Imagem: TingTing Huang
Você fez de novo.
Eu tô ouvindo a sua história, palavra por palavra, e aí você diz essa coisa, essa coisa familiar que me faz pensar
"Here we go again".
E isso me assusta.
Eu não quero isso de novo.
Eu quero e não quero estar de novo em uma montanha russa, sentir frio na barriga, borboletas no estômago, eu quero segurar a sua mão, eu quero tocar suas sobrancelhas,
mas eu não quero te machucar.
Eu não posso ser essa pessoa.
Eu não posso ser quem vai te machucar dessa vez
e eu não sei se posso ser quem não vai.
Tenho medo das brigas que ainda não tivemos,
de que não valha a pena,
tenho medo da sutileza no final das suas frases e do jeito como é confortável passar a noite com você,
eu tenho medo da textura do seu rosto e da estranheza de um nós dois.
Eu gosto de mim.
eu gosto de só.
Do caos, eu não preciso de heróis,
eu não preciso de você,
eu posso passar sem isso.
Sem saber o gosto da sua boca,
sem me tornar uma história que você vai contar pra alguém em uma noite fria,
uma das pessoas que espero que uma garota um dia respeite e reverencie,
não com ciúmes, não pra se sentir insegura
pra pensar
uau, elas trouxeram você aqui.
Elas trouxeram você agora, assim, meu.
Eu me encosto no banco do carro, escuro,
tão escuro,
e eu não tenho certeza se vale a pena.
Talvez eu tenha medo de que seja bom,
que beijar você seja uma estrada sem volta,
talvez eu esteja com medo de admitir que finalmente segui em frente,
talvez eu esteja com mais medo de me machucar do que de te machucar,
talvez eu esteja com medo de quem eu me torno quando gosto de alguém
tantas possibilidades,
tantas razões lógicas pra ficar assustada
e a minha cabeça rebate todas com a sua voz, dizendo "Foda-se", do seu jeito extremamente infantil e bizarro.
Eu não sei o que fazer,
eu não quero ter que decidir sozinha,
não me deixe decidir sozinha.
Digo isso, mas tô com a impressão estranha:
já tá tudo decidido.
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