Quer conversar, depois não quer,
e eu só quero que você coloque em palavras o que a gente tá pensando, já que eu não tenho coragem.
Me manda embora, me bota pra fora,
não me deixe te fazer de refém também.
Tira teu nome da minha lista
e corre.
- Não dá, não dá. Já disse.
A câmera capta aquela cena em que a atriz - mocinha ou vilã - empurra a tua mão, passa a mão pelo cabelo bagunçado.
- Não dá mais.
Eu não quero amar você.
Mas eu finjo que talvez possa querer, quem sabe um dia, e isso está me matando.
Eu não vou amar você, eu não vou amar ninguém.
A gente volta pra dentro de casa, dormimos juntos, fumo um cigarro, a câmera capta seu peito subindo e descendo, e eu sei que você não está dormindo de verdade.
Não quero mais brincar com você, ando com nojo de mim mesma,
ando com nojo de tudo isso, de toda essa história de gato e rato.
Você vai embora, eu vou embora, escondo a cabeça no travesseiro, tô com vergonha de toda essa loucura,
com medo.
Você só quer ser feliz, eu sei
mas eu não sei fazer isso, eu não sirvo pra isso.
Quer conversar, depois não quer,
e eu só quero que você coloque em palavras o que a gente tá pensando, já que eu não tenho coragem.
Me manda embora, me bota pra fora,
não me deixe te fazer de refém também.
Tira teu nome da minha lista
e corre.
29x17 Eu não quero mais brigar
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Ao som de Sweetheart, what have you done to us
Prendo meu cabelo lá no alto, tão pouco cabelo, e ele solta, voa. Não me irrito.
Nem tudo é do jeito que eu gostaria que fosse.
Rebobino a fita do tempo, pauso, avanço o filme de nós dois. E lá estou eu, quebrando pratos, quebrando quadros, rasgando papéis.
Pauso.
Toco meu rosto, me abraço forte.
- Não faça isso.
Ela não pode ouvir, eu sei. Mas eu simplesmente tenho que dizer.
Eu não quero mais brigar.
Eu quero me render, quero aceitar as batalhas perdidas, a guerra perdida.
Eu não quero mais ser quem morre.
Eu costumava achar que isso era covardia.
Não querer mais brigar era não querer mais lutar, não querer resolver as coisas.
Tolice.
Eu não quero mais brigar.
E me dói muito admitir isso.
Toco o rosto do meu eu passado, transtornado, desfigurado, confuso, insano.
- Não faça isso, por favor.
Play.
E ela, no meio de toda aquela raiva, de toda aquela dor, para. Coloca as armas no chão. E chora, uiva de dor bem no meio da cozinha.
- Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Eu prometo.
Ao som de Sweetheart, what have you done to us
Prendo meu cabelo lá no alto, tão pouco cabelo, e ele solta, voa. Não me irrito.
Nem tudo é do jeito que eu gostaria que fosse.
Rebobino a fita do tempo, pauso, avanço o filme de nós dois. E lá estou eu, quebrando pratos, quebrando quadros, rasgando papéis.
Pauso.
Toco meu rosto, me abraço forte.
- Não faça isso.
Ela não pode ouvir, eu sei. Mas eu simplesmente tenho que dizer.
Eu não quero mais brigar.
Eu quero me render, quero aceitar as batalhas perdidas, a guerra perdida.
Eu não quero mais ser quem morre.
Eu costumava achar que isso era covardia.
Não querer mais brigar era não querer mais lutar, não querer resolver as coisas.
Tolice.
Eu não quero mais brigar.
E me dói muito admitir isso.
Toco o rosto do meu eu passado, transtornado, desfigurado, confuso, insano.
- Não faça isso, por favor.
Play.
E ela, no meio de toda aquela raiva, de toda aquela dor, para. Coloca as armas no chão. E chora, uiva de dor bem no meio da cozinha.
- Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Eu prometo.
29x16 Figs
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Não dormi.
1:00, 2:00. 4:00, depois 6:00 e eu de olhos bem abertos, sem sono, sem nada, o coração estralando as costelas de novo.
Eu tenho medo da vida.
Aí apaguei, acordei tarde, comi, dei risada, dei tanta risada. Estudei, assisti TV, calma. Criei um ambiente seguro pra mim, outra gaiola dentro da gaiola. Tô me mantendo segura. Tô me mantendo sã.
Mas ficar sã, ficar na gaiola, isso não me faz ficar mais forte.
Daqui a pouco é dia 22 e eu tenho que voltar pra lá, e eu não posso me perder de novo.
Enchi a mão de xampu, e lavei os cabelos, mecha por mecha, ao som de músicas da Mallu. Da Mallu, é. E quando ela cantou Sambinha bom, confesso que me deu um medo, um medo de doer, mas não doeu.
