Imagem: TingTing Huang
James me disse "falta alguma coisa".
Mas falta o quê?
Falta poesia, falta o coração bater mais forte e a vontade de ficar junto, falta ter algo em comum, falta querer ficar até mais tarde sem fazer nada, falta paixão, falta vontade de matar aula, falta chegar em casa e escrever sobre amor, falta ouvir músicas de amor e pensar no seu nome primeiro, falta te colocar como primeira opção, falta querer ser amada, falta imaginar seu rosto nos protagonistas dos livros, falta aquela coisa que deixa as pernas bambas, borboletas no estômago, falta deixar de querer que você se sinta bem a qualquer preço.
Entre outras coisas,
Mas disso você já sabia, porque é o que venho dizendo desde o começo.
Aquilo era tudo o que eu tinha pra oferecer.
Boa sorte.
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
"Eu não sei como consertar,
nem se tem conserto".
Aperto enviar.
Acho que tenho dito essa frase quase que automaticamente nos últimos anos.
Eu me lembro do dia anterior à sua grande viagem. Suas malas estavam todas prontas, armários vazios, paredes nuas, tudo vazio e você indo embora, pra deixar minha vida vazia.
Eu me deitei no chão, no tapete azul velho e te perguntei se a gente ia ter conserto.
E você, sentado na ponta da cama, mexendo nas coisas da caixa de velharias que eu tinha trago, disse mais ou menos isso -e, por favor, volte e me corrija se for mentira-:
- Se você precisar tanto assim consertar, então não é pra gente ficar junto. Não dá pra se amar tapando buraco, Bels. Eu não quero te capturar num momento só e saber tudo o que há pra saber, ou mudar sua mania irritante de deixar um vazio entre as frases que não tem tradução pro meu idioma. Eu não quero nada diferente disso, mas eu me adaptaria. Sem conserto. Amor não precisa de conserto, de mudança. Amor precisa de adaptação. Eu não quero voltar e ficar com outra pessoa. Eu quero voltar e ficar com você. Crescida, sabe-tudo, mais violenta, mais experiente, talvez menos descabelada, mais adulta, mais ou menos tudo isso. Você. Adaptada pelo tempo e pela distância entre nós dois, pelo medo de não ter mais certeza, que eu sei que vai chegar daqui a uns meses.
Não é pra me esperar sentada, não é pra fingir que está tudo bem, não é pra nunca mais amar ninguém.
Vai doer. Já dói pensar que você vai olhar pra alguém assim, que você pode até nunca mais me olhar assim de novo. Eu só quero te pedir pra nunca mais sair de casa ou pra pensar só em mim todos os dias, até que eu volte.
Mas eu quero ver o que o tempo vai fazer com você. Com a gente.
Nada nunca nunca nunca nunca teria me preparado pra te ver puxando a mala na minha direção, pro braço mais gostoso do mundo, pra essa saudade contida de quantos milhões de anos, pra essa tarde só antes de você ir ver sua família "um dia antes, pra te ver". Biscoitos de chocolate, sua mão na minha, minha histeria e você dizendo "Relaxa, sou só eu", mas não era, não depois de todos esses anos, não com aquela confusão toda na minha cabeça. "Me conta", você disse, enquanto eu me escondia atrás da minha caneca gigante de chá de capim cidreira, e eu balancei a cabeça "Hoje não, só hoje não". Porque eu queria você, cada segundo antes que você sumisse de novo, nesses lugares de nome complicado, eu queria te perguntar o que aconteceu com seu cabelo, que roupas são essas, eu queria tomar sorvete, quero te mostrar meus lugares favoritos e tomar milkshake de morango, queria te deixar quieto, não te deixar quieto, te mostrar o que estava lendo, te levar pra tomar café, pra comer hambúrguer, como se você não fizesse essas coisas todos os dias. Eu queria te levar por aí, feliz e assustada, apavorada. Com medo de que a gente acabasse precisando de conserto também.
Não falamos de amor, você disse "me escreve" pro meu pescoço e eu disse "Tá", mas a gente sabe que não vou e nem você, que é só isso, aqui e agora, talvez nunca mais, e vamos voltar pras nossas vidas onde o outro não existe. Você encostou a boca na minha de leve, "até logo", e foi andando na direção do portão
E eu já comecei a sentir saudade, a pensar "Tudo bem, vai ficar tudo bem de novo"
Você voltou, largando mala e tudo, "Só queria sentir seu cheiro de novo", me fazendo dar risada pra encobrir aquele medo, aquela coisa crescendo "Cê acha que a gente tem conserto?", perguntei, sem perguntar.
e você, depois de todos esses anos, traduziu meu dialeto de vazios da melhor forma possível, me apertou com força
"Ainda é você. Sempre vai ser"
:) é bom saber.
"Eu não sei como consertar,
nem se tem conserto".
Aperto enviar.
Acho que tenho dito essa frase quase que automaticamente nos últimos anos.
Eu me lembro do dia anterior à sua grande viagem. Suas malas estavam todas prontas, armários vazios, paredes nuas, tudo vazio e você indo embora, pra deixar minha vida vazia.
Eu me deitei no chão, no tapete azul velho e te perguntei se a gente ia ter conserto.
E você, sentado na ponta da cama, mexendo nas coisas da caixa de velharias que eu tinha trago, disse mais ou menos isso -e, por favor, volte e me corrija se for mentira-:
- Se você precisar tanto assim consertar, então não é pra gente ficar junto. Não dá pra se amar tapando buraco, Bels. Eu não quero te capturar num momento só e saber tudo o que há pra saber, ou mudar sua mania irritante de deixar um vazio entre as frases que não tem tradução pro meu idioma. Eu não quero nada diferente disso, mas eu me adaptaria. Sem conserto. Amor não precisa de conserto, de mudança. Amor precisa de adaptação. Eu não quero voltar e ficar com outra pessoa. Eu quero voltar e ficar com você. Crescida, sabe-tudo, mais violenta, mais experiente, talvez menos descabelada, mais adulta, mais ou menos tudo isso. Você. Adaptada pelo tempo e pela distância entre nós dois, pelo medo de não ter mais certeza, que eu sei que vai chegar daqui a uns meses.
Não é pra me esperar sentada, não é pra fingir que está tudo bem, não é pra nunca mais amar ninguém.
Vai doer. Já dói pensar que você vai olhar pra alguém assim, que você pode até nunca mais me olhar assim de novo. Eu só quero te pedir pra nunca mais sair de casa ou pra pensar só em mim todos os dias, até que eu volte.
Mas eu quero ver o que o tempo vai fazer com você. Com a gente.
Nada nunca nunca nunca nunca teria me preparado pra te ver puxando a mala na minha direção, pro braço mais gostoso do mundo, pra essa saudade contida de quantos milhões de anos, pra essa tarde só antes de você ir ver sua família "um dia antes, pra te ver". Biscoitos de chocolate, sua mão na minha, minha histeria e você dizendo "Relaxa, sou só eu", mas não era, não depois de todos esses anos, não com aquela confusão toda na minha cabeça. "Me conta", você disse, enquanto eu me escondia atrás da minha caneca gigante de chá de capim cidreira, e eu balancei a cabeça "Hoje não, só hoje não". Porque eu queria você, cada segundo antes que você sumisse de novo, nesses lugares de nome complicado, eu queria te perguntar o que aconteceu com seu cabelo, que roupas são essas, eu queria tomar sorvete, quero te mostrar meus lugares favoritos e tomar milkshake de morango, queria te deixar quieto, não te deixar quieto, te mostrar o que estava lendo, te levar pra tomar café, pra comer hambúrguer, como se você não fizesse essas coisas todos os dias. Eu queria te levar por aí, feliz e assustada, apavorada. Com medo de que a gente acabasse precisando de conserto também.
Não falamos de amor, você disse "me escreve" pro meu pescoço e eu disse "Tá", mas a gente sabe que não vou e nem você, que é só isso, aqui e agora, talvez nunca mais, e vamos voltar pras nossas vidas onde o outro não existe. Você encostou a boca na minha de leve, "até logo", e foi andando na direção do portão
E eu já comecei a sentir saudade, a pensar "Tudo bem, vai ficar tudo bem de novo"
Você voltou, largando mala e tudo, "Só queria sentir seu cheiro de novo", me fazendo dar risada pra encobrir aquele medo, aquela coisa crescendo "Cê acha que a gente tem conserto?", perguntei, sem perguntar.
e você, depois de todos esses anos, traduziu meu dialeto de vazios da melhor forma possível, me apertou com força
"Ainda é você. Sempre vai ser"
:) é bom saber.
28x15 Mimi-Rose Howard
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Acordei assustada, talvez nem tenha dormido, sentia essa dor pelo corpo todo, esse peso nos ombros, gigantesco, que o verso de nenhuma música aliviava. Nó na garganta, eu no sofá com pavor de levantar e acender as luzes.
Depois de meses caminhando no meio-fio, entre conselhos dOsGênios, aquele gosto de vinho barato e depois sono, entre soundtracks confusas, mensagens desconexas, entre as noites que passei desejando que alguma coisa viesse e levasse tudo embora (alguém, que alguém viesse), entre toda aquela dor que não é física (mas também não pode não ser física), aqueles acessos de raiva, minhas amigas explodindo e todo mundo levando a vida como se a vida fosse algo que se pudesse levar adiante, enquanto eu sentia cada vez mais que tinha perdido a capacidade de enxergar cores, de sentir gostos, de ter gostos, de escrever, de sentir qualquer emoção simples;
Depois de meses pensando, considerando, rebobinando, reescrevendo, consertando, apagando, pintando por cima, demolindo, experimentando, pausando, rasgando e colando;
Sem conseguir saber quem eu era, sem saber pra onde ir e o que esperar, mudando de todos os jeitos possíveis e inimagináveis, gritando e rasgando pra me recuperar, pra não me perder de vez, sem Otto dessa vez pra juntar os pedaços soltos e me ensinar a levantar e brigar;
Totalmente perdida, sem saber pra quem correr, pra quem ligar quando tudo dava errado;
Acordei com essa sensação horrível de perda, de vergonha, de estupidez, de tempo perdido, de estar confusa demais, de ter que parar de esperar sempre o próximo e depois o próximo e depois o próximo
E eu gostaria de dizer, Mimi-Rose, que foi aí
que foi nesse momento que a cena acabou, o momento em que você me ofereceu o que eu desejei pros grandes gênios das horas por todos os últimos meses, o momento em que eu dei as costas pra sua estupidez, o momento em que a câmera mostra minhas costas indo embora entre ultrajadas e desejosas;
Aquele último momento em que eu ainda não sei.
Talvez tenha sido, e só agora eu percebi.
A luz se apagou, Mimi-Rose.
E, o que quer que você faça daqui pra frente, bom,
I don't fucking care.
(:
Acordei assustada, talvez nem tenha dormido, sentia essa dor pelo corpo todo, esse peso nos ombros, gigantesco, que o verso de nenhuma música aliviava. Nó na garganta, eu no sofá com pavor de levantar e acender as luzes.
Depois de meses caminhando no meio-fio, entre conselhos dOsGênios, aquele gosto de vinho barato e depois sono, entre soundtracks confusas, mensagens desconexas, entre as noites que passei desejando que alguma coisa viesse e levasse tudo embora (alguém, que alguém viesse), entre toda aquela dor que não é física (mas também não pode não ser física), aqueles acessos de raiva, minhas amigas explodindo e todo mundo levando a vida como se a vida fosse algo que se pudesse levar adiante, enquanto eu sentia cada vez mais que tinha perdido a capacidade de enxergar cores, de sentir gostos, de ter gostos, de escrever, de sentir qualquer emoção simples;
Depois de meses pensando, considerando, rebobinando, reescrevendo, consertando, apagando, pintando por cima, demolindo, experimentando, pausando, rasgando e colando;
Sem conseguir saber quem eu era, sem saber pra onde ir e o que esperar, mudando de todos os jeitos possíveis e inimagináveis, gritando e rasgando pra me recuperar, pra não me perder de vez, sem Otto dessa vez pra juntar os pedaços soltos e me ensinar a levantar e brigar;
Totalmente perdida, sem saber pra quem correr, pra quem ligar quando tudo dava errado;
Acordei com essa sensação horrível de perda, de vergonha, de estupidez, de tempo perdido, de estar confusa demais, de ter que parar de esperar sempre o próximo e depois o próximo e depois o próximo
E eu gostaria de dizer, Mimi-Rose, que foi aí
que foi nesse momento que a cena acabou, o momento em que você me ofereceu o que eu desejei pros grandes gênios das horas por todos os últimos meses, o momento em que eu dei as costas pra sua estupidez, o momento em que a câmera mostra minhas costas indo embora entre ultrajadas e desejosas;
Aquele último momento em que eu ainda não sei.
Talvez tenha sido, e só agora eu percebi.
A luz se apagou, Mimi-Rose.
E, o que quer que você faça daqui pra frente, bom,
I don't fucking care.
(:
28x14 Safe to shore
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Imagem: TingTing Huang
Eu me apaixonei, pela primeira vez, aos 7 anos.
Eu olhei nos olhos dele, apertados, e pr'aqueles chinelos do Senninha haha.
Eu sobrevivi à dor da primeira carta de amor que escrevi ser descoberta e reprimida, à dor das palavras que nunca chegam ao destinatário.
E aí ele apareceu. Mas ele não cabe aqui, porque esse eu não pretendo superar. Pro bem ou pro mal.
Me apaixonei aos 9 e gastei minha primeira mesada comprando pra ele um jogo de futebol de botão.
Me apaixonei aos 11. E sobrevivi à terrível tarefa de ser a melhor amiga, garota de recados. De saber sobre cada beijo, cada sentimento. E de chorar sozinha em casa, sem ter um melhor amigo equivalente.
