Imagem: TingTing Huang
O problema é que eu espero demais.
Espero a luz do celular piscar e me jogo pra cima dele quando ela pisca, sedenta por uma mensagem sua. Uma mensagem que não diz nada, sem significados ocultos. Mais uma, de milhares, milhões.
Espero demais pelo momento em que você visualiza as mensagens, e mil vezes mais pelo momento em que você responde. Mas você não se dá ao trabalho. Dois risquinhos azuis me roendo por dentro e você
E você eu nem sei.
Eu espero demais.
Espero você sair, espero pra te ver, mesmo sem querer.
Espero que você venha me mandar a mensagem que eu não quero receber,
mas você eu nem sei.
Espero que pare de incomodar, esse aperto no peito, frio na barriga e dor nas costelas, só porque você. Só porque você. Eu tremo de frio, me frustro, me canso, me machuco.
E você eu nem sei.
Espero você entender que se eu te digo pra vir é porque quero que venha. Porque eu preciso de você aqui, eu tô pedindo socorro, eu tô pedindo trégua, eu tô pedindo
Mas você eu nem sei.
O problema é que eu espero demais.
Espero que não seja verdade - mas é, sempre é.
Espero que seja diferente - mas não é, nunca é.
Que você diga - mas você nunca diz.
Que você também saia do caminho proposto, reto - mas você nunca sai.
Me confunda, me dê sinais trocados, náuseas, teu interesse no evento em que eu confirmei presença, tua admiração pelo meu corpo e pela minha boca, diga que viria e não venha, me mande uma música, me mande correr.
Só não nada.
Não desse jeito.
O problema, meu caro, é que eu espero demais.
E você eu nem sei.
E, depois de domingo, nem quero saber.
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