Eu respirei fundo e pensei em coisas boas, cabelos brancos, cachinhos curtos, pensei em muitos chocolates, que amores não são perdidos, em um show perdido em algum lugar da memória de Brasília, caído na grama, na lama, no concreto. A canção tocou até o fim, enquanto eu enchia o cabelo de creme e de amor, de amor meu pra mim, cada rolinho uma lembrança boa que eu quero guardar.
Enrolei muito no banheiro, ouvindo cada música que me rasgou a pele meses atrás (quase um ano!), que é música. Não é pra doer.
E aí saí. A pele intacta, o cabelo com cheiro gostoso de carinho e de meu. De mim.
Sentei no sofá, dei minha opinião no grupo das minhas amigas, meu lugar seguro. E uma delas insistiu que eu dissesse pra todo mundo o que pensava. Tive vergonha de dizer que tinha medo, que não ia dizer nada, que meu coração queria sair da boca só de pensar em digitar algo, que minha mão nunca tremeu tanto só porque eu ia dizer que não gostei de algo.
Eu tive tanto medo. E sei que não é normal. Que sou capaz de falar em público, mas não consigo mandar uma mensagem com minha opinião.
Tremi tanto, que não conseguia escrever.
Parei, respirei fundo, mil, trimilhões de vezes.
ô, B. Quem te deixou assim tão covarde?
Queria chorar. Acho curioso que ninguém saiba o quanto me custa mandar uma mensagem.
O peito fica em chamas, o estômago embrulha, os dedos tremem.
Mandei a mensagem, me desculpei pela mensagem, ando me desculpando por existir há um bom tempo.
E as pessoas concordaram comigo.
Gostaram das minhas ideias.
Eu poderia chorar. Gratidão.
Porque eu tô tremendo até agora.
Eu tenho medo da vida.
Eu invento coisas.
E não é só puro estalo, eu leio coisas, eu vejo coisas, eu quero inventar coisas que as pessoas entendam.
Quero ser mais corajosa.
Quero mostrar quem eu sou e o que importa pra mim.
Queria não ter medo de expressar minha opinião, mas queria que as pessoas entendessem esse meu medo.
Esse pavor.
Essa vontade de calar.
Eu tenho medo de viver.
Alguém esbarra em mim e eu peço desculpas.
Desculpe por estar aqui.
Eu não quero mais me sentir segura, porque não é mais suficiente.
Eu quero ser corajosa.
Eu quero me levantar e bater se preciso,
não quero ficar em silêncio.
Não quero me encolher quando alguém muda o tom de voz numa conversa.
Eu quero ser a pessoa que sei que posso ser.
Quero ser minha heroína, meu príncipe do cavalo branco.
Minha casa, meu cavalo, meu cão de caça.
Quero nunca mais tremer ao apertar enviar,
a não ser que seja uma mensagem de amor.
Aí tudo bem.
Esse medo do não eu consigo levar.
Não dormi.
1:00, 2:00. 4:00, depois 6:00 e eu de olhos bem abertos, sem sono, sem nada, o coração estralando as costelas de novo.
Eu tenho medo da vida.
Aí apaguei, acordei tarde, comi, dei risada, dei tanta risada. Estudei, assisti TV, calma. Criei um ambiente seguro pra mim, outra gaiola dentro da gaiola. Tô me mantendo segura. Tô me mantendo sã.
Mas ficar sã, ficar na gaiola, isso não me faz ficar mais forte.
Daqui a pouco é dia 22 e eu tenho que voltar pra lá, e eu não posso me perder de novo.
Enchi a mão de xampu, e lavei os cabelos, mecha por mecha, ao som de músicas da Mallu. Da Mallu, é. E quando ela cantou Sambinha bom, confesso que me deu um medo, um medo de doer, mas não doeu.
Eu respirei fundo e pensei em coisas boas, cabelos brancos, cachinhos curtos, pensei em muitos chocolates, que amores não são perdidos, em um show perdido em algum lugar da memória de Brasília, caído na grama, na lama, no concreto. A canção tocou até o fim, enquanto eu enchia o cabelo de creme e de amor, de amor meu pra mim, cada rolinho uma lembrança boa que eu quero guardar.
Enrolei muito no banheiro, ouvindo cada música que me rasgou a pele meses atrás (quase um ano!), que é música. Não é pra doer.
E aí saí. A pele intacta, o cabelo com cheiro gostoso de carinho e de meu. De mim.
Sentei no sofá, dei minha opinião no grupo das minhas amigas, meu lugar seguro. E uma delas insistiu que eu dissesse pra todo mundo o que pensava. Tive vergonha de dizer que tinha medo, que não ia dizer nada, que meu coração queria sair da boca só de pensar em digitar algo, que minha mão nunca tremeu tanto só porque eu ia dizer que não gostei de algo.
Eu tive tanto medo. E sei que não é normal. Que sou capaz de falar em público, mas não consigo mandar uma mensagem com minha opinião.
Tremi tanto, que não conseguia escrever.
Parei, respirei fundo, mil, trimilhões de vezes.
ô, B. Quem te deixou assim tão covarde?