Aos 15, minha primeira declaração de amor oficial foi rejeitada com silêncio puro e simples. "Ele não queria te constranger". Obrigada, obrigada mil vezes! Minhas sextas-feiras não seriam as mesmas sem você. Eu te amo, mil vezes mais.
16, logo após meu primeiro beijo, eu soube que estava pronta pra você, eu soube na primeira vez que nos abraçamos, desde o primeiro sorvete na praça de alimentação, soube quando te vi no museu, sentado, me esperando. Eu soube, pelas nossas conversas malucas que eu pretendo revisitar um dia, soube pelo quanto seus cabelos eram escuros e bagunçados, soube desde o nosso primeiro beijo, soube desde a nossa primeira briga, ou quando menti pra te encontrar, ou quando você me levou embora pela mão: soube que te amava. E soube que você era um babaca. Mesmo assim, obrigada.
17-18. Uau. Tô tentando escrever sobre você. E não sai nada. Não quero te resumir em um parágrafo. Eu estava em pedaços. Juntando meus pedaços, tudo o que McCandless tinha deixado, me recuperando desse mesmo limbo de agora. Sobrevivendo. E você estava, sei lá, vivendo sua vida, parado na rua, à espera. Consigo imaginar o momento em que eu descobri que te amava ao som de Moon River, que loucura. Eu te amei de uma maneira tão verdadeira e tão estúpida. Tão estúpida e doentia. Obrigada por ficar. Obrigada por tudo.
21. Ei. Cedo demais, talvez, pra dizer que cheguei segura. Mas acho que cheguei ou estou quase lá. Enfim. 21, e eu não consegui sobreviver à mim mesma, mas tenho boas lembranças, mais uma playlist pra evitar por um tempo. Acho que sobrevivi à fase de auto-recriminação, de me sentir menor ou incapaz de muitas coisas. Infelizmente, acabei buscando por aí a resposta pra muitas dúvidas, e magoei ou estou prestes a magoar algumas pessoas. Mas sobrevivi.
22. Cat Power na playlist, devaneios enquanto lavo louça e antes de dormir, conversas de madrugada, as pessoas sabem seu nome porque não falo de outra coisa. Comprei um vestido novo. Limpo, sem história pra contar.
Ainda não quero me magoar.
Mas, uma pequena pequeniníssima parte de mim acredita que tudo bem,
Eu vou sobreviver.
Eu me apaixonei, pela primeira vez, aos 7 anos.
Eu olhei nos olhos dele, apertados, e pr'aqueles chinelos do Senninha haha.
Eu sobrevivi à dor da primeira carta de amor que escrevi ser descoberta e reprimida, à dor das palavras que nunca chegam ao destinatário.
E aí ele apareceu. Mas ele não cabe aqui, porque esse eu não pretendo superar. Pro bem ou pro mal.
Me apaixonei aos 9 e gastei minha primeira mesada comprando pra ele um jogo de futebol de botão.
Me apaixonei aos 11. E sobrevivi à terrível tarefa de ser a melhor amiga, garota de recados. De saber sobre cada beijo, cada sentimento. E de chorar sozinha em casa, sem ter um melhor amigo equivalente.
Aos 15, minha primeira declaração de amor oficial foi rejeitada com silêncio puro e simples. "Ele não queria te constranger". Obrigada, obrigada mil vezes! Minhas sextas-feiras não seriam as mesmas sem você. Eu te amo, mil vezes mais.
16, logo após meu primeiro beijo, eu soube que estava pronta pra você, eu soube na primeira vez que nos abraçamos, desde o primeiro sorvete na praça de alimentação, soube quando te vi no museu, sentado, me esperando. Eu soube, pelas nossas conversas malucas que eu pretendo revisitar um dia, soube pelo quanto seus cabelos eram escuros e bagunçados, soube desde o nosso primeiro beijo, soube desde a nossa primeira briga, ou quando menti pra te encontrar, ou quando você me levou embora pela mão: soube que te amava. E soube que você era um babaca. Mesmo assim, obrigada.
17-18. Uau. Tô tentando escrever sobre você. E não sai nada. Não quero te resumir em um parágrafo. Eu estava em pedaços. Juntando meus pedaços, tudo o que McCandless tinha deixado, me recuperando desse mesmo limbo de agora. Sobrevivendo. E você estava, sei lá, vivendo sua vida, parado na rua, à espera. Consigo imaginar o momento em que eu descobri que te amava ao som de Moon River, que loucura. Eu te amei de uma maneira tão verdadeira e tão estúpida. Tão estúpida e doentia. Obrigada por ficar. Obrigada por tudo.
21. Ei. Cedo demais, talvez, pra dizer que cheguei segura. Mas acho que cheguei ou estou quase lá. Enfim. 21, e eu não consegui sobreviver à mim mesma, mas tenho boas lembranças, mais uma playlist pra evitar por um tempo. Acho que sobrevivi à fase de auto-recriminação, de me sentir menor ou incapaz de muitas coisas. Infelizmente, acabei buscando por aí a resposta pra muitas dúvidas, e magoei ou estou prestes a magoar algumas pessoas. Mas sobrevivi.
22. Cat Power na playlist, devaneios enquanto lavo louça e antes de dormir, conversas de madrugada, as pessoas sabem seu nome porque não falo de outra coisa. Comprei um vestido novo. Limpo, sem história pra contar.
Ainda não quero me magoar.
Mas, uma pequena pequeniníssima parte de mim acredita que tudo bem,
Eu vou sobreviver.
28x13 Feel Good Inc.
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Imagem: TingTing Huang
- Natal é uma bela bosta,
digo a ela.
Tô cansada.
Tô triste.
O Natal vai levar a melhor, de novo, aquela solidão que não sai, que não desgruda, que parece uma criança pesada demais te subindo nas costas o tempo todo, gritando nos ouvidos, pedindo atenção.
Deito no sofá e fecho os olhos, um cover de Hotline Bling vindo leve, invadindo o corpo todo como só a música pode fazer, me deixando vulnerável como ninguém nunca fez, como ninguém nunca vai ser capaz de deixar.
Ando entediada.
Tanto pra fazer, tanto pra escolher, e eu não dou a mínima.
Bagunço os cabelos, hábito recente, de que gosto muito. e fico assim, quieta.
Outro dia, me disseram "Eu gosto muito, muito mesmo de você".
Outro dia, me olharam de um jeito que eu nem achei que fosse mais possível, tão bom, tão ruim, deu medo, deu um milhão de calafrios.
Me disseram que esperavam muito de mim.
Tenho deixado pessoas a espera. É uma sensação nova. Incômoda, pesada.
No entanto, não quero fazer nada.
Não quero apressar nada, não quero magoar ninguém.
Eu não quero mais ter que pedir desculpas.
Quero só usar maquiagem pesada e sair por aí com minhas roupas repelentes de homens haha, dançar até parar de sentir esse tédio, essa coisa que não sai - blasé is back, diria Elspeth - , beijar quem quer que precise de beijos meus e não me preocupar mais com o que outras pessoas querem, ou pensam, ou sentem.
- Não tô gostando, não trabalho mais com isso. Trabalho com desculpas e horários que nos impossibilitem de nos ver, com ficar sozinha em casa quando você está disponível, com saídas rápidas do carro quando o ambiente é extremamente propício pra primeiros beijos, com aquele tremor na voz quando não sei exatamente o que você está pensando, com passar o dia inteiro pensando sobre nós dois e, quando a hora de te ver chega, eu só quero sair correndo de volta pra baixo das cobertas pra não dizer nada estúpido e, ao mesmo tempo, quero ficar porque você me faz bem.
Você me dá vontade, um pouco só.
Não é o suficiente, por enquanto.
- Natal é uma bela bosta,
digo a ela.
Tô cansada.
Tô triste.
O Natal vai levar a melhor, de novo, aquela solidão que não sai, que não desgruda, que parece uma criança pesada demais te subindo nas costas o tempo todo, gritando nos ouvidos, pedindo atenção.
Deito no sofá e fecho os olhos, um cover de Hotline Bling vindo leve, invadindo o corpo todo como só a música pode fazer, me deixando vulnerável como ninguém nunca fez, como ninguém nunca vai ser capaz de deixar.
Ando entediada.
Tanto pra fazer, tanto pra escolher, e eu não dou a mínima.
Bagunço os cabelos, hábito recente, de que gosto muito. e fico assim, quieta.
Outro dia, me disseram "Eu gosto muito, muito mesmo de você".
Outro dia, me olharam de um jeito que eu nem achei que fosse mais possível, tão bom, tão ruim, deu medo, deu um milhão de calafrios.
Me disseram que esperavam muito de mim.
Tenho deixado pessoas a espera. É uma sensação nova. Incômoda, pesada.
No entanto, não quero fazer nada.
Não quero apressar nada, não quero magoar ninguém.
Eu não quero mais ter que pedir desculpas.
Quero só usar maquiagem pesada e sair por aí com minhas roupas repelentes de homens haha, dançar até parar de sentir esse tédio, essa coisa que não sai - blasé is back, diria Elspeth - , beijar quem quer que precise de beijos meus e não me preocupar mais com o que outras pessoas querem, ou pensam, ou sentem.
- Não tô gostando, não trabalho mais com isso. Trabalho com desculpas e horários que nos impossibilitem de nos ver, com ficar sozinha em casa quando você está disponível, com saídas rápidas do carro quando o ambiente é extremamente propício pra primeiros beijos, com aquele tremor na voz quando não sei exatamente o que você está pensando, com passar o dia inteiro pensando sobre nós dois e, quando a hora de te ver chega, eu só quero sair correndo de volta pra baixo das cobertas pra não dizer nada estúpido e, ao mesmo tempo, quero ficar porque você me faz bem.
Você me dá vontade, um pouco só.
Não é o suficiente, por enquanto.
28x12 Spotless Mind
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Imagem: TingTing Huang
Quando deixei de sair com McCandless, lembro de ter um devaneio recorrente no qual eu perdia a memória. Esse devaneio me acalmava, me fazia sentir melhor.
Hoje, acho graça.
Mas entendo.
E hoje, só hoje, queria dar esse devaneio de presente pra alguém.
Lá vai.
Queria apagar sua memória. Deita aqui, meu bem, vou curar a sua dor.
Me dá sua boca. Feito um dOs Gênios, vou soprar esquecimento.
Vem, acabou.
Acabou a memória, a inteligência. Vamos ser só isso.
Sem palavras novas.
Sem mais significados.
Use o que você tem, use o que você sabe.
'Vem'. Eu te dou um pouco do que eu tenho. Não é muito.
Feche os olhos, eu vou te dar lembranças novas. Vou te fazer rir.
Eu sei rir, eu ainda sei rir, e você também sabe.
Dá aqui a mão, eu sei que é estranho, mas melhora.
Eu juro que melhora, que um dia você acorda e a dor nem faz sentido. E mesmo quando ainda dói, o que dói é ter que se redescobrir, é o esforço de ter que ser você mesmo.
Vem cá, eu também não quero ficar só.
Então a gente pode sim ficar acordado até quando for necessário, e esquecer aos poucos, e ir apagando aos poucos, e se curando aos poucos.
Deixa. Deixa.
O que a gente vai fazer daqui pra frente é que importa.
Onde é que você quer se sentar? Sabe como é, eu não gosto de escolher. (:
Quando deixei de sair com McCandless, lembro de ter um devaneio recorrente no qual eu perdia a memória. Esse devaneio me acalmava, me fazia sentir melhor.
Hoje, acho graça.
Mas entendo.
E hoje, só hoje, queria dar esse devaneio de presente pra alguém.
Lá vai.
Queria apagar sua memória. Deita aqui, meu bem, vou curar a sua dor.
Me dá sua boca. Feito um dOs Gênios, vou soprar esquecimento.
Vem, acabou.
Acabou a memória, a inteligência. Vamos ser só isso.
Sem palavras novas.
Sem mais significados.
Use o que você tem, use o que você sabe.
'Vem'. Eu te dou um pouco do que eu tenho. Não é muito.
Feche os olhos, eu vou te dar lembranças novas. Vou te fazer rir.
Eu sei rir, eu ainda sei rir, e você também sabe.
Dá aqui a mão, eu sei que é estranho, mas melhora.
Eu juro que melhora, que um dia você acorda e a dor nem faz sentido. E mesmo quando ainda dói, o que dói é ter que se redescobrir, é o esforço de ter que ser você mesmo.
Vem cá, eu também não quero ficar só.
Então a gente pode sim ficar acordado até quando for necessário, e esquecer aos poucos, e ir apagando aos poucos, e se curando aos poucos.
Deixa. Deixa.
O que a gente vai fazer daqui pra frente é que importa.
Onde é que você quer se sentar? Sabe como é, eu não gosto de escolher. (:
28x11 Simon Said
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Imagem: TingTing Huang
Sobre pessoas que nunca dizem e pessoas que só entendem depois de muito tempo. Sobre velhos experimentos e novas paixões (:
Presa num quarto branco, cabelo em chamas, me concentro.
Sem mexer um músculo, mexo sua língua, num beijo que nunca vou dar.
- Eu te amo
Digo, e o som sai da sua boca, engrolado, ininteligível. Sai assim, do nada, te deixando confuso.
Minha cabeça explode, meu nariz sangra, mas eu preciso que você saiba.
Sua mão acaricia seu rosto de leve. Sou eu, sou eu.
Toco seus lábios usando seus polegares, seu queixo.
Sinto dor, tanta dor, mas eu preciso que você saiba.
Quero sua boca, tremo, com o esforço, e você treme junto.
Eu quero falar pela sua boca, saber te possuir sem te tocar. Dói.
Começo devagar.
Mexo meus dedos, seus dedos se movem.
