Imagem: TingTing Huang
Ao som de Sweetheart, what have you done to us
Prendo meu cabelo lá no alto, tão pouco cabelo, e ele solta, voa. Não me irrito.
Nem tudo é do jeito que eu gostaria que fosse.
Rebobino a fita do tempo, pauso, avanço o filme de nós dois. E lá estou eu, quebrando pratos, quebrando quadros, rasgando papéis.
Pauso.
Toco meu rosto, me abraço forte.
- Não faça isso.
Ela não pode ouvir, eu sei. Mas eu simplesmente tenho que dizer.
Eu não quero mais brigar.
Eu quero me render, quero aceitar as batalhas perdidas, a guerra perdida.
Eu não quero mais ser quem morre.
Eu costumava achar que isso era covardia.
Não querer mais brigar era não querer mais lutar, não querer resolver as coisas.
Tolice.
Eu não quero mais brigar.
E me dói muito admitir isso.
Toco o rosto do meu eu passado, transtornado, desfigurado, confuso, insano.
- Não faça isso, por favor.
Play.
E ela, no meio de toda aquela raiva, de toda aquela dor, para. Coloca as armas no chão. E chora, uiva de dor bem no meio da cozinha.
- Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Eu prometo.
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