Queria chorar. Acho curioso que ninguém saiba o quanto me custa mandar uma mensagem.
O peito fica em chamas, o estômago embrulha, os dedos tremem.
Mandei a mensagem, me desculpei pela mensagem, ando me desculpando por existir há um bom tempo.
E as pessoas concordaram comigo.
Gostaram das minhas ideias.
Eu poderia chorar. Gratidão.
Porque eu tô tremendo até agora.
Eu tenho medo da vida.
Eu invento coisas.
E não é só puro estalo, eu leio coisas, eu vejo coisas, eu quero inventar coisas que as pessoas entendam.
Quero ser mais corajosa.
Quero mostrar quem eu sou e o que importa pra mim.
Queria não ter medo de expressar minha opinião, mas queria que as pessoas entendessem esse meu medo.
Esse pavor.
Essa vontade de calar.
Eu tenho medo de viver.
Alguém esbarra em mim e eu peço desculpas.
Desculpe por estar aqui.
Eu não quero mais me sentir segura, porque não é mais suficiente.
Eu quero ser corajosa.
Eu quero me levantar e bater se preciso,
não quero ficar em silêncio.
Não quero me encolher quando alguém muda o tom de voz numa conversa.
Eu quero ser a pessoa que sei que posso ser.
Quero ser minha heroína, meu príncipe do cavalo branco.
Minha casa, meu cavalo, meu cão de caça.
Quero nunca mais tremer ao apertar enviar,
a não ser que seja uma mensagem de amor.
Aí tudo bem.
Esse medo do não eu consigo levar.
29x15 Baby Steps
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
- Ei, vem cá. Saia daí, deixe eu te ver.
E ela descobre a cabeça, sai debaixo das cobertas, viva, palpável, pulsátil: esperança.
Andei lendo meus textos antigos espalhados pela casa, muita dor, vontade de deitar na cama e não acordar mais. Andei pelas ruas feito um fantasma, uma grande mentira contada quando eu era criança, feito gente grande, feito gente.
Ontem à noite, não consegui dormir. Fiquei ouvindo playlists, olhando pela janela, respondendo mensagens, e meu coração batia tão forte de encontro às costelas que senti medo de me machucar.
Eu tô com medo, e nem sei de quê.
Pensar sobre o futuro me faz ficar extremamente ansiosa, a ponto de evitar ao máximo estender meus pensamentos além do próximo fim de semana.
Colapso nervoso, burnout, estresse. Sei lá o que me deu, o que me dá.
Mas eu não estava bem.
Eu disse pra todo mundo que estava tudo bem, mas não estava. Que loucura mentir sobre isso. Que loucura dizer isso agora.
Acho que é essa vibe de sinceridade contagiante de um grupo do facebook, todas aquelas pessoas honestas e lindas contando coisas sobre suas vidas, enquanto eu observo em silêncio.
Bom, eu surtei.
E não vou admitir isso pra mais ninguém, eu acho. Eu surtei. E eu precisava de ajuda. Mas eu não queria ajuda.
De novo, não. Já tive muita ajuda nessa vida, obrigada, e isso vai me perseguir pelo resto da vida.
Então, quando o doutor me olhou nos olhos e me contou uma história, me disse que não poderia me ajudar se eu não contasse a verdade ---
- Tá tudo bem.
Mas não 'tava. Eu perdi o controle sobre mim mesma, sobre as minhas emoções, sobre o meu corpo, sobre a realidade.
E eu só percebi isso muito tarde, porque até eu cheguei a acreditar no "Tá tudo bem".
Eu não conseguia mais me expressar, não controlava meu corpo,
uma bateria de exames pra eu saber que estava toda errada e descompensada
e eu comecei a acreditar que ia morrer.
Ok, parece estúpido. Não foi tão simplista.
Recebi meus exames, fiz o que todo mundo faz: Google. Daí fui pra biblioteca, li o que tinha que ser lido.
O médico viu meus exames, ficou preocupado, pediu que eu fosse a outro médico.
E eu não fui.
Por que?
Exatamente por essa razão na qual você pensou.
Eu deitava na cama todos os dias e pensava
Eu vou morrer.
E não sentia nada sobre isso.
Nada, nada, nada mesmo, eu nunca chorei, eu nunca fui mais gentil com as pessoas por isso ou disse a verdade, ou mandei mais mensagens humilhantes.
Perdi a realidade. Só tinha certeza de que tinha algo crescendo dentro de mim, me engolindo de dentro pra fora, se alimentando de mim, que essa era a razão pela qual eu emagrecia cada vez mais.
Pedi socorro à minha maneira. Escrevi um trabalho sobre o assunto, ganhei "A+" e o professor leu em voz alta, sem saber que era sobre mim que ele lia.
Escrevi sobre minha desesperança em relatórios gigantes que voltavam com mensagens motivacionais que eu guardo com carinho.
E falei sozinha durante 5 minutos sobre meu problema, só pra que a professora dissesse "É justamente isso que ela disse, descreveu perfeitamente".