Posso te imaginar olhando pra sua mão, como se um fantasma a estivesse movendo.
Devagar, aproximo a mão do meu rosto. Devagar, bem devagar, pra não te assustar. Devagarinho, tateio seu rosto, sentindo a textura única que ele tem, tão sua, tão minha.
Fecho seus olhos, meu gesto, o gesto do Nicolas Cage que resolvi roubar muito tempo atrás. Espero que você entenda.
Esse é o meu jeito de dizer.
Ouça. Ouça.
Ergo as mãos e as entrelaço, aperto sua mão na minha, esperando que você use a mesma quantidade de força, apertando sem apertar, com medo de soltar, com medo de segurar.
Toco seus pulsos, levo-os aos lábios.
Sou eu, sou seu.
Ouça. Ouça. Ouça.
Toco meu corpo, seu corpo, meu corpo e o seu se confundem distantes, como se confundiam quando próximos.
Toco meus braços e sinto os seus, a lisura, a penugem indo se esconder sei lá onde, suas costas lisas, a raiz dos cabelos.
E imagino que você esteja tocando seu corpo, mas sou eu. Mas sou seu. Me ouça.
Meu nariz jorra sangue, não tenho forças, Mas você tem que entender.
Que eu amo você, seu corpo com todas as cores possíveis, suas pernas brancas e braços negros, seu cabelo bagunçado de manhã, sua nudez na penumbra, seus pés, que eu só quero a sua boca e mais nada.
Ouça o que eu digo. Ouça.
Meu corpo todo treme, e eu perco a conexão, eu perco você, eu perco tudo, eu apago, eu me desconecto do mundo e eu não sou mais eu, eu não sou mais você, eu não sou nada.
A dor é imensa e eu me afogo nela, sem conseguir respirar, sem conseguir me mover.
- Eu te amo
Meu cérebro grita, num último esforço que, Deus sabe o quanto, eu queria que atravessasse todas as barreiras que existem entre nós, cada muro, cada mar, cada oceano no fim de cada caminho, pele e ossos. Eu só quero que o sinal chegue até você, quero que o som saia da sua boca e volte pra minha.
Eu só quero me ouvir dizer, finalmente, dizer da sua boca, dizer do teu querer
- Eu sei.
Pra poder me afogar.
Pra poder sangrar de novo.
(Só um experimento provocado por um debate insano com Holden e um John Doe. Não leve a sério (: )
Sobre pessoas que nunca dizem e pessoas que só entendem depois de muito tempo. Sobre velhos experimentos e novas paixões (:
Presa num quarto branco, cabelo em chamas, me concentro.
Sem mexer um músculo, mexo sua língua, num beijo que nunca vou dar.
- Eu te amo
Digo, e o som sai da sua boca, engrolado, ininteligível. Sai assim, do nada, te deixando confuso.
Minha cabeça explode, meu nariz sangra, mas eu preciso que você saiba.
Sua mão acaricia seu rosto de leve. Sou eu, sou eu.
Toco seus lábios usando seus polegares, seu queixo.
Sinto dor, tanta dor, mas eu preciso que você saiba.
Quero sua boca, tremo, com o esforço, e você treme junto.
Eu quero falar pela sua boca, saber te possuir sem te tocar. Dói.
Começo devagar.
Mexo meus dedos, seus dedos se movem.
Posso te imaginar olhando pra sua mão, como se um fantasma a estivesse movendo.
Devagar, aproximo a mão do meu rosto. Devagar, bem devagar, pra não te assustar. Devagarinho, tateio seu rosto, sentindo a textura única que ele tem, tão sua, tão minha.
Fecho seus olhos, meu gesto, o gesto do Nicolas Cage que resolvi roubar muito tempo atrás. Espero que você entenda.
Esse é o meu jeito de dizer.
Ouça. Ouça.
Ergo as mãos e as entrelaço, aperto sua mão na minha, esperando que você use a mesma quantidade de força, apertando sem apertar, com medo de soltar, com medo de segurar.
Toco seus pulsos, levo-os aos lábios.
Sou eu, sou seu.
Ouça. Ouça. Ouça.
Toco meu corpo, seu corpo, meu corpo e o seu se confundem distantes, como se confundiam quando próximos.
Toco meus braços e sinto os seus, a lisura, a penugem indo se esconder sei lá onde, suas costas lisas, a raiz dos cabelos.
E imagino que você esteja tocando seu corpo, mas sou eu. Mas sou seu. Me ouça.
Meu nariz jorra sangue, não tenho forças, Mas você tem que entender.
Que eu amo você, seu corpo com todas as cores possíveis, suas pernas brancas e braços negros, seu cabelo bagunçado de manhã, sua nudez na penumbra, seus pés, que eu só quero a sua boca e mais nada.
Ouça o que eu digo. Ouça.
Meu corpo todo treme, e eu perco a conexão, eu perco você, eu perco tudo, eu apago, eu me desconecto do mundo e eu não sou mais eu, eu não sou mais você, eu não sou nada.
A dor é imensa e eu me afogo nela, sem conseguir respirar, sem conseguir me mover.
- Eu te amo
Meu cérebro grita, num último esforço que, Deus sabe o quanto, eu queria que atravessasse todas as barreiras que existem entre nós, cada muro, cada mar, cada oceano no fim de cada caminho, pele e ossos. Eu só quero que o sinal chegue até você, quero que o som saia da sua boca e volte pra minha.
Eu só quero me ouvir dizer, finalmente, dizer da sua boca, dizer do teu querer
- Eu sei.
Pra poder me afogar.
Pra poder sangrar de novo.
(Só um experimento provocado por um debate insano com Holden e um John Doe. Não leve a sério (: )
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28x10 Conquer the world
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Imagem: TingTing Huang
- Eu amo você.
Eu nunca te disse.
Você sabia, é claro, assim como sabia que eu nunca diria.
Era 2012, meus cabelos não eram tão longos, nem tão loucos.
Saíamos cedo, voltávamos tarde - você, principalmente.
Eu me sentava em casa depois do cursinho, trançava os cabelos e esperava que você voltasse. Intacto.
Sua boca tinha gosto de nada, como toda boca deve ser.
Você chegava em silêncio, vivia em silêncio, e nada nunca precisava ser dito.
Eu brincava de trançar seus cabelos, enquanto você fingia que dormia. Era meu jeito de dizer eu te amo. Era seu jeito de dizer eu também.
Eu nunca te disse.
E nem você.
Mas você segurou a barra quando eu tinha pesadelos toda noite. E me comprou chocolate quando eu não quis mais sair de casa.
Me trouxe livros que eu não quero devolver, que eu vou ler na ordem exata que você trouxe.
Você nunca disse que me amava, mas segurou minha mão quando eu não conseguia mais dormir por causa da dor nas costas.
Você nunca me disse, mas me abraçou no dia em que eu decidi que não queria mais ser quem eu era. E veio comigo, pra dizer que eu podia ser quem quisesse, que eu podia até ser médica.
Você nunca me disse, mas eu soube, porque seus cabelos nunca cresceram de novo.
Eu nunca disse, mas te fiz chá quando você voltou com frio de sei lá onde.
Eu tinha sempre um band-aid na cabeceira da cama, pra quando você voltasse.
Eu nunca disse que te amava, mas lia pra você em inglês, com uma pronúncia terrível. Eu nunca disse, mas quando você disse que ia embora, meu coração se partiu em dois, e foi por isso que eu só disse "ok".
Não dizia, mas não conseguia ir pra aula porque tinha que te ver antes. Nunca cheguei no primeiro horário.
Eu nunca disse, mas deixei que você fizesse as palavras cruzadas quando você ficou doente.
Eu nunca te disse, mas nunca falei de você direito pra ninguém, nunca disse uma palavra contra você.
Eu nunca disse, mas deixei que você fosse embora, mesmo querendo que você ficasse.
Eu não estava pronta pra ficar sozinha. Mas você estava.
Eu nunca disse,
mas eu disse.
E ouvi, incontáveis vezes, nas suas mãos, na sua boca, nos seus olhos, nos seus cabelos, nos incontáveis copos de água, no gesto de apagar as luzes, nas caminhadas até o mercado pra comprar sorvete, no gosto de chocolate branco misturado com chocolate preto, de batatas fritas e chocolate.
Eu ouvi, Otto. E ainda ouço.
Espero que você ouça também.
O amor é isso tudo.
Obrigada. :)
- Eu amo você.
Eu nunca te disse.
Você sabia, é claro, assim como sabia que eu nunca diria.
Era 2012, meus cabelos não eram tão longos, nem tão loucos.
Saíamos cedo, voltávamos tarde - você, principalmente.
Eu me sentava em casa depois do cursinho, trançava os cabelos e esperava que você voltasse. Intacto.
Sua boca tinha gosto de nada, como toda boca deve ser.
Você chegava em silêncio, vivia em silêncio, e nada nunca precisava ser dito.
Eu brincava de trançar seus cabelos, enquanto você fingia que dormia. Era meu jeito de dizer eu te amo. Era seu jeito de dizer eu também.
Eu nunca te disse.
E nem você.
Mas você segurou a barra quando eu tinha pesadelos toda noite. E me comprou chocolate quando eu não quis mais sair de casa.
Me trouxe livros que eu não quero devolver, que eu vou ler na ordem exata que você trouxe.
Você nunca disse que me amava, mas segurou minha mão quando eu não conseguia mais dormir por causa da dor nas costas.
Você nunca me disse, mas me abraçou no dia em que eu decidi que não queria mais ser quem eu era. E veio comigo, pra dizer que eu podia ser quem quisesse, que eu podia até ser médica.
Você nunca me disse, mas eu soube, porque seus cabelos nunca cresceram de novo.
Eu nunca disse, mas te fiz chá quando você voltou com frio de sei lá onde.
Eu tinha sempre um band-aid na cabeceira da cama, pra quando você voltasse.
Eu nunca disse que te amava, mas lia pra você em inglês, com uma pronúncia terrível. Eu nunca disse, mas quando você disse que ia embora, meu coração se partiu em dois, e foi por isso que eu só disse "ok".
Não dizia, mas não conseguia ir pra aula porque tinha que te ver antes. Nunca cheguei no primeiro horário.
Eu nunca disse, mas deixei que você fizesse as palavras cruzadas quando você ficou doente.
Eu nunca te disse, mas nunca falei de você direito pra ninguém, nunca disse uma palavra contra você.
Eu nunca disse, mas deixei que você fosse embora, mesmo querendo que você ficasse.
Eu não estava pronta pra ficar sozinha. Mas você estava.
Eu nunca disse,
mas eu disse.
E ouvi, incontáveis vezes, nas suas mãos, na sua boca, nos seus olhos, nos seus cabelos, nos incontáveis copos de água, no gesto de apagar as luzes, nas caminhadas até o mercado pra comprar sorvete, no gosto de chocolate branco misturado com chocolate preto, de batatas fritas e chocolate.
Eu ouvi, Otto. E ainda ouço.
Espero que você ouça também.
O amor é isso tudo.
Obrigada. :)
28x09 Ceremonials, a prelude
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Imagem: TingTing Huang
Caro Otto,
Pisca-pisca na janela.
Nem sei que horas são, acabei de acordar, o cabelo mais bagunçado do que nunca, um emaranhado de tudo o que eu mais amo, cheirando a sono e condicionador.
To sozinha.
Mas não tô.
Meu melhor amigo dorme na sala, minha irmã no quarto.
Acordei com o coração batendo forte, os ouvidos zumbindo. Tive uma daquelas crises de coragem.
Andei assustada, tive medo de tanta coisa, Otto.
Nunca de ficar só, mas tive medo de não ser boa o suficiente.
Mas eu sou. Só estou confusa.
Eu sou incrível, como você bem sabe haha.
Capaz de ter as conversas mais bizarras, de ser a melhor amiga do mundo, de cozinhar bem - mas nem tanto -, de assistir milhões de seriados, de ler livros chatos :x, de criar padrões e seguí-los religiosamente.
Eu beijo bem (: Disso você sabe-não sabe. Mas é, ouvi dizer.
Sirvo pra namorar, disse o King, e eu cuspi na cara dele. Não quero servir pra namorar, ô moço, bela bosta. Quero servir pra ficar junto e pra gostar de ficar junto.
Quero servir pro que eu quiser servir.
Pra beijar, pode ser.
E beijei.
Quero servir pra acordar junto, pra conversas intermináveis, infinitas, que nunca perdem a graça. Quero servir pra fazer falta, pr'aquela hora da noite em que você pensa que estudar nem vale mais a pena, que me ver seria mil vezes melhor :)
Quero servir pra declarações de "gostar", pra vir a qualquer hora pra me ver. Quero servir pra "Vem comigo agora?" e pra ouvir "Vou". Quero servir pra me vestir como eu quiser. Pra dançar do jeito como eu quiser, de um jeito que me faça rir, pra dançar pra mim.
Quero servir nas minhas roupas de festa e sair pra ficar bêbada e dar risada.
Quero servir pra xingar pessoas pras minhas amigas. Quero servir pra agradecer quando elas concordarem.
Quero servir pra ouvir música nova e pra ouvir o que eu quiser, pra ir pra onde eu quiser, quando e com quem eu quiser.
Quero servir pra beijar na boca de quem eu quiser, bêbada ou sóbria.
Quero servir pra ouvir que meu beijo é incrível, pra ouvir pedidos de casamento de bêbados.
Ah, Otto, eu quero servir pra ficar confusa, pra não saber de quem gosto.
Quero servir pra ser engraçada, pra fazer com que todo mundo que me conhece dê risada comigo.
Quero servir pra escrever cartas longas, histórias longas, pra fazer bagunça no meu quarto, pra beijar rapazes ao som dos Strokes, pra ficar chateada com eles ao som dos Fratellis.
