"tudo bem. era só ter perguntado, eu não mordo b., apesar de parecer. podemos ir pra qualquer lugar, andar, conversar, essas coisas. até quarta da semana que vem estou livre o dia todo.
onde você gostaria de ir? eu não sei que tipo de lugares você gosta de ir, na verdade eu não sei muito sobre você mesmo rsrs.
não pire por causa disso, não vale a pena criar expectativas demais pq sempre nunca vai ser como imaginamos e só descobrimos o significado de tudo bem depois. não que tudo será uma droga, mas tudo que é espontâneo é mais legal e sincero.
não sei quando entrará novamente online, então se quiser me ligar tudo bem, tem meu número."
O que aconteceu entre a gente?
Quase 3 da manhã, eu tô ouvindo a sua voz, eu tô te imaginando tocar, eu tô tentando me lembrar onde é que a gente desandou.
Dizem que minto.
Que eu não confio em ninguém.
Foi isso?
Foi isso o que você quis dizer quando me acusou de ser incapaz de conversar sem máscaras?
Você partiu meu coração também, muito tempo atrás.
E eu sobrevivi.
Eu sobrevivi.
É isso o que importa? É essa a moral da história?
Que todos os amores que parecem infinitos, eternos, podem chegar a um fim?
Que a dor passa?
Essa moral não me satisfaz.
Vênus retrógrado ou não,
eu tô me coçando de vontade de saber
se poemas ainda te fazem dormir.
Eu quero saber se, no dia dos namorados, você quer sair por aí pra cuspir na cabeça das pessoas ou se você anda de mãos dadas, se traiu nosso movimento.
3 horas já e eu queria te mandar mensagem, e-mail, eu quero te mandar umas poucas palavras, enigmáticas, eu quero te chamar pra sair um dia desses,
cinema?
sorvete?
o bendito show?
Não sei, sei que quero te ver.
Quero ouvir da sua boca aquelas suas coisas de quem sabia tudo, você ainda sabe tudo?
Ou será que você nunca soube de nada?
Calma, eu não vou te escrever.
Não vou te ligar,
nem mesmo pra saber o que é que você tem escutado ou pra qualquer uma dessas coisas que envolva sua boca suja de sorvete, as estrelas e meus all stars.
Eu só tô curiosa,
acho que sinto falta, mas não é de você.
Eu sinto falta da sensação de querer tanto te ver, desesperadamente,
e sentir medo disso.
De ter que esconder parte do que eu sentia pra não te assustar,
do nosso primeiro beijo com gosto de via láctea,
e do seu abraço quando peguei o ônibus pra voltar pra casa.
Eu sinto falta de estar apaixonada por você,
e isso não justifica mensagem nenhuma,
uma invasão da sua vida ordeira de capricorniano
e as brigas que provavelmente teríamos.
Eu te mandaria mensagem agora,
manipularia um encontro,
eu te faria gostar de mim, eu me tornaria o teu autorama se pudesse
mas não faria sentido.
Não faria sentido.
Então eu saio depressa do meu e-mail antigo, cheio dessas memórias de nós dois, mas tão poucas memórias que eu nem sei se fomos mesmo felizes, eu quero saber mais, eu quero te ver de novo, eu quero segurar a sua mão pra atravessar ruas e lugares escuros, eu quero fugir de casa pra te ver--
mas eu não quero realmente
Eu quero a sensação de querer fugir de casa pra ver alguém, quero enfrentar meus medos, inventar nós dois, eu quero a expectativa de segurar sua mão enquanto assistimos filmes.
Mas isso você não pode me dar,
pode?