Eu precisava das pessoas e não queria precisar de ninguém. Eu tinha medo de voltar pra casa depois das aulas e não querer mais sair.
Fiz grandes amigos, que entenderam minha necessidade de não ir embora e ficaram comigo.
E eu percebi, em algum momento, que aquilo não era certo.
Não estava tudo bem.
E foi muito muito muito difícil admitir isso.
As aulas acabaram e eu passei raspando em algumas coisas, tudo desabando.
Lembro de dirigir até o consultório do médico. Foi uma viagem de alguns minutos só, mas eu só queria saber. Como é que isso chama, eu acho. Eu acho que me cansei de estar doente. E nem sei o porquê.
Ele fez tudo o que é feito normalmente, perguntas, exames, piadas. Me disse que achava que não era o que eu pensava. Que achava que era estresse. Pediu uma bateria de exames.
E o resultado?
Ainda não saiu.
Tirei uma quantidade canalha de sangue na última semana, nem sei de onde saiu tanto.
Mas o resultado não importa.
Ele não vai me fazer ficar bem.
Não tá tudo bem.
Mas vai ficar.
Eu sei que vai ficar,
porque eu lavo meu cabelo maluco com amor, não porque acho que se não lavá-lo 4 vezes, vou me sentir limpa.
Sei que vai ficar porque quando acordo, tomo um copo com água.
Sei que vai ficar porque não como pra suprir minha necessidade de qualquer coisa, como porque me faz bem.
Sei que vai ficar quando arrumo meus cabelos, uso maquiagem. Não porque não quero que as pessoas pensem coisas sobre mim, mas porque eu fico feliz.
Porque não entro em crise quando meu cabelo está horrível. Eu uso um chapéu. E gosto.
Sei que vai ficar bem porque afrouxei as rédeas, porque não leio livros que não quero ler. Leio na ordem sim, porque amo minha ordem. Mas não hesito (muito) em admitir que não vou ler um livro. Sinto muito, James Joyce.
Sei que vai ficar tudo bem porque eu sou capaz de chorar de rir sozinha.
E porque parte de mim quer ficar perto das pessoas que eu amo.
Porque eu não tenho medo de sair. E nem de voltar.
Porque eu até digo não, de vez em quando. E me sinto péssima haha, mas NÃO.
E, embora eu ainda não consiga dormir,
embora a ideia de voltar pra faculdade me dê náuseas,
assim como a ideia de escrever histórias, ou sequer imaginar algo,
e eu não queira que ninguém se aproxime demais;
Embora não esteja tudo bem:
Vai ficar.
E não vai ser amanhã.
Nem depois.
Mas isso também não importa agora.
Eu preciso ter paciência.
Não 'tá tudo bem.
Mas vai ficar.
Baby steps, B. Baby steps.
- Ei, vem cá. Saia daí, deixe eu te ver.
E ela descobre a cabeça, sai debaixo das cobertas, viva, palpável, pulsátil: esperança.
Andei lendo meus textos antigos espalhados pela casa, muita dor, vontade de deitar na cama e não acordar mais. Andei pelas ruas feito um fantasma, uma grande mentira contada quando eu era criança, feito gente grande, feito gente.
Ontem à noite, não consegui dormir. Fiquei ouvindo playlists, olhando pela janela, respondendo mensagens, e meu coração batia tão forte de encontro às costelas que senti medo de me machucar.
Eu tô com medo, e nem sei de quê.
Pensar sobre o futuro me faz ficar extremamente ansiosa, a ponto de evitar ao máximo estender meus pensamentos além do próximo fim de semana.
Colapso nervoso, burnout, estresse. Sei lá o que me deu, o que me dá.
Mas eu não estava bem.
Eu disse pra todo mundo que estava tudo bem, mas não estava. Que loucura mentir sobre isso. Que loucura dizer isso agora.
Acho que é essa vibe de sinceridade contagiante de um grupo do facebook, todas aquelas pessoas honestas e lindas contando coisas sobre suas vidas, enquanto eu observo em silêncio.
Bom, eu surtei.
E não vou admitir isso pra mais ninguém, eu acho. Eu surtei. E eu precisava de ajuda. Mas eu não queria ajuda.
De novo, não. Já tive muita ajuda nessa vida, obrigada, e isso vai me perseguir pelo resto da vida.
Então, quando o doutor me olhou nos olhos e me contou uma história, me disse que não poderia me ajudar se eu não contasse a verdade ---
- Tá tudo bem.
Mas não 'tava. Eu perdi o controle sobre mim mesma, sobre as minhas emoções, sobre o meu corpo, sobre a realidade.
E eu só percebi isso muito tarde, porque até eu cheguei a acreditar no "Tá tudo bem".
Eu não conseguia mais me expressar, não controlava meu corpo,
uma bateria de exames pra eu saber que estava toda errada e descompensada
e eu comecei a acreditar que ia morrer.
Ok, parece estúpido. Não foi tão simplista.