Quero servir pra deixar quem gosta de mim chateado quando eu for embora.
Ou pra não saber se vou ser beijada ou não.
Tantas coisas, Otto.
Quero servir pra ser médica, pra ser adulta.
Já sirvo, na verdade, pra muitas dessas coisas, a maioria delas.
Mas eu ainda quero tanto da vida.
Quero servir pra te encontrar e te abraçar, dizer que você foi o melhor amor que já tive. Te agradecer por ter ficado e por ter partido. Quero servir pra te sussurrar o quanto você foi e é importante pra mim, tocar nos seus cabelos cor de sol, na sua barba, sem medo, sem paixão, só amor puro.
Eu sou agora, mais do que nunca, quem você queria que eu fosse.
Sinto sua falta.
Queria que você estivesse aqui pra ver isso. Meu cabelo bagunçado, meu corpo completamente fora de controle, meus pensamentos indizíveis saindo por aí sem que eu me importe.
Eu estive com medo.
Mas passou.
Eu tenho tudo de que preciso.
Come and see.
Com amor,
B.
Caro Otto,
Pisca-pisca na janela.
Nem sei que horas são, acabei de acordar, o cabelo mais bagunçado do que nunca, um emaranhado de tudo o que eu mais amo, cheirando a sono e condicionador.
To sozinha.
Mas não tô.
Meu melhor amigo dorme na sala, minha irmã no quarto.
Acordei com o coração batendo forte, os ouvidos zumbindo. Tive uma daquelas crises de coragem.
Andei assustada, tive medo de tanta coisa, Otto.
Nunca de ficar só, mas tive medo de não ser boa o suficiente.
Mas eu sou. Só estou confusa.
Eu sou incrível, como você bem sabe haha.
Capaz de ter as conversas mais bizarras, de ser a melhor amiga do mundo, de cozinhar bem - mas nem tanto -, de assistir milhões de seriados, de ler livros chatos :x, de criar padrões e seguí-los religiosamente.
Eu beijo bem (: Disso você sabe-não sabe. Mas é, ouvi dizer.
Sirvo pra namorar, disse o King, e eu cuspi na cara dele. Não quero servir pra namorar, ô moço, bela bosta. Quero servir pra ficar junto e pra gostar de ficar junto.
Quero servir pro que eu quiser servir.
Pra beijar, pode ser.
E beijei.
Quero servir pra acordar junto, pra conversas intermináveis, infinitas, que nunca perdem a graça. Quero servir pra fazer falta, pr'aquela hora da noite em que você pensa que estudar nem vale mais a pena, que me ver seria mil vezes melhor :)
Quero servir pra declarações de "gostar", pra vir a qualquer hora pra me ver. Quero servir pra "Vem comigo agora?" e pra ouvir "Vou". Quero servir pra me vestir como eu quiser. Pra dançar do jeito como eu quiser, de um jeito que me faça rir, pra dançar pra mim.
Quero servir nas minhas roupas de festa e sair pra ficar bêbada e dar risada.
Quero servir pra xingar pessoas pras minhas amigas. Quero servir pra agradecer quando elas concordarem.
Quero servir pra ouvir música nova e pra ouvir o que eu quiser, pra ir pra onde eu quiser, quando e com quem eu quiser.
Quero servir pra beijar na boca de quem eu quiser, bêbada ou sóbria.
Quero servir pra ouvir que meu beijo é incrível, pra ouvir pedidos de casamento de bêbados.
Ah, Otto, eu quero servir pra ficar confusa, pra não saber de quem gosto.
Quero servir pra ser engraçada, pra fazer com que todo mundo que me conhece dê risada comigo.
Quero servir pra escrever cartas longas, histórias longas, pra fazer bagunça no meu quarto, pra beijar rapazes ao som dos Strokes, pra ficar chateada com eles ao som dos Fratellis.
Quero servir pra deixar quem gosta de mim chateado quando eu for embora.
Ou pra não saber se vou ser beijada ou não.
Tantas coisas, Otto.
Quero servir pra ser médica, pra ser adulta.
Já sirvo, na verdade, pra muitas dessas coisas, a maioria delas.
Mas eu ainda quero tanto da vida.
Quero servir pra te encontrar e te abraçar, dizer que você foi o melhor amor que já tive. Te agradecer por ter ficado e por ter partido. Quero servir pra te sussurrar o quanto você foi e é importante pra mim, tocar nos seus cabelos cor de sol, na sua barba, sem medo, sem paixão, só amor puro.
Eu sou agora, mais do que nunca, quem você queria que eu fosse.
Sinto sua falta.
Queria que você estivesse aqui pra ver isso. Meu cabelo bagunçado, meu corpo completamente fora de controle, meus pensamentos indizíveis saindo por aí sem que eu me importe.
Eu estive com medo.
Mas passou.
Eu tenho tudo de que preciso.
Come and see.
Com amor,
B.
Early Cuts: About time
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Meu segundo contato com o homem-cavalo-leão se deu por correspondência.
Tínhamos um interesse em comum: a mente humana.
Para que parecesse mais normal, mais humana, foram implantadas em mim memórias. De sensações e momentos que nunca fui capaz de compreender plenamente.
Possuo uma lembrança, por exemplo, de não sentir nada.
Sendo um robô, estava habituada a isso. Mas o não sentir nada humano era diferente. Era um desligamento do mundo, um embotamento das ideias tão peculiar que eu precisava entender como acontecia.
Ele planejava estudar a mente humana, procurava interessados que pudessem ajudá-lo no projeto.
Era Abril, eu lia livros sobre pequenas moléculas causadoras de reações alérgicas e chorava debaixo de blusas de frio que Elspeth segurava sob minha cabeça, como era conveniente. Eu era invencível, invisível e incapaz de evoluir.
A ideia de compreender algo me atraiu, de finalmente estudar algo de meu interesse, e enviei-lhe uma mensagem amigável.
Ele respondeu.
Empolgada pelo sucesso de nossa comunicação, enviei-lhe outra mensagem.
Ele respondeu.
Enviei-lhe mais uma mensagem, empolgada, eu fórica.
E ele não respondeu.
Detestei-o por algumas horas, depois passou, esqueci.
Foi só um eco de emoção humana, apareceu, piscou, sumiu.
Sumiu a raiva, sumiu sua existência, pra reaparecer só uns dias depois.
(Se eu soubesse, então, teria feito diferente?)
Meu segundo contato com o homem-cavalo-leão se deu por correspondência.
Tínhamos um interesse em comum: a mente humana.
Para que parecesse mais normal, mais humana, foram implantadas em mim memórias. De sensações e momentos que nunca fui capaz de compreender plenamente.
Possuo uma lembrança, por exemplo, de não sentir nada.
Sendo um robô, estava habituada a isso. Mas o não sentir nada humano era diferente. Era um desligamento do mundo, um embotamento das ideias tão peculiar que eu precisava entender como acontecia.
Ele planejava estudar a mente humana, procurava interessados que pudessem ajudá-lo no projeto.
Era Abril, eu lia livros sobre pequenas moléculas causadoras de reações alérgicas e chorava debaixo de blusas de frio que Elspeth segurava sob minha cabeça, como era conveniente. Eu era invencível, invisível e incapaz de evoluir.
A ideia de compreender algo me atraiu, de finalmente estudar algo de meu interesse, e enviei-lhe uma mensagem amigável.
Ele respondeu.
Empolgada pelo sucesso de nossa comunicação, enviei-lhe outra mensagem.
Ele respondeu.
Enviei-lhe mais uma mensagem, empolgada, eu fórica.
E ele não respondeu.
Detestei-o por algumas horas, depois passou, esqueci.
Foi só um eco de emoção humana, apareceu, piscou, sumiu.
Sumiu a raiva, sumiu sua existência, pra reaparecer só uns dias depois.
(Se eu soubesse, então, teria feito diferente?)
28x08 Oração
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Tô assustada.
Leio meu horóscopo, tudo parece claro, dia livre, bom.
Espero declarações de amor que não chegam.
Chega mensagem: ele quer me ver.
Tô confusa demais, fica longe, não me dê oportunidades: invento desculpas, que são verdades, mas que não deixam de ser desculpas.
Deito na cama. Pesadelos, diarreia, acordo com medo, não leio horóscopo, não como, não durmo: você. O dia inteiro, à espreita, o medo de levar um não, o medo da sua voz ecoando pelas escadas, o medo da sua não resposta, a sensação de rejeição por trás do temido sinal azul.
Corro pra casa, ansiosa, trêmula, escolho roupas, penteio o cabelo, como, durmo, pesadelos, diarreia. Penteio o cabelo, passo maquiagem, mostro as pernas, lembro
Tô com medo.
Tô com medo de ficar sozinha, mas não tô com medo de ficar sozinha. Tô com medo de seguir em frente, e nem sabia.
Pego o carro na chuva, ansiosa, o peito em chamas, e corro pra lá, te procurando em cada canto.
Grito pra você, cada palavra, sem me dar conta disso.
Grito de joelhos num banco de madeira, os joelhos doem, latejam. Mas não me sento.
Canto em forma de prece, como se isso fizesse sentido, como se eu soubesse o que pedir, como se eu quisesse algo, como se eu merecesse algo.
As pernas doem, não me levanto.
Grito. Grito. Grito. Chamo o seu nome, invoco a alma de nós, a coragem de dizer tudo, de voltar atrás. De voltar no tempo.
Tomo coragem, os dedos correndo rápido pelo teclado, e então já foi.
Oro. Tento me concentrar nas preces, mas só quero que você responda.
Espero
Espero
Espero
Espero
1% de bateria e eu aflita, não acabe antes que ele responda.
Me dá vontade de olhar, procuro seu rosto, seu nome e percebo, de novo, que você não se importa.
Alguém grita que o choro é livre.
Meus olhos ardem, a garganta fecha, tanta coisa pra um dia só, tanta dor, maldita lua, engulo seco, engulo dor pura, sem adulterações, mas dor que não dói. Dor antiga, de meses, que nem machuca mais, só lateja.
Grito. Grito meu nome pra fumaça colorida, até não sentir mais nada.
Grito. Grito. Grito.
Mas não passa, só lateja sem parar.
Alguém me dá a mão, me acalenta com a voz, me nina, me pega no colo e me diz que essa é a última. Por mim, pra mim, de mim.
Não dá mais pra pensar nisso, pra passar por isso.
Fecho os olhos e a noite passa num segundo, aplausos, as luzes se apagam e eu morro mais um pouco. Sem perder a esperança, me junto à multidão e grito, grito, grito e grito, faço uma última prece, com minhas últimas forças, meu resquício de vontade
Meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele, cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Grito e eles voltam, atendendo ao último desejo que me resta.
Depois, as luzes se apagam, a fumaça cessa e eu vou embora.
Coloco o casaco, abro o guarda-chuva e vou embora.
A volta é longa, como você bem sabe.
Tô assustada.
Leio meu horóscopo, tudo parece claro, dia livre, bom.
Espero declarações de amor que não chegam.
Chega mensagem: ele quer me ver.
Tô confusa demais, fica longe, não me dê oportunidades: invento desculpas, que são verdades, mas que não deixam de ser desculpas.
Deito na cama. Pesadelos, diarreia, acordo com medo, não leio horóscopo, não como, não durmo: você. O dia inteiro, à espreita, o medo de levar um não, o medo da sua voz ecoando pelas escadas, o medo da sua não resposta, a sensação de rejeição por trás do temido sinal azul.
Corro pra casa, ansiosa, trêmula, escolho roupas, penteio o cabelo, como, durmo, pesadelos, diarreia. Penteio o cabelo, passo maquiagem, mostro as pernas, lembro
Tô com medo.
Tô com medo de ficar sozinha, mas não tô com medo de ficar sozinha. Tô com medo de seguir em frente, e nem sabia.
Pego o carro na chuva, ansiosa, o peito em chamas, e corro pra lá, te procurando em cada canto.
Grito pra você, cada palavra, sem me dar conta disso.
Grito de joelhos num banco de madeira, os joelhos doem, latejam. Mas não me sento.
Canto em forma de prece, como se isso fizesse sentido, como se eu soubesse o que pedir, como se eu quisesse algo, como se eu merecesse algo.
As pernas doem, não me levanto.
Grito. Grito. Grito. Chamo o seu nome, invoco a alma de nós, a coragem de dizer tudo, de voltar atrás. De voltar no tempo.
Tomo coragem, os dedos correndo rápido pelo teclado, e então já foi.
Oro. Tento me concentrar nas preces, mas só quero que você responda.
Espero
Espero
Espero
Espero
1% de bateria e eu aflita, não acabe antes que ele responda.
Me dá vontade de olhar, procuro seu rosto, seu nome e percebo, de novo, que você não se importa.
Alguém grita que o choro é livre.
Meus olhos ardem, a garganta fecha, tanta coisa pra um dia só, tanta dor, maldita lua, engulo seco, engulo dor pura, sem adulterações, mas dor que não dói. Dor antiga, de meses, que nem machuca mais, só lateja.
Grito. Grito meu nome pra fumaça colorida, até não sentir mais nada.
Grito. Grito. Grito.
Mas não passa, só lateja sem parar.
Alguém me dá a mão, me acalenta com a voz, me nina, me pega no colo e me diz que essa é a última. Por mim, pra mim, de mim.
Não dá mais pra pensar nisso, pra passar por isso.
Fecho os olhos e a noite passa num segundo, aplausos, as luzes se apagam e eu morro mais um pouco. Sem perder a esperança, me junto à multidão e grito, grito, grito e grito, faço uma última prece, com minhas últimas forças, meu resquício de vontade
Meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele, cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Grito e eles voltam, atendendo ao último desejo que me resta.
Depois, as luzes se apagam, a fumaça cessa e eu vou embora.
