Imagem: TingTing Huang
Eu não sei.
Dou de ombros.
Cruzo as pernas, coço a cabeça, não tô entendendo direito o que tá acontecendo, se sou eu, se é você, o meu período fértil, a lua cheia ou a solidão.
Eu quero a sua boca,
ou eu quero você?
Ou nenhuma das duas coisas?
Não me entendo.
Um dia eu tô perseguindo o Connor,
no outro você,
falo com você, te amo
te odeio
te amo
te odeio
me acho burra,
me acho certa
aí você responde
eu respondo
e fim
Era isso?
Foi por esse diálogo lacônico que esperei por dias?
Não, não, eu fiz algo errado,
eu só posso ter feito algo errado.
De novo, feito uma criança que é empurrada a contragosto,
tento.
Você responde.
Eu respondo.
E fim.
óbvio pra alguém assim, menos pisciano:
se você quisesse falar comigo, teria falado.
Mas ó, foi exatamente o que eu fiz:
queria e falei.
O que há de errado nisso?
Em não querer jogar, em querer ser sincera.
É o que eu quero,
é como eu me sinto nas segundas-feiras, vontades incontroláveis de caras aleatórios.
Eu podia perder meu tempo lendo nas entrelinhas,
decifrando os códigos,
forçando assuntos e conversas,
eu podia dar tratos à bola por horas, em busca de um assunto que te interessasse.
Mas eu não quero forçar isso,
nem conversas,
nem encontros,
nem beijos.
Tem que ser natural,
fluido,
feito amigos que se encontram depois de anos e conversam sobre tudo,
feito lembranças antigas,
feito conversas sobre filmes,
feito sorvete e planos para o futuro.
Tem tanto assunto no mundo, moço,
tanta risada pra dar,
uma semana horrível pra contar histórias que espero que fiquem engraçadas daqui a alguns dias,
eu tenho tanto pra te perguntar,
tanto pra te dizer.
Mas não posso fazer isso,
se você não quiser saber.
Disso eu sei, sem precisar de manuais,
diretrizes, conselhos,
a habilidade de ler nas entrelinhas
ou de ler seus pensamentos.
É óbvio.
Até pra mim.
Desejo que a gente se fale/veja/beije de novo,
mas não vou ficar esperando sentada.
Não mesmo.
Tenho mais o que fazer,
e espero que você também.
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