Recebi meus exames, fiz o que todo mundo faz: Google. Daí fui pra biblioteca, li o que tinha que ser lido.
O médico viu meus exames, ficou preocupado, pediu que eu fosse a outro médico.
E eu não fui.
Por que?
Exatamente por essa razão na qual você pensou.
Eu deitava na cama todos os dias e pensava
Eu vou morrer.
E não sentia nada sobre isso.
Nada, nada, nada mesmo, eu nunca chorei, eu nunca fui mais gentil com as pessoas por isso ou disse a verdade, ou mandei mais mensagens humilhantes.
Perdi a realidade. Só tinha certeza de que tinha algo crescendo dentro de mim, me engolindo de dentro pra fora, se alimentando de mim, que essa era a razão pela qual eu emagrecia cada vez mais.
Pedi socorro à minha maneira. Escrevi um trabalho sobre o assunto, ganhei "A+" e o professor leu em voz alta, sem saber que era sobre mim que ele lia.
Escrevi sobre minha desesperança em relatórios gigantes que voltavam com mensagens motivacionais que eu guardo com carinho.
E falei sozinha durante 5 minutos sobre meu problema, só pra que a professora dissesse "É justamente isso que ela disse, descreveu perfeitamente".
Eu precisava das pessoas e não queria precisar de ninguém. Eu tinha medo de voltar pra casa depois das aulas e não querer mais sair.
Fiz grandes amigos, que entenderam minha necessidade de não ir embora e ficaram comigo.
E eu percebi, em algum momento, que aquilo não era certo.
Não estava tudo bem.
E foi muito muito muito difícil admitir isso.
As aulas acabaram e eu passei raspando em algumas coisas, tudo desabando.
Lembro de dirigir até o consultório do médico. Foi uma viagem de alguns minutos só, mas eu só queria saber. Como é que isso chama, eu acho. Eu acho que me cansei de estar doente. E nem sei o porquê.
Ele fez tudo o que é feito normalmente, perguntas, exames, piadas. Me disse que achava que não era o que eu pensava. Que achava que era estresse. Pediu uma bateria de exames.
E o resultado?
Ainda não saiu.
Tirei uma quantidade canalha de sangue na última semana, nem sei de onde saiu tanto.
Mas o resultado não importa.
Ele não vai me fazer ficar bem.
Não tá tudo bem.
Mas vai ficar.
Eu sei que vai ficar,
porque eu lavo meu cabelo maluco com amor, não porque acho que se não lavá-lo 4 vezes, vou me sentir limpa.
Sei que vai ficar porque quando acordo, tomo um copo com água.
Sei que vai ficar porque não como pra suprir minha necessidade de qualquer coisa, como porque me faz bem.
Sei que vai ficar quando arrumo meus cabelos, uso maquiagem. Não porque não quero que as pessoas pensem coisas sobre mim, mas porque eu fico feliz.
Porque não entro em crise quando meu cabelo está horrível. Eu uso um chapéu. E gosto.
Sei que vai ficar bem porque afrouxei as rédeas, porque não leio livros que não quero ler. Leio na ordem sim, porque amo minha ordem. Mas não hesito (muito) em admitir que não vou ler um livro. Sinto muito, James Joyce.
Sei que vai ficar tudo bem porque eu sou capaz de chorar de rir sozinha.
E porque parte de mim quer ficar perto das pessoas que eu amo.
Porque eu não tenho medo de sair. E nem de voltar.
Porque eu até digo não, de vez em quando. E me sinto péssima haha, mas NÃO.
E, embora eu ainda não consiga dormir,
embora a ideia de voltar pra faculdade me dê náuseas,
assim como a ideia de escrever histórias, ou sequer imaginar algo,
e eu não queira que ninguém se aproxime demais;
Embora não esteja tudo bem:
Vai ficar.
E não vai ser amanhã.
Nem depois.
Mas isso também não importa agora.
Eu preciso ter paciência.
Não 'tá tudo bem.
Mas vai ficar.
Baby steps, B. Baby steps.
29x14 Atlantis
Postado por
garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Algumas coisas não foram feitas pra acontecer.
- Mas como é que vocês se conheceram?
Eu apertei sua mão debaixo da mesa, como quem diz
Como quem diz nada.
E você contou nossa história, da maneira como você via.
De como a gente se conheceu no pior dia possível, pegamos um táxi juntos. Deixou de fora da história toda a minha loucura, os pesadelos, os meus gritos, pra dizer que "a gente passou bastante tempo juntos".
"Mas tinha esse detalhe", você riu, "um de nós ia se casar. A verdade é que éramos todos muito amigos e as coisas estavam muito confusas naquela época. Então a gente não sabia bem o que estava acontecendo. Aí começamos a nos irritar muito um com o outro, a brigar, a surtar, a nos provocar. De repente, a gente não conseguia mais ser amigo. Mas a gente não conseguia ir embora."
Disso eu me lembro.
Metade das coisas desse apartamento já foram jogadas na sua cabeça.