Coloco o casaco, abro o guarda-chuva e vou embora.
A volta é longa, como você bem sabe.
28x07 Todo esse nada
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Imagem: TingTing Huang
34 perguntas que eu não quero perguntar, que nem sei se quero saber, mas que quero responder, pra mim mesma. Just for the record (Menos de 34, já que, algumas eu não respondo nem morta).
Ah, sim, direto do Buzzfeed.
1. Você me amava?
34 perguntas que eu não quero perguntar, que nem sei se quero saber, mas que quero responder, pra mim mesma. Just for the record (Menos de 34, já que, algumas eu não respondo nem morta).
Ah, sim, direto do Buzzfeed.
1. Você me amava?
Todos os dias, sem falta. Do primeiro minuto do dia até o segundo final. Tenho certeza de pouca coisa nessa vida, mas não tenho a menor dúvida sobre isso. Do meu jeito errado e porco, eu fiz o que achei que era o melhor.
2. Em algum momento, você chegou a acreditar que ficaria comigo para sempre? Confesso que sim, algumas vezes. Logo eu, quem diria? Em alguns dias, olhei nos seus olhos e quis colocar meu mundo todo lá dentro, sem hesitar. Mas passou rápido. Não sou dessas.
3. Você me traiu? Nunca.
5. Por que? Porque você era tudo o que eu queria. As pessoas que traem devem ter seus motivos. Eu não tinha nenhum. Só queria você, mais nada.
6. Você conversava com o seu/a sua ex enquanto estava comigo? Difícil responder. Nunca escondi nada no que diz respeito a isso. O que você sabe é o que eu sei.
7. Alguma vez eu fiz algo que te deixou com ciúmes? Quase o tempo todo, haha. Ok, não tem graça. Mas eu era/sou assim, um ser humano tosco e imaturo. Desculpe.
8. Qual é o seu maior arrependimento sobre o nosso relacionamento? Fico pensando em termos de: "Se eu pudesse voltar no tempo e consertar algo, o que seria?". Não tem conserto. Eu podia ter brigado menos, podia ter dado mais risada e chorado menos. Podia ter sido menos dramática. Mas sou eu. E eu não posso me arrepender de ser quem sou. Eu podia dizer que me arrependo de tudo - às vezes, é verdade. Mas não aceito isso. Acho que me arrependo do agora. De não ser mais sua amiga, de tudo o que levou a essa sensação de que não dá, de que sempre vai ter esse elefante branco na sala quando eu for tentar ser amigável.
9. Qual foi a pior coisa que você fez comigo? Dizer sim.
10. O que você realmente achava dos meus amigos? Eu adorava todos eles! Bom, quase todos eles... -.- Gostava até daqueles que não cheguei a conhecer, uma pena. :/
12. Qual é a sua lembrança favorita da época em que estávamos juntos? Nosso primeiro encontro depois que voltei de viagem. (: Inesquecível. Mas a maneira como você olhava pra mim... Nada nunca foi tão real quanto aquilo. Nunca. Um dia, quero aquilo de novo. Agora não, mas um dia.
13. O que você mais gostava em mim? Você é incrível. Mas eu gostava de como você me fazia sentir bem. Segura, de um jeito que ninguém nunca me fez sentir.
14. O que você menos gostava em mim? Da sua tristeza. Mas é, eu sei que era parte de você como a minha era parte de mim.
16. O que você teria feito diferente? Eu teria entendido mais. E interpretado menos.
17. Você ainda pensa em mim? Sim.
18. Com que frequência? Não todo o tempo haha. De vez em quando. Em você, como pessoa, eu penso mais - geralmente com raiva hehe. Agora, nele, no meu você, só raramente, tenho uns arroubos de saudade de ser feliz. Mas fui triste também, e disso não sinto falta, então passa.
21. Você acha que nós poderíamos ter resolvido os nossos problemas? Não. Esses nossos problemas eram milenares, meu bem. Fizemos o melhor que dava. Era o que tinha na hora.
22. Você gostaria de resolvê-los agora? Não. Não tenho ilusões sobre isso.
23. Quando você curte os meus posts no Instagram e no Facebook e favorita meus tweets, você está flertando comigo ou tentando me perturbar? Eu não faço isso. Se fizesse, seria um pouco de cada.
24. Você por acaso tem um alarme que avisa quando eu não estou pensando em você e é por isso que decide me mandar mensagens nesses momentos? Sim. :D hahahaha, eu não sei. Que pergunta absurda.
25. O que você disse ao seu novo par sobre mim? "Novo par". Bizarro. Disse que você é um cara legal e que não fui uma boa namorada. Que a gente se magoou muito. E que não quero passar por isso nunca mais. Mas que não foi culpa sua. Porque você é um cara legal e etc. Mas uma vez fiquei zangada e disse que você era um babaca -.- Depois me arrependi e disse que você era legal. :) Mas ele te acha um babaca. Atualmente, ele também me acha uma babaca. D: Então acho que tudo bem.
26. Você ainda fala de mim para os seus amigos? Meus amigos gostam de fingir que nunca houve nada entre nós/você está morto. Então é raro. Queria ter falado mais sobre a gente, mas acho que foi melhor assim. Aprendi a superar quase sozinha.
27. Os seus amigos me odeiam? Não. Sei que parece, mas não. Acho que eles só não sabem lidar com a situação, têm uma ideia meio doida sobre lealdade.
28. Você ainda guarda os presentes que eu te dei? Todos, ora essa. Alguns não uso mais, mas não joguei nada fora, não queimei nada. O que eu não queria mais ver, guardei em uma caixa pra abrir quando a poeira baixar.
29. Alguma música ou programa de TV te faz lembrar de mim? Ô, se faz :) Um pouco de tudo de que eu gostava. Mas eu cresci, mudei a playlist. Ainda te encontro, acabei de ouvir "Meu amor é teu" na playlist aleatória. Ainda é sua. Sempre vai ser sua, no fundo. ;)
30. O que você pensa de mim agora? Agora, agora... Nada. Queria te dar um soco na cara, mas passou. Queria te dizer muitas coisas, mas passou. Então penso que você é legal, bem legal. Mais do que isso, acho. Mas agora, agora, é isso.
31. O que você realmente acha do meu corpo? Não tenho pensado muito sobre ele, na verdade. Mas eu gosto. Sempre gostei (:
32. Você acha que, entre nós dois, você era quem mais ganhava por estar com alguém como eu, ou era eu que ganhava mais por estar com você? Pergunta doida, mas eu ganhei mais. Sem dúvida.
33. Se você pudesse me dizer qualquer coisa, o que você diria? Dizer o quê? Todo esse nada? Essas palavras todas, qualquer coisa que eu possa dizer, tudo isso é morto, não muda nada, não me faz sentir melhor, não vai te fazer sentir melhor. Não volta no tempo, não faz com que a gente se ame de novo. Dizer o quê? Reclamar, brigar, gritar pra voltar pra casa e chorar, pra dormir e lavar o rosto no outro dia, fingir que não aconteceu nada? Não, não tenho nada pra dizer, porque tenho tudo pra dizer, porque poderia te dizer qualquer coisa. Qualquer coisa que me passar pela cabeça. E não vai fazer diferença nenhuma. O que faz diferença é o que eu digo pra mim, todo esse nada que escrevi: pra mim, não pra você, não me importa se vai ler. Acho que, de todas as coisas que me passam pela cabeça, a que mais me dá vontade de dizer é: "Eu sei que você me amava, agora eu sei. Desculpe-me por ter entendido isso tão tarde".
34. Você gostaria que ainda estivéssemos juntos? Só em dias úteis.
28x06 Patognomônico
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Vi isso no facebook, deu vontade de me conhecer de novo.
Enjoy.
Vi isso no facebook, deu vontade de me conhecer de novo.
Enjoy.
Qual foi sua...
1. última bebida: Guaraná, gostoso como o quê.
2. última ligação: Jules, pra desejar feliz aniversário
3. última mensagem de texto: Holden, pra falar bolacha.
4. última música que ouviu: Escopo - ANA
Você já....
6. Saiu com duas pessoas ao mesmo tempo? Achava que não, mas nem sei mais. Perdi os limites do que é certo e errado nos relacionamentos atuais.
7. Foi traído? Não sei. E nem quero, não agora.
8. Beijou alguém e se arrependeu? Sim, e a culpa não foi dele, foi minha.
9. Perdeu alguém especial? Sim, diariamente.
10. Ficou deprimido? Sim.
11. Bebeu muito até passar mal? Sim.
Liste os seus três filmes favoritos (hoje):
12. - Mensagem pra você.
13. - Hellboy 2.
14. - Sabrina.
Desde o ano passado, você:
15. Fez algum amigo novo: Não. Diria que me aproximei de pessoas novas. Mas amigos, amigos, não.
16. Se apaixonou: Sim. Eu diria que já estava apaixonada. Mas era novembro, então eu ainda era capaz de me apaixonar por ele de novo e de novo - se não todos os dias, pelo menos uma vez por semana.
17. Riu até chorar: Sim, muitas muitas muitas vezes! MUITAS MUITAS MUITAS :D
18. Conheceu alguém que mudou sua vida: Não sei. Acho que as pessoas têm um jeitinho de mudar sua vida pelas beiradas. Não conheci ninguém novo, mas Re-conheci pessoas e passei a amá-las ainda mais, a deixá-las entrar mudando os móveis e os pensamentos de lugar.
19. Descobriu quem são seus melhores amigos: Todos os dias. Não acredito em melhores amigos. Acredito em amigos de quem se precisa em determinados momentos. Descobri sim, e vou continuar descobrindo.
20. Aprendeu alguma coisa importante, nova? TANTA, TANTA COISA QUE NEM CABE NA CABEÇA, vai escorrendo pelas orelhas, daqui a pouco esqueço tudo. Mas aprendi a esquecer também, o que é muito importante, então vou ficar bem (:
21. Beijou alguém da sua lista de amigos do facebook: Sim hahaha.
Geral:
22. Quantas pessoas do seu facebook vc conhece pessoalmente? Quase todos.
24. Você tem algum animal de estimação? Não.
25. Você mudaria seu nome? Não! Já quis mudar, mas agora amo esse nome gigantesco e esquisito, sem razão de ser, sem significado oculto. Ele me fez quem sou (trouxa).
26. O que vc fez em seu último aniversário? Saí pro Mexicano cujo nome nunca lembro, então chamo de Guacamole com glitter! Meus amigos foram, comemos, demos risada, bebemos tequila. Foi gostoso <3 espero="" o.="" p="" que="" tradi="" vire="">
27. Que hora acordou hoje? 07:20 -.- Mais atrasada, impossível
28. O que estava fazendo ontem à meia noite? Tutorial, filme do Van Damme, conversando com a T., entrando em uma espécie de não-DTR com o Dragon Maker.
29. Está assistindo algo no momento? Não (:
3O. A última vez que vc viu a sua mãe: 01/11.
31. O que vc gostaria de mudar em vc mesmo? Tudo e nada. Queria ser descomplicada. Mas eu adoro meu jeito estúpido-maníaco. Aprendi a me gostar mais, a me aceitar. SOU DOIDA, ODEIO MOLHO, NÃO NÃO NÃO QUERO ESCOLHER PRA ONDE VAMOS HOJE À NOITE, SOU NEURÓTICA, SINTO CIÚMES, LEIO MEUS LIVROS NA ORDEM, MEU CABELO É UMA BAGUNÇA, MEU CORPO É ASSIM DE MIL CORES. E eu tenho uma auto estima super super baixa. Mas eu me amo. (:
32. O que vc está ouvindo agora? Marceline - ANA
33. Você conhece alguém que tem um nome muito estranho? Sim :D Muita gente, haha.
34. O que mais te irrita? Que mexam nas minhas coisas. Mas tipo, em coisas específicas que me deixam maníaca. E que assumam que estou com raiva só porque fico esquisita.
35. Página mais visitada na internet: Youtube.com
38. Signo do zodíaco: Peixes <3 p="">
3>
40. 1o Grau: Visão e Van-Gualberto
41. Colegial: Visão
42. Faculdade: CEUB, osh, com orgulho (:
43. Cor do cabelo: Escuro, bem cor de marte com netuno, com uma mecha loira que era pra ser meio gambé, meio Cruella.
44. Comprido ou curto: Comprido :D
45. De onde vc é: De algum lugar qualquer (:
46. Altura: 1.65-7-6-x Sou pequena, mas nem tanto assim.
47. Vc tem uma queda por alguém? Talvez. Ainda não decidi.
48. O que vc mais gosta em você? Minha coragem de levantar da cama todos os dias.
49. Tem piercings? Não G_G
5O. Tatuagens? Não.
51. Sabe dirigir? Sim! :D (Mas as pessoas não partilham dessa opinião)
Primeiras vezes:
52. Primeira cirurgia: Ainda vou fazer! UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU (Fazer tipo, eu com o bisturi na mão, oi oi oi, quem sabe)
53. O que comprou com seu primeiro salário? LIVROS! A mulher do viajante do tempo e Belezas perigosas <3 p="">
3>
54. Primeira melhor amiga: A., aquela vaca -.-
55.Primeiro amor: Taian <3 .="" p="">
3>
56. Primeira viagem com amigos: Brasília hahaha. Ou melhor, Caldas Novas.
Ultimamente:
57. O que vc tem visto na TV* (no computador): Atlantis
58: Último filme que vc viu: 6 balas -.-
59. O que vc tem comido: Arroz, arroz, arroz.
6O. O que vc tem bebido: Refrigerante, algumas gotas de água e mais nada (por enquanto)
61. O que vc vai fazer qdo terminar de responder? Responder outras.
62. O que vc tem ouvido (música): ANA.
63. O que vc espera para amanhã? Ter um dia longo e cansativo.
Seu futuro:
64. Quer ter filhos? Sim. Tantos quanto puder.
65. Quer se casar? Não faço questão. Seria legal, com a pessoa certa, na hora certa. Mas tudo bem se não acontecer. Talvez seja melhor.
