Imagem: TingTing Huang
Aviso: Encontrei este texto recentemente. E tenho a impressão de que essa dor e confusão que encontrei nele não chega nem perto da dor que senti ao escrevê-lo. Queria poder reencontrar a B. desses meses, desse último ano, e abraçá-la bem forte. Vai ficar tudo bem. Só depende do ponto de vista.
É um texto confuso, mas contém toda a verdade sobre o que aconteceu enquanto a vida seguia seu curso.
Olho nos olhos da sua máscara, minha máscara, nossa máscara.
Quem é --- eu?
Eu não sou mais. Somos.
Partes do corpo trabalhando, transformando caos, sem criar ordem.
Eu penso, ela fala, você faz.
Eu penso.
Um dos pensamentos ali dentro é meu.
Uma dessas bocas é minha.
Mas qual?
Quem veio primeiro?
Eu sou a ideia original?
Sou aquela que se repete eternamente, em ciclos.
Isso sou eu ou é fase?
Você é minha ou eu sou sua?
Existe eu?
Uma tábua crua, nua, onde jogaram palavras e cores.
Eu me vejo em você. Você se vê?
Sinto o seu coração estranho empurrar minhas costelas, seu cérebro, nosso cérebro que pulsa.
Você me diz que tudo pulsa.
É sangue, estou viva.
O que é vida? Controlo mãos,
e pés, e boca. Estou viva.
Então, eu sou. E você não.
Certo?
Então, quem me controla?
Então o que é você?
Então falo,
ouço
ando
penso
sinto.
NADA.
Eu sou só a voz na minha cabeça.
Nem mãos, nem és, olhos e orelhas.
Acordo com mãos
Acordo
Quero mais.
Quero menos.
Quero acordar eletricidade,
gás.
Quero não-mãos
Quero não-pés
Quero não-eu.
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