Mas a gente não conseguia ir embora e não sabia porque.
Ficávamos nos cercando, esperando que o outro dissesse primeiro, esperando explodir com tudo.
Doido isso. Doído.
Amar e não saber que é amor, não poder admitir que é amor.
Lembra daqueles dias em que a gente não conseguia nem se olhar? E a gente nem sabia ainda o que era, o que estava acontecendo.
Você descobriu o que era primeiro. Parou de falar comigo, sumiu do mapa e voltou semanas depois.
A gente não conseguia ir embora.
Você descobriu o que era, mas não me contou.
E eu fiquei sem saber o que é que tinha dado errado na nossa amizade,
quando é que eu ia imaginar que dava pra gostar de outra pessoa? Que era permitido fazer isso.
Você foi fugindo de mim aos pouquinhos, me dando desculpas, gritando comigo por nada, e eu fui sentindo medo e saudade e medo e saudade e um dia você disse que não voltava mais, que não dava mais
Não dá mais o quê? - eu perguntei.
Mas aí eu já não precisava de resposta.
Não dava pra mim também.
Você foi embora,
eu fui embora.
Voltamos.
A gente não conseguia ir.
Mas algumas coisas não foram feitas pra acontecer.
Elas estão aí pra gente saber que existiram por um curto período de tempo,
pra gente se perguntar eternamente
E se?
Algumas coisas não foram feitas pra acontecer.
- Mas como é que vocês se conheceram?
Eu apertei sua mão debaixo da mesa, como quem diz
Como quem diz nada.
E você contou nossa história, da maneira como você via.
De como a gente se conheceu no pior dia possível, pegamos um táxi juntos. Deixou de fora da história toda a minha loucura, os pesadelos, os meus gritos, pra dizer que "a gente passou bastante tempo juntos".
"Mas tinha esse detalhe", você riu, "um de nós ia se casar. A verdade é que éramos todos muito amigos e as coisas estavam muito confusas naquela época. Então a gente não sabia bem o que estava acontecendo. Aí começamos a nos irritar muito um com o outro, a brigar, a surtar, a nos provocar. De repente, a gente não conseguia mais ser amigo. Mas a gente não conseguia ir embora."
Disso eu me lembro.
Metade das coisas desse apartamento já foram jogadas na sua cabeça.
Mas a gente não conseguia ir embora e não sabia porque.
Ficávamos nos cercando, esperando que o outro dissesse primeiro, esperando explodir com tudo.
Doido isso. Doído.
Amar e não saber que é amor, não poder admitir que é amor.
Lembra daqueles dias em que a gente não conseguia nem se olhar? E a gente nem sabia ainda o que era, o que estava acontecendo.
Você descobriu o que era primeiro. Parou de falar comigo, sumiu do mapa e voltou semanas depois.
A gente não conseguia ir embora.
Você descobriu o que era, mas não me contou.
E eu fiquei sem saber o que é que tinha dado errado na nossa amizade,
quando é que eu ia imaginar que dava pra gostar de outra pessoa? Que era permitido fazer isso.
Você foi fugindo de mim aos pouquinhos, me dando desculpas, gritando comigo por nada, e eu fui sentindo medo e saudade e medo e saudade e um dia você disse que não voltava mais, que não dava mais
Não dá mais o quê? - eu perguntei.
Mas aí eu já não precisava de resposta.
Não dava pra mim também.
Você foi embora,
eu fui embora.
Voltamos.
A gente não conseguia ir.
Mas algumas coisas não foram feitas pra acontecer.
Elas estão aí pra gente saber que existiram por um curto período de tempo,
pra gente se perguntar eternamente
E se?
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Too Late
29x13 The host
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Aviso: Este trecho, bem como os dois textos anteriores, foi escrito em 2013.
"Quem é parasita de quem, querido?
Quem rói pelas beiradas,
quem carrega as marcas dos dentes de quem?
Quem adoece?
Mas quem toma emprestado o corpo?
E de quem é a alma nele?"
Eu disse a uma amiga: "Isso não é amor, amor não dói, não é pra doer".
Mas eu não sei o que era, leio esse texto no canto de uma folha do meu caderno do cursinho, passando quase despercebido, e sinto uma dorzinha, um incômodo. Um alívio.
Isso não é algo que uma pessoa feliz escreveria, uma pessoa que sabe o que está fazendo.
Eu não quero Otto de volta, eu não quero ninguém.
Não é uma dor nova, sempre dói, e dói muito.
E vira a gente pelo avesso, de um jeito que não se pode simplesmente desvirar.
Eu sobrevivi, Otto. Quero ir até a sua casa, bater na sua porta, te enfiar essa folha pela goela, gritar "Eu sobrevivi à nós, eu posso sobreviver a qualquer coisa", mas eu não poderia sobreviver a nós de novo. Olho pra essa folha e sinto uma coisa ruim, o estômago revirando, borboletas antigas ou náusea, nem sei.