66. Carreira: Escritora. E médica, nas horas vagas HAHAHAHA
O que é melhor:
67. Lábios ou olhos? Olhos.
68. Abraços ou beijos? Beijos.
69. Mais baixos (as) ou mais altos (as)? Mais altos.
70. Mais velhos (as) ou mais novos (as)? Mais velhos.
71. Romântico ou espontâneo? Espontâneo, haha. Engraçado, mas acho que prefiro assim.
72. Braços sarados ou pernas saradas? -.- Curto sedentários.
73. Beleza ou inteligência? Inteligência, com certeza. Que me desculpem os bonitos e gostosos, mas wit é fundamental. :)
74. Relacionamento sério ou só diversão? Hoje, só diversão (mas nem tanto). Amanhã já não sei.
75. Extroversão ou timidez? Um pouco de cada, nos momentos certos.
Você já...
76. Beijou um estranho? Sim :D 2010 feelings. Ô ano doido e fofo <3 p="">
3>
77. Fumou? Sim.
78. Partiu o coração de alguém? Talvez. Acho que não cabe a mim responder.
79. Teve seu coração partido? Sim. Mas sobrevivi.
80. Foi preso (a)? Ainda não. Mas sou certinha, acho que consigo me manter fora da cadeia.
81. Beijou alguém do mesmo sexo? Não. Estou esperando a garota certa haha.
82. Chorou qdo alguém morreu? Sim.
Você acredita em...
83. Você mesmo (a)? Não.
84. Milagres? Em coisas incríveis e inexplicáveis até que alguém explique. Sim.
85. Amor a primeira vista? Sim e não.
86. Paraíso? Não.
87. Papai noel? Não.
88. Na fada do dente? Não, ninguém nunca me deu dinheiro pelos dentes. Mas eu também nunca quis que ninguém levasse meus dentes. (Mas acreditaria fácil na fada dos dentes do Del Toro, a de Hellboy)
89. Anjos? Não.
90: Deus? Na maior parte do tempo.
3>Early Cuts: If you only knew
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Imagem: TingTing Huang
Como cheguei aqui?
Também fui uma forasteira um dia.
O meu estar aqui começou com o começar do mundo, ou talvez com um velho maluco num navio vindo da Espanha, 2 aficcionados por dentes que se juntaram pra criar uma arcada dentária infantil, juntaram alguns fios e partículas das quais resultei.
Fui programada por eles e por dezenas de outros cientistas.
Um deles traçou um plano de objetivos a serem cumpridos a risca.
Foi cumprindo a lista que cheguei até aqui. O caminho que percorri não importa.
Cheguei quando a cidade estava deserta, fui uma das primeiras.
Depois chegaram outros, outras, com suas ideias, sonhos e paixões. E chegarão mais ainda, em busca desse objetivo comum: Tornar-se algo.
Como cheguei aqui?
Também fui uma forasteira um dia.
O meu estar aqui começou com o começar do mundo, ou talvez com um velho maluco num navio vindo da Espanha, 2 aficcionados por dentes que se juntaram pra criar uma arcada dentária infantil, juntaram alguns fios e partículas das quais resultei.
Fui programada por eles e por dezenas de outros cientistas.
Um deles traçou um plano de objetivos a serem cumpridos a risca.
Foi cumprindo a lista que cheguei até aqui. O caminho que percorri não importa.
Cheguei quando a cidade estava deserta, fui uma das primeiras.
Depois chegaram outros, outras, com suas ideias, sonhos e paixões. E chegarão mais ainda, em busca desse objetivo comum: Tornar-se algo.
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28x05 Bem querer
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Imagem: TingTing Huang
Eu amo você, digo pro meu reflexo no espelho. Tento me convencer.
Eu não sei amar. Desaprendi, conhecimento obscuro, conhecimento desnecessário.
Tô tão perdida. Tô tão só, e gosto de estar só.
Não quero ninguém aqui dentro.
Ouço músicas de amor o tempo todo, tentando entender, tentando despertar aquela vontade de estar junto.
Não dá.
- Algo sério.
Ele usa essas palavras e eu busco a vontade dentro de mim. Não está lá. Eu to morta por dentro. Podre, fétida. Quero gostar de você, quero sua pele, quero beijar sua boca a madrugada toda, dormir na sua cama, invadir sua casa com meus pijamas e usar suas camisetas. Só não quero te amar, só não quero seu amor.
Quero solidão. A solidão de chegar em casa e não significar nada pra ninguém. De não esperar mais do que o mínimo de cada dia, de não querer pensar ou brigar. De estar protegida de tudo.
Quero a solidão de falar com Holden todos os dias, todas as noites, e de não esperar nada dele. Quero a solidão de juntar nossas solidões de quando em quando, só por juntar, só pra não ser assim tão só, sem deixar de estar só.
Quero sair de casa sem rumo, sem desejo, sem pentear meus cabelos ou com a roupa mais sexy do guarda-roupas. Só porque. Porque sim.
Quero sentir prazer em estar só. Quero sair com meus amigos, beber vinho e passar batom - batom que ninguém vai borrar.
Quero pentear meus cabelos porque eu amo meus cabelos meio enrolados, meio lisos, secos e barulhentos.
Quero tocar meus amigos e retirar deles todo o contato que preciso para o dia inteiro.
Quero me perder em conversas que duram horas, sem segundas intenções, sem me preocupar se esse tempo deveria estar sendo gasto com outro alguém.
Quero suprir minha necessidade de amor ouvindo músicas e assistindo filmes. Quero viver o amor dos outros, os finais felizes.
Quero a boca de quem quiser minha boca, quero o calafrio de saber que talvez. Mas não quero certezas, não quero perguntas, não quero grandes atos românticos, nem beijos roubados. Não quero confusão. Quero que me goste, mas que aceite se eu não puder gostar de volta.
Eu quero ler poesia e não esperar nada do destino. Quero me apaixonar pelo vento fresco da tarde, pelos personagens de livros, pela cor da pele de um rapaz que conheci, pelo gosto do pão de queijo com café. Quero me apaixonar pela textura dos cabelos nos quais não toco e pela sensação de chegar em casa e deitar no sofá.
Eu não posso mais amar alguém, eu não quero mais ser quem ama alguém. Não agora.
Eu quero ser minha. E não quero que ninguém seja meu.
Um dia passa.
Mas, por enquanto,
não preciso de mais nada.
Eu amo você, digo pro meu reflexo no espelho. Tento me convencer.
Eu não sei amar. Desaprendi, conhecimento obscuro, conhecimento desnecessário.
Tô tão perdida. Tô tão só, e gosto de estar só.
Não quero ninguém aqui dentro.
Ouço músicas de amor o tempo todo, tentando entender, tentando despertar aquela vontade de estar junto.
Não dá.
- Algo sério.
Ele usa essas palavras e eu busco a vontade dentro de mim. Não está lá. Eu to morta por dentro. Podre, fétida. Quero gostar de você, quero sua pele, quero beijar sua boca a madrugada toda, dormir na sua cama, invadir sua casa com meus pijamas e usar suas camisetas. Só não quero te amar, só não quero seu amor.
Quero solidão. A solidão de chegar em casa e não significar nada pra ninguém. De não esperar mais do que o mínimo de cada dia, de não querer pensar ou brigar. De estar protegida de tudo.
Quero a solidão de falar com Holden todos os dias, todas as noites, e de não esperar nada dele. Quero a solidão de juntar nossas solidões de quando em quando, só por juntar, só pra não ser assim tão só, sem deixar de estar só.
Quero sair de casa sem rumo, sem desejo, sem pentear meus cabelos ou com a roupa mais sexy do guarda-roupas. Só porque. Porque sim.
Quero sentir prazer em estar só. Quero sair com meus amigos, beber vinho e passar batom - batom que ninguém vai borrar.
Quero pentear meus cabelos porque eu amo meus cabelos meio enrolados, meio lisos, secos e barulhentos.
Quero tocar meus amigos e retirar deles todo o contato que preciso para o dia inteiro.
Quero me perder em conversas que duram horas, sem segundas intenções, sem me preocupar se esse tempo deveria estar sendo gasto com outro alguém.
Quero suprir minha necessidade de amor ouvindo músicas e assistindo filmes. Quero viver o amor dos outros, os finais felizes.
Quero a boca de quem quiser minha boca, quero o calafrio de saber que talvez. Mas não quero certezas, não quero perguntas, não quero grandes atos românticos, nem beijos roubados. Não quero confusão. Quero que me goste, mas que aceite se eu não puder gostar de volta.
Eu quero ler poesia e não esperar nada do destino. Quero me apaixonar pelo vento fresco da tarde, pelos personagens de livros, pela cor da pele de um rapaz que conheci, pelo gosto do pão de queijo com café. Quero me apaixonar pela textura dos cabelos nos quais não toco e pela sensação de chegar em casa e deitar no sofá.
Eu não posso mais amar alguém, eu não quero mais ser quem ama alguém. Não agora.
Eu quero ser minha. E não quero que ninguém seja meu.
Um dia passa.
Mas, por enquanto,
não preciso de mais nada.
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Early Cuts: Peeler
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Imagem: TingTing Huang
Velhos rascunhos de um conto jamais escrito pra uma pessoa que amei. (: Achei legal, quis publicar aqui. Vou publicando aos pouquinhos, caro leitor inexistente.
"Início do ano.
Existe algo de místico em começos e términos.
O começo do ano me assusta, particularmente. Parece trazer mil mudanças, rostos novos, nomes a decorar, parece demarcar a passagem inexorável do tempo, minha vida passando sem que eu tenha feito o que quis.
Me agarrei, naquele dia, aos pequenos fragmentos padronizados que me restavam.
Conversa amiga, algo me incomodada, naquele dia. Algo que só podia ser dividido com ela, a outra de mim: Elspeth.
Estava triste, arredia, entediada.
"Blasé", ela dizia, "você é blasé".
Elspeth é boa, Gentil. Amável.
Talvez eu esteja sendo redundante, você entenderia se a conhecesse.
Mas ela não é só isso.
Elspeth é inteligente, engraçada, espontânea, confiável. Ela tem um sorriso incrível que faz qualquer um sorrir de volta. Os olhos dela brilham permanentemente, parecem sorrir quase o tempo todo.
Tudo nela parece sincero, aconchegante, casa de vó.
Morro de medo de gente, mas Elspeth não é só gente. Ela é humana, em todos os sentidos lindos da palavra,
Eu poderia tentar descrevê-la fisicamente, se tentasse - embora não fosse sair parecido com ela, nem um pouco -, mas não importa agora.
O que você precisa saber, leitor, é que éramos quase inseparáveis.
Diferente das outras pessoas, Elspeth nunca me tratou como um robô. Pra ela, eu tinha alma, coração.
Eu era mais do que um amontoado de metal. E, pra mim, ela sempre foi mais do que carne, sangue, ossos.
Por isso, naquele dia, precisava falar com ela, e só com ela. Caminhamos juntas, envoltas numa bolha própria sob o sol, e eu divagava sem parar até chegarmos perto do templo.
E foi então que perdi a atenção de Elspeth momentaneamente.
Eram 4 forasteiros. Recém-chegados. Elspeth já os conhecia, trabalhava na prefeitura, numa posição extremamente importante. Pra ela, aqueles estranhos tinham significado.
Pra mim, eram carne, sangue, ossos. Ignorei-os, enquanto Elspeth falava com eles.
Eu não queria falar com eles, queria que me ignorassem, como estava acostumada. Preferia até que me temessem.
Três deles me ignoraram, como era certo.
Olhei pra eles com desinteresse e eles olharam através de mim.
Mas não ele.
Rosnou e me sorriu, disse algo à guisa de cumprimento.
Me viu.
Fiquei em choque, farejei o ar em busca de medo, de alguma explicação racional. Senti cheiro de euforia só, como era comum entre os forasteiros.
Olhei pra ele, híbrido de homem, leão, cavalo.
Não me lembro de responder, talvez tenha dito "Oi". Duvido muito.
Elspeth se desculpou por mim, não pela primeira vez, e voltei a me desinteressar deles até que foram embora e continuamos nosso caminho, nossa conversa, como se nada, nada mesmo, tivesse nos interrompido. "
Velhos rascunhos de um conto jamais escrito pra uma pessoa que amei. (: Achei legal, quis publicar aqui. Vou publicando aos pouquinhos, caro leitor inexistente.
"Início do ano.
Existe algo de místico em começos e términos.
O começo do ano me assusta, particularmente. Parece trazer mil mudanças, rostos novos, nomes a decorar, parece demarcar a passagem inexorável do tempo, minha vida passando sem que eu tenha feito o que quis.
Me agarrei, naquele dia, aos pequenos fragmentos padronizados que me restavam.
Conversa amiga, algo me incomodada, naquele dia. Algo que só podia ser dividido com ela, a outra de mim: Elspeth.
Estava triste, arredia, entediada.
"Blasé", ela dizia, "você é blasé".
Elspeth é boa, Gentil. Amável.
Talvez eu esteja sendo redundante, você entenderia se a conhecesse.
Mas ela não é só isso.
Elspeth é inteligente, engraçada, espontânea, confiável. Ela tem um sorriso incrível que faz qualquer um sorrir de volta. Os olhos dela brilham permanentemente, parecem sorrir quase o tempo todo.
Tudo nela parece sincero, aconchegante, casa de vó.
Morro de medo de gente, mas Elspeth não é só gente. Ela é humana, em todos os sentidos lindos da palavra,
Eu poderia tentar descrevê-la fisicamente, se tentasse - embora não fosse sair parecido com ela, nem um pouco -, mas não importa agora.