O tempo passa e a gente esquece. Isso é bom, nos deixa capazes de viver de novo, de amar de novo. Mas eu não quero esquecer.
Você foi incrível, cuidou de mim na minha pior fase, de um jeito que eu nunca mais vou deixar ninguém cuidar, viu meus pesadelos, me ajudou a pentear o cabelo, me trouxe pra casa do hospital. Eu nunca nunca vou deixar de ser grata por isso.
Mas você partiu meu coração, e eu nem sabia que era possível que acontecesse de novo, de maneira tão brutal.
Sangrou tanto, doeu tanto, que eu prometi nunca mais chorar quando alguém fosse embora, e não chorei. Chorei por muitos motivos, mas não por esse, esse nunca mais.
Talvez seja fevereiro, talvez seja o cheiro dessa cidade, do meu apartamento, das minhas coisas, o gosto do chá, o gosto de chocolate branco da sua boca. Talvez seja o medo, a pressão, a vontade de fazer coisas que eu jurei pra você que não faria mais, o gosto dos cigarros que eu não sentia desde que você foi embora. Mas tudo têm voltado, como se eu estivesse recuperando a memória, como se você estivesse em todos os lugares.
Andei pensando sobre tudo o que está errado em mim, todas as coisas ruins que fiz pras pessoas de quem gostei. E eu quis que você estivesse aqui, pra me dizer que as pessoas são todas estragadas por uma razão ou outra, que eu não tô mais quebrada do que ninguém, que tem gente que entende,tem gente que não entende. Que você acha lindo, e deveras curioso, o motivo de eu escrever tantos números no corpo. Pra segurar minha mão quando eu estou mudando, dizer "oi" pra quem quer que eu seja, daquele seu jeito de quem sabe das coisas. Lembro de você dizendo que eu não deveria me envergonhar, "poucas pessoas tem universos dentro delas". Mas eu sinto vergonha, Otto. Me fizeram sentir vergonha, e medo, e sentir que eu era toda errada e descontrolada.
Doente.
Difícil demais de lidar.
Suja e pequena, do jeito que você me disse pra nunca me sentir.
Conseguiram me quebrar as pernas, e eu não sei se consigo me levantar.
Me fizeram sentir pequena em tantos sentidos, estúpida e cruel, e talvez eu seja.
A pior parte, é que talvez eu seja.
Eu queria você aqui, de novo.
Mas você foi embora.
"Você não me ama mais", você disse.
E eu disse mil coisas, fiquei com tanta raiva, tanto medo. Mas talvez eu não te amasse mais. O que não impediu que eu sofresse as dores intensas da morte de nós.
E eu entendo agora porque você foi embora.
Aquela coisa nos olhos, aquele beijo seco, o abraço solto.
Eu deveria ter ido também, mas não tenho e nunca terei a sua coragem.
Achei seu bilhete, entre as páginas do livro do Dickens. E senti tanta dor, depois de todos esses anos, vinda de um lugar que eu achava que nem existia, que eu tinha guardado tão fundo que eu achei que nunca mais fosse achar.
Mas você dá um jeito, você sempre dá um jeito.
Só que você foi embora.
Eu não te pedi que fosse, eu não queria que você fosse.
Então não volte.
Não me mande mensagens, nem sinais de fumaça, nem me espere no lugar de sempre, nem me deixe mensagens espalhadas por aí.
Eu sobrevivi à nós.
E foi a coisa mais difícil que eu já fiz.
Não me obrigue a fazer isso de novo.
Não volte.
Aviso: Este trecho, bem como os dois textos anteriores, foi escrito em 2013.
"Quem é parasita de quem, querido?
Quem rói pelas beiradas,
quem carrega as marcas dos dentes de quem?
Quem adoece?
Mas quem toma emprestado o corpo?
E de quem é a alma nele?"
Eu disse a uma amiga: "Isso não é amor, amor não dói, não é pra doer".
Mas eu não sei o que era, leio esse texto no canto de uma folha do meu caderno do cursinho, passando quase despercebido, e sinto uma dorzinha, um incômodo. Um alívio.
Isso não é algo que uma pessoa feliz escreveria, uma pessoa que sabe o que está fazendo.
Eu não quero Otto de volta, eu não quero ninguém.
Não é uma dor nova, sempre dói, e dói muito.
E vira a gente pelo avesso, de um jeito que não se pode simplesmente desvirar.
Eu sobrevivi, Otto. Quero ir até a sua casa, bater na sua porta, te enfiar essa folha pela goela, gritar "Eu sobrevivi à nós, eu posso sobreviver a qualquer coisa", mas eu não poderia sobreviver a nós de novo. Olho pra essa folha e sinto uma coisa ruim, o estômago revirando, borboletas antigas ou náusea, nem sei.
O tempo passa e a gente esquece. Isso é bom, nos deixa capazes de viver de novo, de amar de novo. Mas eu não quero esquecer.