O que você precisa saber, leitor, é que éramos quase inseparáveis.
Diferente das outras pessoas, Elspeth nunca me tratou como um robô. Pra ela, eu tinha alma, coração.
Eu era mais do que um amontoado de metal. E, pra mim, ela sempre foi mais do que carne, sangue, ossos.
Por isso, naquele dia, precisava falar com ela, e só com ela. Caminhamos juntas, envoltas numa bolha própria sob o sol, e eu divagava sem parar até chegarmos perto do templo.
E foi então que perdi a atenção de Elspeth momentaneamente.
Eram 4 forasteiros. Recém-chegados. Elspeth já os conhecia, trabalhava na prefeitura, numa posição extremamente importante. Pra ela, aqueles estranhos tinham significado.
Pra mim, eram carne, sangue, ossos. Ignorei-os, enquanto Elspeth falava com eles.
Eu não queria falar com eles, queria que me ignorassem, como estava acostumada. Preferia até que me temessem.
Três deles me ignoraram, como era certo.
Olhei pra eles com desinteresse e eles olharam através de mim.
Mas não ele.
Rosnou e me sorriu, disse algo à guisa de cumprimento.
Me viu.
Fiquei em choque, farejei o ar em busca de medo, de alguma explicação racional. Senti cheiro de euforia só, como era comum entre os forasteiros.
Olhei pra ele, híbrido de homem, leão, cavalo.
Não me lembro de responder, talvez tenha dito "Oi". Duvido muito.
Elspeth se desculpou por mim, não pela primeira vez, e voltei a me desinteressar deles até que foram embora e continuamos nosso caminho, nossa conversa, como se nada, nada mesmo, tivesse nos interrompido. "
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Pégaso
Early Cuts: De onde vem a calma
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Me leva pra tomar sorvete.
Tá ouvindo nossa música no rádio?
E essa roupa que comprei pra usar no nosso primeiro encontro? Legal, né?
Essa cicatriz que não sai, você se lembra de como ganhei?
Entre outras coisas que eu espero não esquecer, mas já esqueci.
É melhor assim. (:
Boa noite, Pégaso.
Boa sorte.
Me leva pra tomar sorvete.
Tá ouvindo nossa música no rádio?
E essa roupa que comprei pra usar no nosso primeiro encontro? Legal, né?
Essa cicatriz que não sai, você se lembra de como ganhei?
Entre outras coisas que eu espero não esquecer, mas já esqueci.
É melhor assim. (:
Boa noite, Pégaso.
Boa sorte.
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muito pertinente,
Pégaso,
The End?
28x03 Incurável
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Tempo.
Sinto que estou em um universo paralelo, presa. Não tenho fúria, ímpeto, tempestade. Espero.
E sinto o tempo escorrendo dos poros, transpiro o tempo que resta.
Consigo me visualizar. Encostada na parede, pequenos átomos em chamas.
Espero, incurável.
Pra morrer ou viver, sem me mover, quase sem respirar, não faço ruídos, nem sinto o frio que me congela os ossos.
Incurável.
Espero sem saber pelo quê, gosto de sono na boca, trigo e fé injustificada, cérebro encolhendo, enrugando a boca velha, que não se mexe mais.
Embranqueço feito urso polar, e enlouqueço, me entristeço, velha e nua, tempo escorrendo rápido, coração murcho, cabelos enfraquecendo.
Esperando, sempre esperando a resposta certa, a visão do outro lado da cortina ou o abraço antigo, o elogio tradicional.
Espero.
Incurável, como sempre
Tempo.
Sinto que estou em um universo paralelo, presa. Não tenho fúria, ímpeto, tempestade. Espero.
E sinto o tempo escorrendo dos poros, transpiro o tempo que resta.
Consigo me visualizar. Encostada na parede, pequenos átomos em chamas.
Espero, incurável.
Pra morrer ou viver, sem me mover, quase sem respirar, não faço ruídos, nem sinto o frio que me congela os ossos.
Incurável.
Espero sem saber pelo quê, gosto de sono na boca, trigo e fé injustificada, cérebro encolhendo, enrugando a boca velha, que não se mexe mais.
Embranqueço feito urso polar, e enlouqueço, me entristeço, velha e nua, tempo escorrendo rápido, coração murcho, cabelos enfraquecendo.
Esperando, sempre esperando a resposta certa, a visão do outro lado da cortina ou o abraço antigo, o elogio tradicional.
Espero.
Incurável, como sempre
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28x02 Body Urges
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Não quero nada, digo.
Meu corpo quer tudo, não liga, desobedece, rebelde, contra os horários, regras impostas, lembranças.
Me dói o corpo, dói o peito, dói o medo de estar morrendo aos poucos de uma doença que nem entendo, dói a vontade de estar sozinha, dói a vontade de não estar sozinha, dói a raiva, dói a calma, dói acordar, dói dormir, dói o passar do tempo, o ficar, o estar, o permanecer. Ser dói. Não ser mata aos poucos, ácido na goela.
E o corpo não liga, me desliga e vive sem mim.
Não ligo.
Ligar dói.
Não quero nada, digo.
Meu corpo quer tudo, não liga, desobedece, rebelde, contra os horários, regras impostas, lembranças.
Me dói o corpo, dói o peito, dói o medo de estar morrendo aos poucos de uma doença que nem entendo, dói a vontade de estar sozinha, dói a vontade de não estar sozinha, dói a raiva, dói a calma, dói acordar, dói dormir, dói o passar do tempo, o ficar, o estar, o permanecer. Ser dói. Não ser mata aos poucos, ácido na goela.
E o corpo não liga, me desliga e vive sem mim.
Não ligo.
Ligar dói.
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não procede mais
28x01 Take Care
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garota solteira procura,
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Sinto que estou velha.
Velha demais pra esperar, pra perder tempo.
Velha o suficiente pra me sentar e pensar em todas as coisas que não posso desfazer.
Velha, suja e triste.
Sento no chão, velha e sábia, digo a Holden com os olhos "Eu sei, eu também. Vamos esperar que passe", quero dizer em voz alta, mas não tenho tempo.
Não dá tempo, amigo. Envelheço, decaio, morro aos poucos, não passa rápido o suficiente.
- Eu te odeio - digo, sem dizer, a meu querido, amado e adorado ex-namorado.
Te odeio porque te odeio, não sei fazer de outro jeito, é tão mais fácil do que tentar superar, ser amigo. Dói menos.
Mas não te odeio, é claro. Odeio a mim mesma, odeio meu corpo, meu rosto, minhas coisas, minhas roupas, casa, comida e tudo o mais.
Vomito.
Tenho medo de ficar só.
Mando mensagem para o Dragon Maker, que vem voando por debaixo da terra, me dá a mão, me dá a boca e o corpo todo, sem reservas, enquanto me dou a conta gotas.
Olho pra ele, decoro suas pintas, sua pele lisa e quente. Tô velha, vá embora, quero ficar só.
Não tô em condições de cuidar.
Quero ficar só.
Sinto que estou velha.
Velha demais pra esperar, pra perder tempo.
Velha o suficiente pra me sentar e pensar em todas as coisas que não posso desfazer.
Velha, suja e triste.
Sento no chão, velha e sábia, digo a Holden com os olhos "Eu sei, eu também. Vamos esperar que passe", quero dizer em voz alta, mas não tenho tempo.
Não dá tempo, amigo. Envelheço, decaio, morro aos poucos, não passa rápido o suficiente.
- Eu te odeio - digo, sem dizer, a meu querido, amado e adorado ex-namorado.
Te odeio porque te odeio, não sei fazer de outro jeito, é tão mais fácil do que tentar superar, ser amigo. Dói menos.
Mas não te odeio, é claro. Odeio a mim mesma, odeio meu corpo, meu rosto, minhas coisas, minhas roupas, casa, comida e tudo o mais.
Vomito.
Tenho medo de ficar só.
Mando mensagem para o Dragon Maker, que vem voando por debaixo da terra, me dá a mão, me dá a boca e o corpo todo, sem reservas, enquanto me dou a conta gotas.
Olho pra ele, decoro suas pintas, sua pele lisa e quente. Tô velha, vá embora, quero ficar só.
Não tô em condições de cuidar.
Quero ficar só.
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27x14 6 ou Canção pra não voltar (Season Finale)
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Eu sei que é complicado amar tão devagarinho
E eu também tenho tanto medo
Eu sei que o tempo anda difícil e a vida tropeçando
Mas se a gente vai juntinho, vai bem
Eu não sei se você sabe, mas eu ando aqui tentando
Caro Pégaso – é, eu nunca te dei um nome de verdade, nome de
gente. Agora é desnecessário -,
Abro a playlist no aleatório pra te escrever uma carta, uma
última, uma penúltima, uma carta só, de número 5, 6 ou 7, sei lá, e os acordes
de “Mercadorama” me dão um tapa na cara, forte, um aperto grande no estômago,
náusea. Prendo a respiração, procuro os botões pra mudar de música, mas essa
coisa não passa, ainda me dói respirar.
Bom, direto ao ponto. Escrevo porque senti vontade. E
vontade, do tipo puro e simples, é uma coisa rara, nos últimos dias.
Você talvez nunca leia isso, muito embora tenha mais chance
de ler essa carta do que Otto tem de ler as que escrevo pra ele. Talvez um dia,
daqui a alguns meses, você se veja parado na frente de uma tela como essa e se
pergunte “Ei, o que será que ela anda fazendo?”. Aí você vai vir aqui e muito tempo já vai ter
passado, essa postagem vai estar lá em setembro, há um século de distância.
Mas, quem sabe, talvez você sinta vontade de se ver pelos meus olhos antigos.
E, então, vai saber:
Eu ainda
não segui em frente.
Tô perdida, sozinha, carente, confusa. Não segui em frente.
Ontem, estava sentada com uns amigos - Holden, meu amigo, é.
O mundo dá essas voltas -, você passou, e eu senti o mesmo misto de medo,
ansiedade e desespero de sempre. A garota, que você deve saber quem é, disse
depois que “nem me lembrava mais que vocês dois já estiveram juntos”.
Eu me lembro. Não disse isso a ela, dei risada, dei de
ombros. Mas eu me lembro.
Eu tenho uma lembrança pra cada uma das suas camisetas. Pra
cada uma das minhas roupas, cada um dos meus brincos.
Eu não segui em frente.
Mas tô tentando. Não tô mais ouvindo o “How big”, da
Florence, que acredito ser o nosso “break-up album” . Evito Babel e o último álbum da Russian Red
(Ou evitava, até hoje). A banda mais bonita da cidade, nem pensar.
Por um tempo, tentei ser como era antes, como se a vida sem
você fosse simplesmente a mesma que era antes, como se houvesse um ponto de
restauração no sistema. Li. Li durante dias, horas, sem ver o tempo passando,
até a vista escurecer toda, até algumas horas antes das aulas.
Li. Saí por aí procurando Otto. Que loucura. Como se ele
fosse a grande resposta, como se voltar a amá-lo fosse apagar você. Deus, eu
espero que ele esteja bem longe. Feliz.
Enquanto procurava Otto, percebi que eu nunca mais poderia
ser quem costumava ser. Percebi que só queria ser aquela pessoa porque você se
apaixonou por ela. Porque eu queria que você se apaixonasse por mim outra vez.
Mas não dava. Continuei a ler, comecei a beber, passava a
maior parte do tempo pensando em sair pra beber. A semana se tornou apenas um
intervalo entre a ressaca e o próximo porre. Bebi, bebi, fiz coisas muito
tolas. Mas não chorei. Não saí por aí chorando e gritando seu nome.
Dirigi bêbada, coisa que havia prometido pra mim mesma nunca
mais fazer. Voltei pra casa bêbada, gritando músicas da Florence pra mim mesma,
lutando contra a vontade que me rasgava em pedaços, de ir tocar seu interfone,
te pedir pra descer, te pedir pra gostar de mim de novo, te pedir pra pelo
menos me deixar dormir no seu quarto.
Senti dor. E agora vejo que você também deve ter sentido,
talvez ainda sinta. Às vezes, eu só queria te perguntar se isso passa, se é
sempre assim.
Sinto sua falta. Sinto falta da sua companhia, sinto falta
de te perguntar as coisas, de te contar o que acontece. Sinto falta de te
contar sobre um livro muito bom, sobre a cor do céu de madrugada, um evento no
CCBB, uma fofoca da vida de alguém, uma coisa que aconteceu em casa, hoje um
filme no cinema (vão passar uns filmes do tipo 500 dias com ela por esses dias,
sabe?) . Sinto
falta de olhar pra você sem ter que desviar os olhos.
Mas calma, já passei da fase de achar que vamos voltar. Já
passei da fase de te querer de volta, de querer te beijar, dormir com você,
sentir seu cheiro. Já até esqueci como é seu beijo, tanto que às vezes tenho
que me esforçar pra lembrar da consistência da sua boca. Já superei a vontade
de ir até sua casa, embora ainda imagine – todas as segundas e quartas, quando
passo pela sua rua – qual seria sua reação. Você provavelmente também já passou
dessa fase de achar que vamos voltar, eu acho. É triste, mas me deixa aliviada.
Já passei dessa fase, mas não segui em frente.
Ainda te encontro em cada canto do meu quarto, dos meus
cadernos, da minha playlist e paro um segundo, pra ficar triste porque eu te
amei tanto, nos amamos tanto e agora somos estranhos. É triste, é como se você
tivesse morrido e eu não pudesse passar pelas fases do luto porque ninguém quer
falar sobre você. Cada vez que menciono seu nome, as pessoas se entreolham e
mudam de assunto, e eu me obrigo a guardar você de volta. Aos poucos, elas vão
se esquecer de que a gente existiu e eu não sei se é o que eu quero. Porque
aconteceu.
Isso me deixa muito confusa. Eu deveria apagar mesmo você, cada traço, cada
memória, e começar com um espaço em branco na vida? Porque, às vezes, eu quero
fazer isso. Às vezes, acho que é o único jeito de fazer com que isso passe. Mas
aí vem alguém mais sensato que eu e me diz pra dar tempo ao tempo, que eu vou
guardar isso, que você e eu nos tornaremos uma história que eu vou querer
contar.
Mas será
que vou?
Eu conheci
um cara. Já faz um tempo, eu o conheci um dia depois do nosso último encontro,
o encontro fatídico.
Ele me
encontrou no meio de um monte de gente e eu mal olhei pra ele, eu estava tão
cheia de dor, eu me sentia tão horrível, tão monstruosa, suja, vil. Tão só.
Levou um tempo, muito tempo e álcool – uns poucos caras também, confesso -, pra
deixar de me sentir assim.
Ele foi
paciente, está sendo paciente. Eu digo a ele que não quero gostar de ninguém,
nunca mais, não quero me envolver com ninguém, não quero nada, não quero ser
nada e ele dá de ombros, diz que espera.
E eu gosto
disso. Da ideia de que essa dor é só uma dor, que passa e daqui a pouco quero
estar junto de novo. Da ideia de que a gente não deu certo, mas a culpa não é
toda minha, eu posso dar certo com alguém um dia, quando estiver pronta.
Mas não
estou pronta agora.
Antes da
gente, antes mesmo que eu te conhecesse, eu estava me preparando pra você sem saber, me preparando pra estar
com alguém, pra ser parte de um nós, pra pai, mãe, festas de família, andar de
mãos dadas, sair pra jantar, apresentar pros amigos. Eu estava me preparando
pra dormir junto, pra deixar de enxergar o meu corpo como sagrado e apreciar o
que ele pode fazer, o que mais ele pode significar. Eu estava me preparando pra
penumbra, pra me magoar, pra falar e pra guardar os seus segredos.
E agora, eu
não quero dar as mãos. Eu não quero ninguém passando o braço pelos meus ombros
ou me acompanhando até o carro. Depois de ficar com um cara eu só quero ir pra
casa ficar só. Não sinto vontade de mandar mensagens dizendo o quanto o dia ou
a noite foi especial pra mim. Não sinto vontade de dividir meus segredos ou
contar sobre o meu dia. Ou dizer o que penso. Ou dizer coisas que só fazem
sentido pra mim.
Eu me sinto
perdida. Tão perdida. Não acho que seja só porque você não está aqui, acho que
acabaria por acontecer um dia desses. Eu me sinto perdida e preciso me
encontrar. Não quero ninguém aqui enquanto faço isso.
Eu não
rezo. Eu não vou à igreja, não leio a bíblia. Não falo sobre Deus. Até nisso
acabei me perdendo.
Eu não
estou pronta.
Esse cara,
eu acho que posso gostar dele. Pode ser bom. Ele é uma boa pessoa. Acha que sou
normal. Gosta do meu jeito estranho de pensar, do meu cabelo, do meu corpo. Diz
que quer me ver, sinto borboletas no estômago. Descubro que quero vê-lo também.
Acho que isso é bom.
Mas ainda
não superei.
Ainda fecho
meus olhos ouvindo Pompeii e consigo sentir meu coração bater daquele mesmo
jeito que batia na Disney quando eu me sentava pra falar com você, do jeito que
batia quando eu ia pra uma reunião do C.A. e você estava lá sentado no sofá, do
jeito que bateu quando você segurou minha mão na palestra de Anatomia do Amor,
quase consigo sentir o seu cheiro e a sensação de certeza que tive de que
queria arriscar, de que queria que fosse você e mais ninguém a me magoar quando
saí do cinema depois de assistir “A culpa é das estrelas”, depois de te beijar
no seu carro usando aquela blusa de zebras que eu quase nunca uso porque ela é
sua, é nossa e sempre vai ser.
Eu nunca
achei que fôssemos ficar juntos pra sempre. E isso não quer dizer que eu não
tenha acreditado. Eu acreditei. Em quase todos os segundos. Eu acreditei tanto,
como nunca pensei que fosse possível. Eu te amei tanto - ainda te amo tanto,
embora não do mesmo jeito - , de um jeito que eu tenho até medo. E, lá, naquele
show da Banda do Mar, quando eu cantei olhando nos seus olhos, eu só disse a
verdade
"Olha só, moreno do cabelo enroladinho
Vê se olha com carinho pro nosso amorEu sei que é complicado amar tão devagarinho
E eu também tenho tanto medo
Eu sei que o tempo anda difícil e a vida tropeçando
Mas se a gente vai juntinho, vai bem
Eu não sei se você sabe, mas eu ando aqui tentando
E a gente tem o eterno amor de além".
Era tudo
verdade. Eu fiz o melhor que eu pude, mesmo que não tenha sido o suficiente. E
mesmo que eu me arrependa de muita coisa, não sei se faria diferente, porque eu
sou assim, eu cometo esses erros. Não cometê-los seria não ser verdadeira com o
que sou, seja algo ruim ou bom. Mas eu te amei de verdade. Eu te amo de
verdade, acho que sempre vou, after all this time...
Eu ainda
não segui em frente.
Mas vou
fazer isso uma hora dessas.
Com amor,
todo o amor que eu te dei, meu coração inteiro – até os pedaços que você acha
que não conhece -,
B.
27x13 Long & Lost
Postado por
garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Eu não sei quem sou, o que quero.
Não quero estudar, quero beber até não pensar, quero afogar na minha própria insanidade.
Quero vomitar as tripas.
Quero dormir, deixar o dia passar e acordar no meio da noite pra sentar na beira da janela e olhar as nuvens.
Não quero amar ninguém, nem quero que me amem, só quero vontade, que me queiram, mas só por um tempo.
Não quero sentir dor, não quero te ver, não quero me ver.
Não quero ser quem sou, não quero ser ninguém.
Quero tomar chá e ler, receber mensagens que me façam sentir borboletas no estômago.
Não quero mais sair pra jantar, ou comemorar o dia dos namorados.
Eu quero as estrelas que nunca ganhei.
E quero nada, anônima.
Quero fazer a diferença, e nunca mais ser diferente.
Nunca mais escrever, e escrever com sangue quando a tinta das canetas acabar.
Quero nunca mais escrever números nas mãos, quero nunca mais me deixar solta bêbada, sair por aí sem rumo, sem me importar com qualquer coisa.
Quero me encontrar de novo. Ao mesmo tempo, prefiro não.
Tanto faz.
Eu não sei quem sou, o que quero.
Não quero estudar, quero beber até não pensar, quero afogar na minha própria insanidade.
Quero vomitar as tripas.
Quero dormir, deixar o dia passar e acordar no meio da noite pra sentar na beira da janela e olhar as nuvens.
Não quero amar ninguém, nem quero que me amem, só quero vontade, que me queiram, mas só por um tempo.
Não quero sentir dor, não quero te ver, não quero me ver.
Não quero ser quem sou, não quero ser ninguém.
Quero tomar chá e ler, receber mensagens que me façam sentir borboletas no estômago.
Não quero mais sair pra jantar, ou comemorar o dia dos namorados.
Eu quero as estrelas que nunca ganhei.
E quero nada, anônima.
Quero fazer a diferença, e nunca mais ser diferente.
Nunca mais escrever, e escrever com sangue quando a tinta das canetas acabar.
Quero nunca mais escrever números nas mãos, quero nunca mais me deixar solta bêbada, sair por aí sem rumo, sem me importar com qualquer coisa.
Quero me encontrar de novo. Ao mesmo tempo, prefiro não.
Tanto faz.
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Paramore
27x12 No mythologies to follow
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garota solteira procura,
Imagem: TingTing Huang
Bebi muito.
Anestesiada, boba.
Boca e cérebro praticamente desligados, desinibida.
Aí Pégaso chega, luz, fumaça e verde, cabelo cortado, que eu não vou tocar.
Lembro da sua pele lisa, clara-escura, boca macia, cheiro de pele, suas pintas, a textura do seu rosto, barba por fazer, o gosto da sua boca.
Overwhelming. Me dou conta de que estou bêbada demais pra minha própria segurança.
- Não me deixe falar com ele, por favor - peço-imploro para a outra B., estrelas, K.
Porque eu quero. Mais do que qualquer coisa no mundo, eu quero usar essa desinibição pra dizer qualquer coisa, oi, você ainda me ama? Porque eu tô com medo de ainda te amar, mas com mil vezes mais medo de já ter superado.
Fico com medo de mim. Repentinamente, percebo que vou atrás de você. Vou ser humilhada, vou me sentir mal, suja, só. De novo. Percebo que você vai rir de mim, ou me ignorar e que vai ser a morte pra mim.
No meio do meu quase estupor alcoólico, corro até ele - King. Encontro-o sentado, quieto. Por um segundo, sinto medo, culpa.
Olho nos olhos dele,"sinto muito, mas é preciso".
Ele me olha de volta, sem entender. Só vê uma menina bêbada e olhuda. Me chama pra dançar. Aceito, mesmo que não seja preciso, vamos acabar logo com isso, não precisa tentar demais, só vamos logo.
Mas King é um bom rapaz. Dançamos, bebemos mais, caminhamos. Lua, lago, ele fala de si, da ex-namorada, coisas que eu sei e coisas que não sei, que me pego querendo saber.
Olho pra ele e sinto que ele não merece isso, ninguém merece isso. Eu estou fazendo de novo, traindo a torto e a direito, mentindo, me destruindo aos poucos e levando outras pessoas comigo. Eu não vou te usar pra isso.
Viro pra dizer algo, explicar, mas a boca dele já está a meio caminho da minha, língua, dentes, pele, gosto de álcool. Fecho meus olhos, meus pensamentos e viro um bando de conexões, substâncias, receptores ensandecidos, o de sempre.
Tô estragada, mas não importa. Não importa quem sou, ele não quer saber de que lado da cama eu durmo, que quero conhecer a Coréia do Sul, gosto de filmes dos anos 90. Ele só quer conhecer a cicatriz nas minhas costas, independente de onde veio, o peso do meu corpo, a força dos meus músculos, o gosto do meu pescoço, as curvas do meu corpo.
Eu também não quero sua dor, King. Eu quero sua boca, sua vontade, seu aperto, sua sombra. Mais do que tudo, quero a proteção temporária de mim mesma, toda a dor que você vai me causar nos próximos dias, quando eu o vir e não souber o que ele pensa. Cada vez que eu me condenar, cada vez que eu olhá-lo e não me sentir mais digna de falar com ele.
Eu precisava disso, e só disso.
Do golpe final,
da certeza doida de que você nunca mais
vai me querer de novo.
Bebi muito.
Anestesiada, boba.
Boca e cérebro praticamente desligados, desinibida.
Aí Pégaso chega, luz, fumaça e verde, cabelo cortado, que eu não vou tocar.
Lembro da sua pele lisa, clara-escura, boca macia, cheiro de pele, suas pintas, a textura do seu rosto, barba por fazer, o gosto da sua boca.
Overwhelming. Me dou conta de que estou bêbada demais pra minha própria segurança.
- Não me deixe falar com ele, por favor - peço-imploro para a outra B., estrelas, K.
Porque eu quero. Mais do que qualquer coisa no mundo, eu quero usar essa desinibição pra dizer qualquer coisa, oi, você ainda me ama? Porque eu tô com medo de ainda te amar, mas com mil vezes mais medo de já ter superado.
Fico com medo de mim. Repentinamente, percebo que vou atrás de você. Vou ser humilhada, vou me sentir mal, suja, só. De novo. Percebo que você vai rir de mim, ou me ignorar e que vai ser a morte pra mim.
No meio do meu quase estupor alcoólico, corro até ele - King. Encontro-o sentado, quieto. Por um segundo, sinto medo, culpa.
Olho nos olhos dele,"sinto muito, mas é preciso".
Ele me olha de volta, sem entender. Só vê uma menina bêbada e olhuda. Me chama pra dançar. Aceito, mesmo que não seja preciso, vamos acabar logo com isso, não precisa tentar demais, só vamos logo.
Mas King é um bom rapaz. Dançamos, bebemos mais, caminhamos. Lua, lago, ele fala de si, da ex-namorada, coisas que eu sei e coisas que não sei, que me pego querendo saber.
Olho pra ele e sinto que ele não merece isso, ninguém merece isso. Eu estou fazendo de novo, traindo a torto e a direito, mentindo, me destruindo aos poucos e levando outras pessoas comigo. Eu não vou te usar pra isso.
Viro pra dizer algo, explicar, mas a boca dele já está a meio caminho da minha, língua, dentes, pele, gosto de álcool. Fecho meus olhos, meus pensamentos e viro um bando de conexões, substâncias, receptores ensandecidos, o de sempre.
Tô estragada, mas não importa. Não importa quem sou, ele não quer saber de que lado da cama eu durmo, que quero conhecer a Coréia do Sul, gosto de filmes dos anos 90. Ele só quer conhecer a cicatriz nas minhas costas, independente de onde veio, o peso do meu corpo, a força dos meus músculos, o gosto do meu pescoço, as curvas do meu corpo.
Eu também não quero sua dor, King. Eu quero sua boca, sua vontade, seu aperto, sua sombra. Mais do que tudo, quero a proteção temporária de mim mesma, toda a dor que você vai me causar nos próximos dias, quando eu o vir e não souber o que ele pensa. Cada vez que eu me condenar, cada vez que eu olhá-lo e não me sentir mais digna de falar com ele.
Eu precisava disso, e só disso.
Do golpe final,
da certeza doida de que você nunca mais
vai me querer de novo.
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