Você foi incrível, cuidou de mim na minha pior fase, de um jeito que eu nunca mais vou deixar ninguém cuidar, viu meus pesadelos, me ajudou a pentear o cabelo, me trouxe pra casa do hospital. Eu nunca nunca vou deixar de ser grata por isso.
Mas você partiu meu coração, e eu nem sabia que era possível que acontecesse de novo, de maneira tão brutal.
Sangrou tanto, doeu tanto, que eu prometi nunca mais chorar quando alguém fosse embora, e não chorei. Chorei por muitos motivos, mas não por esse, esse nunca mais.
Talvez seja fevereiro, talvez seja o cheiro dessa cidade, do meu apartamento, das minhas coisas, o gosto do chá, o gosto de chocolate branco da sua boca. Talvez seja o medo, a pressão, a vontade de fazer coisas que eu jurei pra você que não faria mais, o gosto dos cigarros que eu não sentia desde que você foi embora. Mas tudo têm voltado, como se eu estivesse recuperando a memória, como se você estivesse em todos os lugares.
Andei pensando sobre tudo o que está errado em mim, todas as coisas ruins que fiz pras pessoas de quem gostei. E eu quis que você estivesse aqui, pra me dizer que as pessoas são todas estragadas por uma razão ou outra, que eu não tô mais quebrada do que ninguém, que tem gente que entende,tem gente que não entende. Que você acha lindo, e deveras curioso, o motivo de eu escrever tantos números no corpo. Pra segurar minha mão quando eu estou mudando, dizer "oi" pra quem quer que eu seja, daquele seu jeito de quem sabe das coisas. Lembro de você dizendo que eu não deveria me envergonhar, "poucas pessoas tem universos dentro delas". Mas eu sinto vergonha, Otto. Me fizeram sentir vergonha, e medo, e sentir que eu era toda errada e descontrolada.
Doente.
Difícil demais de lidar.
Suja e pequena, do jeito que você me disse pra nunca me sentir.
Conseguiram me quebrar as pernas, e eu não sei se consigo me levantar.
Me fizeram sentir pequena em tantos sentidos, estúpida e cruel, e talvez eu seja.
A pior parte, é que talvez eu seja.
Eu queria você aqui, de novo.
Mas você foi embora.
"Você não me ama mais", você disse.
E eu disse mil coisas, fiquei com tanta raiva, tanto medo. Mas talvez eu não te amasse mais. O que não impediu que eu sofresse as dores intensas da morte de nós.
E eu entendo agora porque você foi embora.
Aquela coisa nos olhos, aquele beijo seco, o abraço solto.
Eu deveria ter ido também, mas não tenho e nunca terei a sua coragem.
Achei seu bilhete, entre as páginas do livro do Dickens. E senti tanta dor, depois de todos esses anos, vinda de um lugar que eu achava que nem existia, que eu tinha guardado tão fundo que eu achei que nunca mais fosse achar.
Mas você dá um jeito, você sempre dá um jeito.
Só que você foi embora.
Eu não te pedi que fosse, eu não queria que você fosse.
Então não volte.
Não me mande mensagens, nem sinais de fumaça, nem me espere no lugar de sempre, nem me deixe mensagens espalhadas por aí.
Eu sobrevivi à nós.
E foi a coisa mais difícil que eu já fiz.
Não me obrigue a fazer isso de novo.
Não volte.
Early Cuts: A lack of color
Postado por
garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Sinto falta de sentimentos verdadeiros.
Não, retiro o que disse, sinto falta de sentimentos por pessoas verdadeiras.
Sinto falta de sentimentos verdadeiros.
Não, retiro o que disse, sinto falta de sentimentos por pessoas verdadeiras.
Early Cuts: Homesick (Belgium)
Postado por
garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Sobre retornos e despedidas que não aconteceram.
07:07
Vem pra casa - É essa história de marcas, 2 pares de pés na calçada, fundos, marcas de espera que vão se apagando aos poucos, desde que nós deixamos pra lá.
07:56
Não saio. Não olho pela janela. Tenho medo de que você não esteja lá. Tenho medo de que você esteja lá.
09:35
Você chega sem pedir licença, se infiltra na minha mente e eu fico com o olhar parado, a boca seca. O tempo para e eu te faço tantas perguntas, você me diz tantas coisas que eu quero escutar e eu me sinto, se possível, mais solitária ainda, quando o relógio volta a correr.
Sobre retornos e despedidas que não aconteceram.
07:07
Vem pra casa - É essa história de marcas, 2 pares de pés na calçada, fundos, marcas de espera que vão se apagando aos poucos, desde que nós deixamos pra lá.
07:56
Não saio. Não olho pela janela. Tenho medo de que você não esteja lá. Tenho medo de que você esteja lá.
09:35
Você chega sem pedir licença, se infiltra na minha mente e eu fico com o olhar parado, a boca seca. O tempo para e eu te faço tantas perguntas, você me diz tantas coisas que eu quero escutar e eu me sinto, se possível, mais solitária ainda, quando o relógio volta a correr.
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